quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

escrever pra quê!

 

                             [ carta do jogo "trunfo das letras" que inventei ]

escrever melhora sua visão de mundo. 

dar nome às coisas clareia o escuro da dúvida. 

nomear é também significar.

quem fez isso bem, no século 20, foi clarice lispector. ela e o mago rosa, lá de minas gerais.

cem anos de idade, clarice fez, neste 2020. 

escrever por clarice? pode ser.

 escrever por você? sempre! basta começar.

escrever como clarice? olhem, difícil... mas como o mundo ainda não acabou, sempre há o que se esperar nesse universo da escrita.

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 conheça um conto da escritora!







domingo, 27 de dezembro de 2020

enem janeiro 2021 - última chamada! dicas de literatura

 


veja onze (11) vídeos que ajudam a entender a história da literatura de língua portuguesa e seus principais temas!

procure asisitir nesta ordem aqui.  bom estudo !


trovadorismo

renascimento


barroco


arcadismo

romantismo

realismo e afins

simbolismo e pré-modernismo

modernismo - semana 22

modernismo fases 2 e 3

alguns personagens pretos na literatura







sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

2020: ano muito difícil, mas...

                                           

                                               [ dezembro, 2020 ]

ano muito difícil, esse 2020. 

frase é clichê, eu sei. mas poderia ter sido menos pior se não fosse a outra epidemia: a da igonorância. 

vide casos de terraplanismo, descrença em vacinas e outras aberrações conhecidas através de "fake news". a ascensão do racismo institucional, as demais violências, destruição da natureza, tudo isso abala qualquer um com mais de dois neurônios. e houve quem apoiasse tudo isso, vale sempre lembrar. o que fazer para que saiamos desta, vivos ? 

já disse aqui e em outros lugares: valorizar escola. valorizar ciência, arte, empatia. divulgar notícias úteis. apoiar plataformas políticas de cunho social. lamentavelmente são poucas, mas há. não ter vergonha da depressão. fale. mexa-se, na medida do possível... no quintal, na sala, varanda... multiplique os pedidos de distanciamento social, o valor às vacinas, o zelo pelo planeta. 

está cansando isso tudo, eu sei.  e como sei.

estava com três trabalhos formais, no começo de 2020. agora, em dezembro, apenas um. 

deixei, por vontade própria, os outros dois: saúde mental em frangalhos e a necessidade de manter base vital mínima para cuidar dos meus próximos e permitir acolhimentos.


quem esteve e está sempre comigo: a bia. é de onde sai quase toda fonte de vida pra mim. 

preciso olhar mais os sentimentos... os meus, claro. e responsabilidade nas ações, é sim. há os filhos, há famílias, planos, algum caminho pra seguir. 

vontade de contribuir não falta. devo conseguir.

vamos pra 2021. 

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ao bom governador antônio luís - soneto caudático - gregório

 


AO BOM GOVERNADOR ANTÔNIO LUÍS *

[ soneto caudático ]

O Apolo, de ouro fino coroado:
O Marte, em um Adônis desmentido;
O Fênix, entre aromas renascido;
O cisne, em doces cláusulas banhando:

O abril, de mil galas matizado;
O maio, de mil cores guarnecido;
O Parnaso, de plectros aplaudido;
E o Sol, de ambos os mundos venerado:

O prodígio maior, que tudo o clama,
O assunto melhor da fama digno;
Do tronco mais ilustre a melhor rama:

O herói celestial, quase divino,
O maior que o seu nome, e a sua fama;
É esse que estás vendo, oh peregrino.

Prossegue pois agora o teu destino;
E a qualquer de que fores perguntado,
Dirás que o bom governo é já chegado

  GREGÓRIO DE MATOS E GUERRA

*  antônio luís menezes - governou de 1684 a 87 [prestou assistência ao povo doente]

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- apesar dos elementos da mitologia grega (apolo, marte etc), há uma referência à cristandade, na expressão "oh, peregrino"
- o eu lírico chama atenção do peregrino para que adore a figura do governador

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soneto caudático - - acrescentou-se mais uma estrofe que retoma o esquema de rimas do início




sábado, 19 de dezembro de 2020

escola que anima e acolhe: sugestões ao planejamento


                 

desenho acima é de jean-marc coutê, 1899. 

