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pedras e albert camus

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  tiziano - séc 16 leio em camus que ser árvore ou galinha é algo mais lógico pois, nesses casos, seríamos o próprio mundo, tal como a árvore, galinha ou um riacho besta, perto da rodoviária. próximo disto, somos um estorvo. olhem, não somos o mundo, fazemos parte dele. devia ser uma tragédia essa constatação, mas o humano faz questão de descolar-se desta equação e querer parecer mais do que o óbvio... daí, por que deveríamos manter a própria vida, se ela, em si, parece esquisita, num mundo de aves, borboletas ou pedras? não há nada que se pareça a um humano, nem mesmo saguis, do parque aqui ao lado. camus é um alberto caeiro sem ressaca. o livro, alguns conhecem, "o mito de sísifo", um ensaio sobre o absurdo. coloco aqui um nervo exposto porque esta é a razão de minha existência. certeza. ouça: "(...) toda a ciência desta terra não me dará nada que possa certificar-me de que este mundo é meu ". no mesmo capítulo, o existencialista e passional camus vai dizer que, c...

a consciência do mal

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  “o  mito de sísif o” é um capítulo dentro do livro que leva este mesmo nome, assinado por albert camus, em 1943. ele, escritor modernista, lavado de existencialismo.  penso nesse texto porque falo e falarei sempre de “ a hora e a vez de augusto matrag a ”, do rosa, nosso melhor escritor. o livro em questão é “ sagarana “, de onde “a hora e a vez…” é um dos contos. “ sagarana ” é palavra composta, meio germânica, meio tupi. numa tradução livre, teríamos “ à moda de histórias épicas “. são narrativas míticas. aventuras que provocam reflexão. longe da realidade, o homem se realiza mais, penso eu. voltando ao camus. sísifo é elemento da mitologia grega condenado a carregar uma pedra até o cimo de um monte. ela, por ser o que é, rola para a planície. sísifo desce o morro e faz o caminho de subida novamente. até que a pedra role novamente. isso seria o mal. o castigo? o castigo em si ou a consciência do trabalho inútil? em “ a hora e a vez de augusto matraga ” pode-se...