O céu, a terra, o vento sossegado As ondas, que se estendem pela areia Os peixes, que no mar o sono enfreia O noturno silêncio repousado O pescador Aónio, que, deitado Onde co’o vento a água se meneia, Chorando, o nome amado em vão nomeia, Que não pode ser mais que nomeado — Ondas – dizia – antes que Amor me mate, Tornai-me a minha Ninfa, que tão cedo Me fizestes à morte estar sujeita. Ninguém lhe fala; o mar de longe bate; Move-se brandamente o arvoredo; Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita [ Camões, séc 16 ] o pobre poeta está em meio à praia, mar e ventos e espera algum consolo pela morte da amada ( ver 3a estrofe – “ morte estar sujeita “ ). tratada como “ninfa”, a figura da musa ressalta a tristeza do amado, uma vez que ele ficou, literalmente, a ver navios. o poeta pede “tornai-me a minha ninfa”, mas a natureza não lhe atende. o vento leva seu pedido para longe. é ruim. é a busca do amor. é a saudade .