ele responde pergunta curiosa: como seria a escola em 2000?  

então, fez este desenho. será que errou? não, claro. 

sempre trabalhei na rede particular de ensino, desde 1986, com carteira assinada. antes disso, entre 1982 e 83, fui assistente de professores de redação no cursinho pré-vestibular, no colégio em que terminei o ensino médio, ribeirão preto, s paulo. o início foi aí. 

um de meus professores foi o escritor luiz puntel. com ele comecei essa história de compartilhar algum conhecimento e acolher quem tinha dificuldade.

daí, penso em uma escola que pudesse ser mais acolhedora. 

entre os anos 1950 e 70, muita discussão sobre psicologia e aprendizado, pelo planeta. no período, com destaque mundial, está paulo freire. contudo, tanto a rede pública, como a privada, desde a ditadura militar, resolveram seguir caminho conservador-tradicional, para o educar: punição, reprovação, medo, autoritarismo disfarçado de disciplina etc etc. são raras as instituições que dão protagonsimo ao estudante. 

penso em escola que pudesse mais acolher que separar.

há muitas que promovem ações bem legais como feira de ciência, de arte, show de talentos, teatro, palestras com especialistas, debates entre estudantes de séries diferentes, sarau, gincana etc.

contudo, 99% dessas ações quando acontecem, estão fora da sala de aula. fora do horário das aulas... às vezes, à noite ou num sábado, trazendo ao evento um caráter de espetáculo com hora para começar e terminar. e a vida segue em seu enfadonho cotidiano com as regras de acentuação, as leis de newton ou os antecedentes da primeira guerra mundial. 

de novo: nada contra esses assuntos que dão conteúdo às aulas, só acredito que eles não devem ser a única razão de existir de uma escola. 

o que poderia acontecer, então, para oxigenar boa parte da rotina escolar, hoje?

0. enquanto professor(a), converse com direção e coordenação sobre postura em sala: necessidade de aula dinâmica, interagindo com estudantes, evitando censurar -- de início -- qualquer conversa paralela e evitando posturas negativas quanto a uso de celular, por exemplo. a ideia é mostrar que você sabe o que irá fazer.

1. sugerir, no planejamento, atividades interdisciplinares: estudos do meio pelo bairro (geografia, ciências, história etc), gincana, sarau, feira de ciência, de livro, de arte, café filosófico, campanhas solidárias, prática esportiva e por aí vai -- tudo acontecendo no horário das aulas pelo simples fato de serem atividades educativas

2. professores engajados nos projetos de todos -- podendo, inclusive, considerar como sua uma atividade avaliativa feita com outos professores, compondo, por exemplo, uma nota de "atividade" -- se bem que nem precisaria valer nota, mas na rede privada geralmente é dando que se recebe

3. após atividades, combinar espaço para que haja discussão do que foi feito, necessariamente com alunos, óbvio

4. exemplo básico: história de sua cidade. estudantes são levados a pesquisar xis nomes de ruas e avenidas principais. o que significam? por que estes nomes? conhecem história da formação da cidade? quando foi? quem participou? 

4a. os alunos, alunas, podem fazer vídeo ou postagem na rede social da escola -- ou qualquer outro meio de comunicação -- revelando o que descobriram, envolvendo comunidade etc

5. outro exemplo básico: música. estudantes são levados a formar um coral ou uma banda e criar uma canção sobre a cidade citando seus pontos históricos ou turísticos. de novo, divulgam nas redes de comunicação disponíveis.

6. mais um exemplo: importância das árvores, na cidade. que tipo é mais comum de se encontrar? quem decide qual plantar? quem habita esses galhos, folhas e frutos?

6a. vale fazer poesia, vale mostrar aos estudantes a importância da árvore, o que é mata atlântica, pantanal, amazônia, cerrado... dá-lhe pesquisa em grupo, criação de publicação em meios digitais, interação com alunos de séries diferentes, palestra de estudantes do ensino médio para alunos do fundamental, tudo sempre dinâmico e tornando estudantes mais independentes

7. interagir, em sala, com o grupo, o tempo todo. conversar, chamar, acostumar com os nomes das pessoas. no meio disso, a aula. alunos se acostumam, então, à importância deles no processo. sobra quase nenhum tempo pra dispersão, sono, usar aparelho telefone etc. aula boa não precisa ser censora de nada.

