se você acha que escrever é um bicho de dez cabeças... -- na verdade, deve ter umas duas ou três -- seus problemas acabaram ! texto argumentativo é o gênero mais cobrado nos vestibulares. então, veja! divulgue!
a revista vida simples, fevereiro 2017, traz matéria robusta sobre função da literatura, em nossa sociedade. revela que pode salvar vidas. funciona como terapia. mas é preciso remédio tarja preta: os clássicos. não são pra qualquer um. é como uma criança tomar remédio em dose para adulto. não vai dar certo. por isso sou frontalmente contra adoção de clássicos mundiais nas escolas, dentro do nível fundamental -- 5o a 9o ano. adaptações infanto-juvenis por vezes mudam até o gênero do texto, como já vi "os lusíadas" em prosa. ou "hamlet" igualmente em prosa, numa linguagem de desenho animado. horror. escola e professores devem procurar melhor caminho para estímulo da leitura em adolescentes. quem adota clássico repaginado está olhando para os pais e não para os alunos. parece que alta literatura causaria algum impcato na comunidade. bobagem. mas o texto da revista "vida simples" não trata especificamente deste tema (literatura para jovens), mas me serviu de mote aqui pra eu destilar minha chatice. os sites das revistas "carta capital" (carta educação) e "nova escola" são um bom começo para quem tem dúvidas a respeito desse tema. é normal ter dúvidas péssimo é quem se acomoda e não faz pergunta.
barroco e religioso (quase um pleonasmo, em se tratando de latinos), vieira trata da necessidade de reflexão, por parte de seus fiéis. é um sermão pregado no primeiro dia da quaresma. ano: 1672. onde: roma, na igreja de sto antônio dos portugueses. segundo o texto, o homem deve ter consciência de que é mortal e não comportar-se como um imortal. trechos fundamentais :
Duas
coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes,
ambas temerosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não
é necessário entendimento para crer; outra de tal maneira certa e dificultosa,
que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura,
mas a futura veem-na os olhos, o presente não a alcança o entendimento. E que
duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulveremreverteris: Sois pó, e em pó vos haveis de
converter.
Sois pó, é a presente; em pó vos
haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que nos havemos de
converter, veem-no os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o
veem, nem o entendimento o alcança. (...) - [parte I ]
Enfim,
senhores, não só havemos de ser pó, mas já somos pó: Pulvis es. Todos os embargos que se podiam pôr
contra esta sentença universal são os que ouvistes. Porém como ela foi
pronunciada definitiva e declaradamente por Deus ao primeiro homem e a todos
seus descendentes, nem admite interpretação, nem pode ter dúvida. Mas como pode
ser? (...) A razão é esta. O homem, em qualquer estado que esteja, é certo que
foi pó, e há de tornar a ser pó. [ parte II ]
Esta nossa chamada vida não é mais
que um círculo que fazemos de pó a pó: do pó que fomos ao pó que havemos de
ser. Uns fazem o círculo maior, outros menor, outros mais pequeno, outros
mínimo. Quem vai circularmente de
um ponto para o mesmo ponto, quanto mais se aparta dele tanto mais se chega
para ele; e quem quanto mais se aparta mais se chega, não se aparta. O pó que
foi nosso princípio, esse mesmo, e não outro, é o nosso fim (...)[ III ]
Acalmou o vento, cai o pó, e onde o
vento parou, ali fica, ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado,
ou no mar; ou no rio, ou no monte, (...)
Assim
como o vento o levantou, e o sustinha, tanto que o vento parou, caiu. Pó
levantado, Adão vivo; pó caído, Adão morto: Et mortus est.
Este foi o primeiro pó, e o primeiro vivo, e o primeiro condenado à morte, e
esta é a diferença que há de vivos a mortos, e de pó a pó. Por isso na
Escritura o morrer se chama cair, e o viver levantar-se.[ IV ]
Abri
aquelas sepulturas e vede qual é ali o senhor e qual o servo; qual é ali o
pobre e qual o rico? distingui-me ali, se podeis, o valente do fraco, o formoso
do feio, o rei coroado de ouro do escravo (...) carregado de ferros?
Distingui-los? (...) Não por certo. O grande e o pequeno, o rico e o pobre, o
sábio e o ignorante, o senhor e o escravo, o príncipe e o cavador, o alemão e o
etíope, todos ali são da mesma cor.
(...)
Se
quereis ver o futuro, lede as histórias e olhai para o passado; se quereis ver
o passado, lede as profecias e olhai para o futuro. (...) Olhai para o passado
e para o futuro, e vereis o presente. [ V ]
Ou
cremos que somos imortais, ou não. Se o homem acaba com o pó, não tenho que
dizer; mas se o pó há de tornar a ser homem, não sei o que vos diga, (...). A
mim não me faz medo o pó que hei de ser; faz medo que há de ser o pó. Eu não
temo na morte a morte, temo a imortalidade; eu não temo hoje o dia de cinza,
temo hoje o dia de Páscoa, porque sei que hei de ressuscitar, porque sei que
hei de viver para sempre, porque sei que me espera uma eternidade, ou no céu,
ou no inferno.[ VI ]
Aristóteles
disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem
mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão
pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível
é a porta por onde se entra.