7a. para muitos professores, o que funciona é o silêncio total,  só a voz do mestre ecoando, como se o processo de educar fosse mesmo o tal jesuítico do brasil colônia. silêncio e subserviência. bobagem. nunca deu certo. até em "memórias de um sgto de milícias" (almeida, séc 19) isso já era satirizado. leia "conto de escola", machado, no mesmo século 19, expondo o horror da sala de aula da época... veja que praticamente só mudou a ferramenta de espancar aluno.

7b. olhar no olho, gastar menos tempo com lousa (professor fica de costas para a sala muito tempo, não é bom). se o estudante se acostuma com a interação todos os dias, ele consegue sim, num determinao momento do ano, suportar uma aula expositiva um pouco mais longa, quando necessário

7c. há professores inseguros que se escondem atrás de algum autoritarismo para suportar os minutos, dentro da sala. pior: coordenações e direção aprovam e potencializam essas posturas duras, proibindo celular, proibindo conversar com colegas, delimitando espaço de circulação e interagindo com alunos apenas no momento de cobrar peça do uniforme faltando. um horror. 

7d. cabe às coordenações incentivar postura dinâmica de seus professores. e, hoje, século 21, parar com essa de prender celular de aluno, obrigá-lo a deixar o aparelho na lousa ou simplesmente tomar o objeto dele, devolvendo na saída. é violência isso. o que deve mudar é a aula. o celular é o relógio do aluno. o celular é a calculadora, o meio de comunicação. e, por fim, o aparelho é dele, não da escola. melhore a aula e terá estudantes mais participativos. de repente, até aprendendo.

7d. a condição para uma aprendizado razoável é a interação constante. nada de sermão sobre comportamento ou ameçar classe com um futuro de desgraças se eles continuarem dispersos. interaja com seu público. cria cumplicidade, facilita a vida de todos. há exceções, claro: estudantes depressivos, com determinada síndrome, traumas etc. entendo. dilemas que precisam ajuda mais técnica do departamento pedagógico, psicológico. isso é a exceção. a regra: melhore sua aula. não sabe? pergunte. fale com assessoria pedagógica, fale com a coordenação, divida angústia com colegas, procure um plano de trabalho. agora, se essa gente (coordenação / direção) é conservadora e autoritária, volte ao item zero desta lista. ou chore.

7. escolher leituras -- ficção ou não -- para que sejam discutidas em aula. preferencialmente por mais de um professor. vale obra de caráter científico, poesia, romance, história... importante é o estudante perceber que mais de uma matéria está engajada na cobrança da leiutra e não só  professor(a) de português

8a. faço sugestão sim: no link abaixo há um e-book com lista de livros, tarefas e para qual série é recomendado --  não perca!

literatura para salvar o mundo  - clica

entendeu agora por que há quem deteste paulo freire?...



sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

clarice faz 100 anos em 2020 - ouça e leia "a quinta história"

                                                  

dezembro de 1920

nasce chaya pinkhasvona lispector, ucrânia

"clarice" veio depois, quando já morava no brasil, desde a primeira infância

faleceu em 1977, no rio de janeiro

aqui, um conto, na íntegra. texto e áudio, vídeo abaixo


curiosidade sobre clarice! veja!


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

soprador de folha põe em dúvida sabedoria humana

 


pela internet a gente encontra esse tipo de brincadeira: objetos inúteis.

alguns até engraçados.

mas não há invenção mais odiosa, tosca e ridícula, neste século 21, que o soprador de folha a combustível. existem os elétricos, igualmente odiosos.

polui o ar. polui o som. não resolve o problema a que se destina. é um clássico da distopia.

quando o trabalho é feito em condomínio de apartamentos, piora. o som sobe e se instensifica entre os prédios, invade apartamentos... não se descansa, não se trabalha. insisto: não resolve o problema! 

FORA SOPRADOR DE FOLHA! VOLTA VASSOURA!

nem o guardador de banana, patético e idiota é mais odioso... vejam:


e as pérolas de inutilidade são intermináveis...




sábado, 5 de dezembro de 2020

abaporu é questão de prova - teste seu conhecimento

 


1. a charge do cartunista adão utilizou de obra de tarsila do amaral para


a) denunciar a pobreza do desenhista

b) ironizar a miséria porque passa a arte vanguardista

c) expor a tragédia social, no país

d) parafrasear lobato, em sua crítica aos modernistas



2. a tela -- a original, 1928 -- de tarsila, dialoga com uma escultura igualmente conhecida, que é "o pensador", auguste rodin. essa relação entre obras é conhecida como

a) plágio

b) cópia

c) metalingaugem

d) intertextualidade



respostas


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1c

2d

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

brasileiro gosta de viver perigosamente

                    

as eleições 2020 continuam expondo que o brasileiro tem apostado no conservadorismo.

grupos de direita, conservadores, saíram vencedores, como em 2018. são maioria, em prefeituras e no legislativo.
brasileiro médio ainda quer ser casa grande, ou seja, poder exercer algum poder, ter a sensação de mandar. tem sido assim há séculos. gritar, submeter, humilhar, violentar, matar... tudo que se aproxime desse tipo de discurso é bem-vindo para essa gente. zero nível intelectual. 

a questão nem é votar no fulano da farmácia, na delegada beltrana ou no saci pererê. a questão é cobrar por cidadania, cobrar por administrações decentes na questão da saúde, o apoio à rede pública de ensino, melhorias no transporte coletivo etc etc.

essas pautas, contudo, não são de partidos que oferecem fulano da farmácia ou a delegada xis, muito menos o eleito que faz arminha com a mão. 

essas pautas -- chamadas "sociais" -- sempre estão com partidos de esquerda ou quase isso. e esses partidos também por incompetência comunicativa não souberam capitalizar o óbvio. atiraram no próprio pé apostando que apenas discutir se "todos" pode ser escrito com "x" ou então apenas criticar fake news, seria suficiente para eleger gente boa (como manuela, boulos ou arraes), em 2020. não deu. 
os ganhos desde o início do século 21, como respeito à diversidade, transparência nas questões ambientais e acesso a informações importantes via mundo digital foram sendo dinamitados por fake news, censura, assassinato de lideranças civis, ameaças a educadores e, por último, prega-se o fim da urna eletrônica. difícil manter serenidade.

os governantes, neste 2020, em geral, que se recusaram a fazer lockdown, que se recusaram a lidar de modo equilibrado com aglomerações, lideranças que muito contribuíram para mortes por covid-19 são reeleitas. é desesperador.
queria estar melhor. mas é muito difícil.

educar é uma solução, qualquer um entende. a questão é o prazo. no curto, depende-se do giro de informações via mundo digital e televisivo. daí o conflito, pois nesse mundo de comunicações de curto prazo a intelctualidade perde. a verdade perde. sobra o individualismo, o ódio.

educação é de longo prazo. precisa começar. quem começou não pode desistir, nem jogar toalha.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

marielle franco é questão de prova

 

               

Marielle Franco vira nome de rua na Alemanha

A vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março – 2018 – no Rio de Janeiro, foi homenageada com o nome de uma rua na cidade de Colônia, na Alemanha; "Aqui no meu bairro na Alemanha uma mulher negra, brasileira, é homenageada. Obrigada, ela merece!" Essas são as palavras de Tamara Soliz, em seu perfil nas redes sociais, comemorando um fato inédito.


1. O fato de Tamara registrar que está na Alemanha uma rua com nome de Marielle indica que

a) alemães querem relembrar luta contra o socialismo

b) combate à ditadura e questão racial não têm fronteiras 

c) debate social e luta pela democracia não têm fronteiras 

d) questão racial e liberdade de imprensa são temas universais 


2. Figuras brasileiras, humanistas, que tiveram suas vidas ceifadas por confrontar situações consideradas injustas, no País, estão na alternativa 

a) padre Anchieta, Carlos Marighella, Frei Caneca 

b) Wladimir Herzog, Princesa Izabel, Tiradentes 

c) D Pedro I, Tiradentes, Chico Mendes 

d) Frei Caneca, Chico Mendes, Wladimir Herzog 


 marielle - nome de rua na alemanha [ clica ]

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respostas

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1 c

2 d














terça-feira, 24 de novembro de 2020

gambito da rainha é minissérie que vai além do xadrez

 

aprendi jogar xadrez ou, simplesmente, mover peças, entre 1994 e 95. três figuras foram chave nesse processor: zé roberto, paulo japa e odair lanzoni. o primeiro, prof de educação física e os dois últimos, matemática. sempre é bom ressaltar que almir lanzoni, então no ensino médio, também dava seu show no tabuleiro!

joguei xadrez também um tempo com o computador, a partir de um cd room. era a década de 1990. 

depois, vida tomou rumo que me fez deixar o tabuleiro de lado. nesta quarenta de 2020, lá em abril, voltei a mexer com as peças, aqui, no apartemento. mas ansiedade e o estresse não permitiram coisa alguma. tudo voltou aos armários.

neste novembro 2020, vi "o gambito da rainha". minissérie, netflix. uma dica do prof henrique subi. excelente. ana taylor-joy, atriz, está impecável como elizabeth harmon. direção consistente. 

na série, praticamente tudo se passa na década de 1960. elizabeth harmon é menina órfã que, influenciada pelo zelador do internato, aprende a jogar xadrez, então, aos nove anos de idade. 

o que importa? agruras vividas pela personagem que se vê sem família por três vezes... primeira: mãe falece; segunda: sai do internato e fica sem a parceira jolene e, terceira, a morte de sua mãe adotiva. 

a questão da dependência química -- iniciada aos nove anos, no próprio internato -- é mostrada sem caricaturas, sem véu, expõe um lado da personagem que parece pedir acolhimento.

figuras masculinas, a maioria enxadristas, gravitam em torno da genialidade de harmon. todos com seus vícios, com seus medos, dilemas... todos, sem exceção. desde a diretora do internato, passando por enxadristas menores, além de watts e também a própria mãe adotiva. o universo à volta da menina prodígio é de degradação e falta de perspectiva, muitas das vezes. 

interessante, claro, para se discutir temática ligada ao empoderamento feminino, na década de 1960. mais: jogar xadrez. o jogo, em si, obviamente uma alegoria da vida de elizabeth que, dentro de adversidades, não pode deistir, precisa se reinventar, descobrir maneira de dar xeque no rei adversário. e são vários peões, damas, bispos a enfrentar.

já adianto: a história é ficção. nada de fatos reais. a minissérie está baseada no livro de walter tevis, 1983, "o gambito da rainha".

olhem, se essa rainha realmente faz referência a elizabeth harmon, os demais personagens cumprem papeis equivalentes, como torre, peões ou cavalos. 

quem assistir, verá.

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  • título original: the queen’s gambit 
  • ano: 2020
  • direção: scott frank
  • país : eua

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

consciência negra - 20 de novembro - questão de prova

                                                                     [ angeli ]
 

charge de angeli é soco no estômago de muita gente. embora, muitos não gostem de tocar no assunto porque acreditam que não houve nem há racismo, por aqui. terrível.

e daí? 

daí, fiz estas perguntas

1. a cena, publicada na semana da "consciência negra" buscou transmitir a ideia de que

a) feriado é bom para curtir praia

b) brasileiro em geral não é solidário

c) classe média nada entende de racismo institucional

d) é preciso combater a corrupção 


2. ao mostrar figuras pretas em meio a outras, na praia, brancas ou não pretas, o recurso de linguagem presente no desenho é

a) metáfora

b) eufemismo

c) hipérbole

d) antítese 

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respostas

1 c

2 d


terça-feira, 17 de novembro de 2020

alberto caeiro é questão de prova

veja esta questão, a partir de um poema de alberto caeiro, heterônimo de fernando pessoa, século 20.


XI 

Aquela senhora tem um piano 

Que é agradável mas não é o correr dos rios 

Nem o murmúrio que as árvores fazem... 

Para que é preciso ter um piano? 

O melhor é ter ouvidos

E amar a Natureza.

 [O guardador de rebanhos, Obra completa, A Caeiro. Aguilar ed] 


- Assinale alternativa errada


a) o poeta ama a música dos riachos, que são como pianos 

b) “aquela senhora” pode representar vida burocrática, sem emoções 

c) “amar a natureza” é o lema dos românticos (indianistas) 

d) a estrutura e linguagem dão ao texto um caráter moderno 

e) “natureza” com maiúscula revela o caráter universal do ambiente


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resp A






 












sexta-feira, 13 de novembro de 2020

descreve a vida escolástica - gregório do matos

 



DESCREVE A VIDA ESCOLÁSTICA

Mancebo sem dinheiro, bom barrete,
Medíocre o vestido, bom sapato,
Meias velhas, calção de esfola-gato,
Cabelo penteado, bom topete.

Presumir de dançar, cantar falsete,
Jogo de fidalguia, bom barato,
Tirar falsídia ao Moço do seu trato,
Furtar a carne à ama, que promete.

A putinha aldeã achada em feira,
Eterno murmurar de alheias famas,
Soneto infame, sátira elegante.

Cartinhas de trocado para a Freira,
Comer boi, ser Quixote com as Damas,
Pouco estudo, isto é ser estudante.

 [Gregório de Matos - Poemas escolhidos, ed Cultrix]

* esfola-gato - provavelmente brincadeira entre jovens, região do minho, portugal
* falsídia - mentira

 soneto do século 17: barroco.

satiriza e desmerece a vida do estudante, uma vez que não havia universidade, no brasil. pode ser uma referência ao jovem da afamada escola de jesuítas (1553-1759), em salvador, por onde passou gregório.

o estudante, no soneto, é desprezível, porque faz graça com freira, se envolve com moças tidas como vulgares e estuda pouco.
um dado triste: o grau de vulgaridade de um jovem é dado pelo tipo de mulher com quem ele se envolve: aquela que vende seu corpo por pouco preço -- daí, o diminutivo "putinha", provavelmente -- , e também com freiras que recebem assédio de gente como este estudante vulgar. muita masculinidade tóxica. infelizmente, cultura que ainda perdura.

lembra, neste caso, parte do caráter de raposão, personagem de "a relíquia", eça de queiroz, século 19.




terça-feira, 10 de novembro de 2020

seis temas de redação - dicas enem 2020

 

seis temas para treinar produção de texto --  ENEM, UNESP, FUVEST

desenvolver pesquisa sobre cada item e, de pois, produzir texto argumentativo

1. gentrificação

2. meio ambiente / queimadas / cultura indígena

3. necropolítica

4. meios digitais / "dilema das redes sociais"

5. vacinas / covid

6. trabalho remoto / benefícios e prejuízos

  - -  -  saber mais sobre os assuntos ?

assista-me !





sexta-feira, 6 de novembro de 2020

caverna de platão nos dias atuais

 

                                                 [ alexandee beck - armandinho ]

sim, faz tempo que seres humanos estão na caverna de platão.

mito da caverna -- séc VI a.C. -- dá conta de pessoas que enxergavam sombras projetadas no fundo de uma caverna... estando presas, essa gente acreditava que as sombras eram a realidade e não uma projeção. alguém conseguiu sair e, lá fora, viu que outros seres é que produziam as sombras. voltou à caverna para contar o que viveu. esse alguém foi punido por ter mostrado algo diferente.

não é muito distante a refelxão quando o assunto é "prometeu acorrentado", do ésquilo. mais ou menos mesma época do filósofo.

voltando: sim, estamos na caverna porque muita gente delega aos mitos as responsabilidades de seus atos ou de suas omissões. é triste. ciência na berlinda. muito achismo. notícia falsa. até violência. 

se escolas lidassem mais com ações práticas como prevenção ao uso indevido de drogas, orientação sexual, primeiros socorros, mais feiras de ciência e arte, combate à fome etc, talvez tivéssemos menos políticos ultra-conservadores à solta dentro de congressos... e menos fundamentalistas dinheiristas com canal de televisão para enriquecê-los. 

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veja mais sobre "mito da caverna" com prof henrique subi - -



segunda-feira, 2 de novembro de 2020

nova onda de contaminações por covid expõe crise de inteligência

                                 

novembro 2020

europa entra para uma nova onda de contaminações, mortes e tensões. 

anuncia-se novo lockdown, toque de recolher, campanhas por não aglomeração e afins. igualzinho abril, deste ano. 

em s paulo, 01 de novembro, figuras humanas fazem manifestação contra vacina que não existe ainda. são os "anti-vacina". teóricos da conspiração que nunca tiveram uma aula de história na vida e acreditam que ser alguém é ter bens materiais. 

sutilmente denominados "o gado", essa gente divulga notícia falsa sobre origem do vírus e, por tabela, sobre a própria sanidade. quem age contra a ciência é sim conivente e cúmplice ante milhões de mortes. dá muita raiva.

mais do que nunca é preciso divulgar a ciência, a verdade, o óbvio. 

muitas escolas estão  deixando de tratar deste assunto para lidar com as leis de newton, regras de acentuação ou mitose. depois, quando aparecem os rubem alves da vida jogando pedra na escola, muitos reclamam. tudo perde importância diante não mais do covid em si, mas da ascensão do horror das fake news, os anti-vacina, egoístas, os que pensam apenas em si mesmos. os que desprezam a verdade. 

o avanço na produção de vacinas, como se vê em alguns países, se dá por conta de altos investimentos. é uma pandemia. é urgente. daí, aquele processo comum de dois ou três anos acaba mesmo diminuindo. isso dá falsa impressão de que estão fazendo vacina sem critério, às pressas. bobagem. quem nunca gostou de estudar tem mesmo dificuldade em entender processos desse nível. daí, a necessidade de se fazer perguntas. sempre é bom. perguntar para quem existe e estuda, de preferência.

o que é quase incompreensível são festas, gente nas calçadas, praias, centros de compras, tudo sem máscara. usar o artefato irrita, eu sei. cansa. mas se não for feito, o vírus passa a outras pessoas. daí, mais tempo usando máscara. quanto mais cedo controlar a doença, mais cedo deixaremos de usá-las. onde está a dificuldade em compreender?

a continuar essa toada de negação à ciência o rebanho será contaminado. provavelmente extinto. lei de darwin. 


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

saga das aulas online castiga professor normal


continuo na saga das aulas online.

estudantes, 99% deles, com câmeras fechadas, microfones idem.

existem aqueles ainda que se conectam, aparecem na sala, mas não ficam, saem, vão fazer outra coisa, deixam a conexão ativa. daí sou obrigado a retirar a pessoa da reunião para poder desligar, quando acaba aula.

estudantes estão estressados, eu sei. alguns não querem mostrar o local em que estão, eu também entendo... mas todos?? enfim, lamento, mas eu também tenho muito pra carregar. sem contar que o custo dos aparelhos e conta de luz são meus também, nesse tal de rôme-ófis.

existem aqueles que absolutamente nada fazem: nem "oi-bom-dia", nem respondem aos chamados no meio da aula, nem tarefas, avaliações, nada. é distopia. melhor: burrice mesmo.

mas sei que a responsabilidade dessa história não é só dos estudantes, enfim.

assim como sei que, em 2020, não se deve nem sonhar com a volta ao esquema presencial, ponto.

eu vim só desabafar mesmo. tá um saco isso de aula sem contato algum e sei que a maioria poderia interagir etc etc... dá raiva, às vezes. muita. babá eletrônica. me sinto bem assim. não nasci pra isso.

você escolheu essa profissão, dirão alguns.

vão t#*&*  no  #*, direi eu. 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

borracharia e medicina - questão de prova

 

                                                                                              [ laerte ]

quadrinho da cartunista laerte entre a fábula e a sociologia.


fiz esta pergunta

1. o que o termo "romantismo" significaria,  no último quadrinho

a) vício em tanque de água

b) fazer aquilo que se gosta

c) amor ao dinheiro

d) gosto pela medicina

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resposta 

B

sábado, 24 de outubro de 2020

contos de cães e maus lobos - valter hugo mãe

 

narrativas supostamente dirigidas a público jovem...crianças, até.

sabidamente, não são apenas para eles... 

excelente dica universal de leitura. 

todas as idades. 

confira!



quarta-feira, 14 de outubro de 2020

dilema das redes e mentes humanas

                    


sim, eu vi o documentário, na plataforma "netflix":
"o dilema das redes sociais". lançado em 2020, festival sundance, estados unidos. tive zero impacto. 

agora, é documentário necessário? certeza que sim.

o documentário traz depoimentos de figuras que trabalharam e trabalham em redes como facebook, instagram, twitter, google, google mail, pinterest e outras. todos concordam que o sistema de algoritimos colabora para disseminação de notícias falsas, produtos de consumo baseados em curtidas, interefere em eleições, além de criar lideranças políticas autoritárias e populistas. 

sim, jair, presidente do brasil, está no documentário como um dos exemplos de horror gerado pelo facebook. engendrado nas redes digitais e apoiado na ignorância de muita gente.

há mais polarização política sim graças às tais redes digitais. há mais ódio também. 