Se
olhais para cima, uma escada que chega até o céu; se olhais para baixo, um
precipício que vai parar no inferno, e isto incerto. (...)
Tanto
medo, tanto receio da morte temporal, e da eterna nenhum temor? Mortos, mortos,
desenganai estes vivos. (...)
E
porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom
conselho, quero acabar deixando-vos quatro pontos de consideração para os
quatro quartos desta hora. Primeiro: quanto tenho vivido? Segundo: como vivi?
Terceiro: quanto posso viver? Quarto: como é bem que viva? Torno a dizer para
que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva?[
VII ]
o prefeito de são paulo, dória jr, insiste em declarar guerra às pichações acreditando que elas sujam a cidade. é relativo. os pichadores são voz de parcela da população. por que não ouvi-los? assim como dependentes químicos de drogas não são, necessariamente, bandidos, esses artistas das ruas são parte ativa da população urbana paulista e merecem todo respeito. o prefeito usa de um artifício extremamente preconceituoso e elitista ao considerar aquilo que faz o cidadão quase anônimo um crime. falta espaço aos pichadores, sr, prefeito. falta dar voz a eles e a tantos outros ... falta espaço pra muita gente, até para os garis, malabaristas de farol, circenses, pessoas comuns que, detalhe, gostam da cidade viva, diferente do senhor.
"olha o que fez augusto na draga" é a desventura do herói contra joãzinho neném e dionora tatu-tá-te-vendo. não perca! em breve, num cinema perto de você. ou não.
o prefeito de são paulo, dória jr, insiste em declarar guerra às pichações acreditando que elas sujam a cidade. é relativo. os pichadores são voz de parcela da população. por que não ouvi-los? assim como dependentes químicos de drogas não são, necessariamente, bandidos, esses artistas das ruas são parte ativa da população urbana paulista e merecem todo respeito. o prefeito usa de um artifício extremamente preconceituoso e elitista ao considerar aquilo que faz o cidadão quase anônimo um crime. falta espaço aos pichadores, sr, prefeito. falta dar voz a eles e a tantos outros ... falta espaço pra muita gente, até para os garis, malabaristas de farol, circenses, pessoas comuns que, detalhe, gostam da cidade viva, diferente do senhor.
E se a literatura fosse um jogo de futebol?
Fiz minha escalação da seleção lusitana.
EQUIPA
: Alentejano de Desportos
Presidente :
Dom Dinis
Técnico : Augustina Bessa-Luís
GUARDA REDES –
Vieira. Com aquela roupona e o hábito de gesticular, é garantido na meta.
Deixou o bom Anchieta a ver navios, no banco.
ALA DIREITA –
Alexandre Herculano. Tendo um nome desses e tendo escrito o intragável
"Eurico...", só pode ficar ali mesmo, na direita.
DEFENSOR –
Antero de Quental. Na juventude, foi um ótimo avançado, mas depois recuou,
quase saiu do time. Quando entra em depressão, é chamado para seu lugar Gil
Vicente.
LÍBERO –José
Saramago. Bom no drible curto, faz cobertura dos alas, mas não se dá bem com
Helder, preferindo jogadas com Camões ou mesmo lançamentos longos para o
abobado Bocage.
DEFENSOR –
Miguel Torga . É ótimo no desarme, mas está quase sempre contundido. Em seu
lugar, costuma entrar Camilo Castelo Branco (eleito melhor jogador da liga dos
detentos)
ALA ESQUERDA –
Almeida Garret. Nacionalista, luta por um time mais aberto e por intercâmbio
com estrangeiros, sendo muito criticado por isso.
MÉDIO –
Fernando Pessoa. Assumindo várias posições durante o jogo, é o coringa do time,
apesar de que nem sempre seus colegas sabem a quem cumprimentar, depois de um
gol seu.
MÉDIO AVANÇADO
- Camões. Por ter um olho só, corre bastante, mas só pelo lado direito, pois
daí as tabelas com Bocage e Saramago. Joga melhor com o campo molhado.
AVANÇADO –
Bocage. Só seu bafo derrubaria metade da defesa adversária. Costuma dormir em
campo, mas faz boa tabela com Camões
ATACANTE -
Herberto Helder. Desengonçado, faz papel do artilheiro rompedor, com
objetividade, dribla no momento certo, sendo goleador do time.
ATACANTE - Eça
de Queiroz. Influente com o técnico, roubou a posição de Mário de Sá-Carneiro,
depois de envenenar sua bebida.
uma das questões de português, ontem, 15 janeiro, no vestibular unicamp, foi esta:
Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões.
“Enquanto quis Fortuna que tivesse esperança de algum contentamento, o gosto de um suave pensamento me fez que seus efeitos escrevesse. Porém, temendo Amor que aviso desse minha escritura a algum juízo isento, escureceu-me o engenho com tormento, para que seus enganos não dissesse Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos a diversas vontades! Quando lerdes num breve livro casos tão diversos, verdades puras são, e não defeitos... E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos!”
a) Nos dois quartetos do soneto acima, duas divindades são contrapostas por exercerem um poder sobre o eu lírico.