é necessário rever as releações que se tem com essas plataformas.

ver o documentário é um início. certeza que há pessoas a quem o impacto será grande.

agora, é importante ter cuidado para com essa demonização da tecnologia. são teorias apocalípticas que pregam a saída total das redes como se o movimento seguinte fosse ir morar em uma caverna. aliás, o documentário traz o depoimento do escritor jaron lenier que publicou "dez argumentos para você deletar suas redes sociais". puro catastrofismo. piada. não é sair da internet que vai fazê-la melhor. é o mesmo pensamento mesquinho de quem acredita que deixar de votar é passar uma lição ao congresso. patético.

encerrei minha conta do twitter em junho. diminuí postagens no linkedin, há semanas, essas plataformas cansam. 

individualismo tóxico e discursos de ódio são premiados, no facebook, isso é inegável. 

tratar das relações entre as pessoas é anterior ao ataque a redes sociais. 

desinstalei o facebook de meu telefone celular, em julho. era um prejuízo à minha inteligência. sempre uma chuva de postagens com pregações negativas, sangue, ridicularização infantil de figuras de extrema-direita, vídeos de autoajuda, lives para denunciar abandono de bicho, propagandade de ações financeiras que fazem a gente enriquecer em segundos... e, claro, notícias falsas. era demais pro meu cérebro criado nas relações sociais comuns, dentro de traumas humanos comuns, prazeres físicos, planos baseados na realidade. era demais pra mim. parei quase totalmente de interagir com o tal face. ainda uso, claro, por causa da página em que divulgo postagens como esta. mas não dá pra se alimentar de facebook. 

"dilema das redes sociais". você precisa ver.

a gente precisa fazer alguma coisa.

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assista-me!



sábado, 10 de outubro de 2020

macunaíma: livro que diverte e educa




poucos livros, no brasil, são tão legais como "macunaíma"... talvez "mem de um sgto de milícias" ou "vaca de nariz sutil"... existe outro também com nome bovino: "a vaca voadora". há muitos livros sim divertidos, eu sei. mas "macunaíma" é o primeiro da lista.

folclore, ditos populares, sacanagens mil, linguagem imovadora, paráodia do romantismo, invenção da modernidade, tudo isso e muito mais, publicado lá em 1928.

saiba mais me assisitindo :


terça-feira, 6 de outubro de 2020

o black power de akin - kiusam de oliveira

 

leitura para todas as idades! ótima para se usar na escola, em educação infantil, fundamental 1.

clica a assiste !



nove noites - bernardo carvalho

 


romance do início do século 21

nove noites é narrativa de ficção baseada em fatos históricos

fato: morte do antropólogo norte-americano buell quain, aos 27 anos, em 1938, agosto.

suicídio.

estava em meio aos índios krahô, região de carolina, cabeceira grossa, maranhão.

a partir daí a narrativa trata da busca do narrador em desvendar os mistérios que envolvem a causa desta morte. 

saiba mais !

assista-me!




sábado, 3 de outubro de 2020

meu professor polvo - documentário

 


meu professor polvo, documentário na plataforma netflix. lançado em 2020, é produção sul-africana. indicação da natália carneiro.

direção : pippa ehrlich e jamess reed  

o documentário trata dos mergulhos de craig foster que acompanha a rotina de um polvo fêmea, suas aventuras com tubarão, métodos de caça, maneiras de se camuflar e, principalmente, a relação que ela cria com o mergulhador.

tudo isso em mais de trezentos dias.

tempo mais que suficiente para que craig descubra -- em sua relação com a natureza --, o lado instintivo de existir e, também, a sintonia necessária para perceber que o oceano pode ser uma grande mente.

na escola, sugerir que estudantes -- desde o meio do ensino fundamental 2 até o médio -- façam uma resenha, um comentário e descubram que não se trata apenas de uma temática científica. não é algo específico da área de biologia, por exemplo. 

conceito de inteligência; tempo para respirar; ciclo da natureza a se respeitar; métodos de comunicação...

filosofia, sociologia, produção de texto, arte, educação física, matemática, praticamente todas as áreas podem explorar o documentário em suas aulas... sugerir atividade interdisciplinar e também combinar esse documentário com o livro "ideias para adiar o fim do mundo", do ailton krenak, poderia ser a salvação de tudo, juro.

recomendo.