Identifique as duas divindades e explique o poder que elas exercem sobre a experiência amorosa do eu lírico. b) Um soneto é uma composição poética composta de 14 versos. Sua forma é fixa e seus últimos versos encerram o
núcleo temático ou a ideia principal do poema. Qual é a ideia formulada nos dois últimos versos desse soneto de
Camões, levando-se em consideração o conjunto do poema?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
respstas possíveis :
a) as duas divindades seriam o Amor e a Fortuna (destino); a primeira impede que o poeta exponha seus desenganos diante do amar e a segunda lhe deu esperanças de felicidade
b) a ideia formulada, ao final, é a de que só aquele que experimentou o amor e o sofrimento que ele causa pode entender seu soneto
*mais que isso é saber que comentei este poema, meses atrás, neste vídeo confira
ALENCAR – escritor nacionalista
brasileiro que adorava imitar o modelo europeu de folhetins; ficou famoso por
ter inventado Iracema, a virgem dos lábios de mel, da tribo Tabajara... O nome
da índia, aliás, é anagrama de “américa”, mas isso você já sabia. Famosa mesmo
é Jesuína, a primeira figura da literatura nacional a se apaixonar por outra
mulher, assim, sem rodeios... está lá, em “Lucíola”... e dizem que romântico é
moralista. Eita, cearense porreta!
AMOR – estado em que dor e prazer se
confundem. Sinônimo de aventura. “Roma” de trás pra diante. Sentimento bem inferior à paixão. Palavra que
fez a fama de Freud. Diz-se de certa personagem, Ofélia, em “Hamlet”. Ou
Isabel, em “O Guarani”. Todos acreditam que é isso, o amor, que acontece em
“Werther”, mas não é.
BEIJO – convenção social
de pele, significa “salivei em você”; atividade intra-labial que
produzia, antigamente, sapinho, hojedá uma grana preta quando seguida de gravidez de roqueiro
ou jogador de futebol; existe o “da mulher-aranha”, o de Judas e aquele
“desentope o tanque”. Beijo ótimo é o que se ganha de repente, seguido de
abraço. Leia “O Primeiro Beijo”, de Clarice Lispector, ou o capítulo “O
Penteado”, em “Dom Casmurro”.
CAETANO – Diz-se de entidade supra religiosa de origem
baiana. Um dos iniciadores da Tropicália e dono de profundo mau-humor quanto à
imprensa ou a quem quer que possa criticá-lo... ou a João Gilberto. Compositor
de uma música só (Sampa), acredita ser o enviado do destino para curar os males
do país. Entra para a história como cantor de festival de televisão.
"minha vida de menina", helena morley, é livro saboroso, modernista, feito em forma de diário, entre os anos 1893 e 95. helena é pseudônimo de alice brant. diamantina, minas gerais. vale a pena. saber mais? assista-me!
a avaliação de português, domingo, dia 8, priorizou entendimento de texto, coesão, literatura e figura de linguagem, basicamente. foram 10 questões dissertativas. cada uma com dois itens, "a" e "b". na parte de literatura, questões relativamente fáceis, principalmente a quem debruçou-se sobre os livros. aqueles que se atreveram a ficar nos resumos, não devem ter conseguido muito sucesso, principalmente nas questões envolvendo "sagarana" e "vidas secas". a questão envolvendo "o cortiço" deu prioridade à teoria do movimento naturalista, ou seja, o "romance de tese" que, no limite, fazia crer ao leitor que o ser humano era fruto do meio em que vivia; era escravo dos instintos. o francês taine reuniu as variadas teorias do comportamento humano que ficaram conhecidas como "determinismo". em "sagarana", o vestibulando era levado a explicar como era a relação entre matraga e joãozinho, além de destrinchar a intertextualidade presente na expressão "homem do jumento", atribuída a matraga, no final da história. no primeiro caso, simples: ambos se conheceram por acaso, e joãzinho reconheceu naquele homem do campo um parceiro, alguém que sabia atirar e poderia fazer parte do bando. o respeito cresce pois matraga recusa a oferta, preferindo a vida no sítio de quitéria e serapião. seria um ultraje ao jagunço joãozinho bem-bem, mas este reconhece a força de matraga e prefere partir. o segundo ponto, sobre "homem do jumento", revela intertextualidade com o novo testamento, quando o mito cristão jesus entra em jerusalém montado num jumento. é o símbolo da salvação do povo do rala coco, uma vez que matraga mata aquele que ameaçava a população.
sempre é bom ler os livros, todo mundo sabe. das 10 questões, 4 trataram da literatura. é quase metade da avaliação. a segunda fase não permite vacilo, porque feita de modo dissertativo, ou seja, cabe ao vestibulando elaborar resposta coerente dentro do espaço dado. para isso, é necessário o treino com a escrita e a leitura feita completamente.
o que é o renascimento? movimento cultural e científico ocorrido entre os séculos 14 e 16, influenciou gente como camões, shakespeare, michelângelo, clouet e muito mais. assista para saber mais: