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segunda-feira, 7 de abril de 2025

teatro de bonecos popular potiguar - andré carrico

                                       

                   "o boneco quanto mais feio, mais bonito fica"
                                      
[ shicó do mamulengo ]


teatro de bonecos popular potiguar, editora escribas

andré carrico lançou seu livro em 2024. natal, rio grande do norte.
professor na universidade federal, andré -- além de doutor em artes cênicias -- é estudioso desta arte popular: o teatro de formas animadas. arte típica do nordeste. esses bonecos -- as formas animadas -- são conhecidos também como mamulengos e, quem os manipula, os brincantes ou calungueiros(as). basicamente, o material mais usado para criação dos bonecos é a madeira do mulungu, árvore do nordeste.

"Ele é feito , geralmente, por meio da manipulação de bonecos de luva ou vareta que podem apresentar articulações. (...) Os enredos envolvem quiprocós, pancadarias, piadas, danças, canções, loas, poemas de cordel e, às vezes, a presença de personagens históricos e mitológicos do repertório conhecido como cultura popular nordestina."    [ trecho ]

o livro contém vasto material de anos de estudo de andré carrico, desde as origens desta arte, com registros de possíveis ações de bonequeiros nas caravelas portuguesas do século 16, passando pela período da escravização negra do brasil colônia, até o séclo 21. 

teatro de bonecos é a brincadeira e a resistência, elementos marcantes na vida da cultura popular brasileira. acredito eu que, não só no nordeste, mas no país todo, arte popular é mais do que entretenimento ou ganha-pão. é resistência mesmo. uma defesa. 

"O teatro de bonecos potiguar é uma arte feita para acertar. Seu espetáculo, portanto, é criado para fazer rir e alegrar. Sua dramaturgia, via de regra, é constituída por esquetes sucessivos cuja duração é proporcional ao interesse da plateia. (...) Contam os mestres que antigamente as apresentações em bares da zona rural podiam durar de seis a oito horas".      [ trecho ]

uma das partes do livro de que gostei foi sobre shico do maumlengo, assim, com "s" mesmo. nascido em 1980, apaixonou-se pela arte do mestre chico daniel que ele conheceu ao ver um "dvd" de apresentações dele. shico se destaca porque expõe seus cinco sentidos na arte da manipulação dos bonecos. ele diz que ter conhecido a capoeira o ajudou nessa empreitada como calungueiro (brincante). como foi isso? ah, você vai precisar ler o livro.

"Cabe é refletir  a respeito das transformações e permanências, ganhos e perdas, que atravessam as brincadeiras populares e que fazem sobreviver em sintonia com seu tempo. Mudanças enriquecem as brincadeiras, desde que venham de dentro pra fora, e sejam sem concessões àqueles que, visando apenas o lucro, as descaracterizem ou as banalizem. (...) Pois, como escreveu Luís Antônio Simas, "A gente não brinca porque a vida é mole. A gente faz festa porque a vida é dura".    [ trecho ]

outras figuras marcantes desta arte como chico daniel, mestre felipe de riachuelo, mestra dadi, zé relampo, meste felipe, heraldo lins, emmanuel bonequeiro, genildo mateus e tantos outros -- vivos ou encantados -- compõem este livro cheio de história e documentação, abraçando a arte do mamulengo e, por causa disso, abraçando parte de nossa identidade. parabéns, calungueiros e calungueiras. parabéns, andré. 
ah, antes que me esqueça: esse moço autor do livro, andré carrico, foi meu aluno no ensino médio, no comecinho dos anos 1990, em campinas. isso é gratificante. 

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[ andré carrico ]

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

uma estátua para arlette

 


[ arlette ]

início do século 21. o rio de janeiro ganha mais uma estátua de notório valor: clarice lispector. chamo atenção para quatro figuras públicas e que não são cariocas: cristo, drummond, clarice e dorival caymmi. todos com estátua, na cidade maravilhosa.

por outro lado, o carioca mais famoso do mundo, agenor oliveira  -- o cartola --, não ganhou o mesmo agrado. olhem, até romário tem estátua...
vejam que cariocas ilustres como tom jobim, noel e machado de assis, ganharam o mimo também. e glória maria? para ela, nada de estátua...

também estão na fila, pelo menos até a publicação desta crônica, fluminenses brilhantes: chiquinha gonzaga, dona ivone lara e arlette pinheiro. sim, arlette, mais conhecida pelo pseudônimo: fernanda montenegro.


quinta-feira, 24 de março de 2022

gil vicente, tragédia grega e o racismo

 


esta semana, conversei com alunos e alunas do curso pré-vestibular sobre gil vicente, dramaturgo português, lá do século 16.
num determinado momento, chegamos a "auto da barca do inferno", peça popular, teatro de rua dos mais famosos em língua portugesa. nessa peça, pessoas que morrem, acabam na frente de duas barcas: uma que vai pro céu, outra para o inferno. comandadas pelo anjo e pelo diabo, respectivamente. um dos personagens que chega é o judeu. ele carrega uma cabra consigo. 
pausa: na grécia antiga, o termo "tragédia" pode ter se originado da expressão "canção do bode". ele seria sacrificado em honra a dioniso -- assim mesmo, sem o "i" -- dioniso. o que isso significa? após a invasão romana sobre região grega, encontramos a captura desse item da tragédia pelo cristianismo. desta forma, de modo bem maniqueísta, temos a figura do mal -- para os cristãos -- centrada no demônio, cuja representação é um bode. até hoje.
voltando a vicente, século 16.
o judeu é caracterizado como figura desprezível, à medida que carrega consigo o tal bode, símbolo do mal para os cristãos. resultado: o anjo não o recebe, sequer responde os apelos do judeu. e o diabo não quer levá-lo em sua barca! no fim das contas, o diabo acaba tendo pena do judeu e o leva ao inferno, numa prancha atada ao barco, porque, no limite, ele nem poderia entrar na embarcação.
daí, na aula, pensamos sobre racismo, sobre intolerância. ficamos ainda pasmados com tanto caso de violência sobre o outro simplesmente porque esse "outro" é diferente da gente na cor da pele, no modo como se conecta a seus deuses, na maneira como se veste ou como se comporta sexualmente. é bem doloroso. 
a escola é sim um lugar de debate sobre esse tema tão caro a história das nossas gentes. mas não só de escola vive o ser humano. é preciso denunciar casos de intolerância; educar nossas crianças e, aí, sim, na sala de aula, debater com estudantes de qualquer idade essa questão das diferenças. dá pra usar a literatura, a arte plástica, o cinema, a ciência, até o próprio pensamento dá pra usar. e denunciar sem medo casos de racismo. não ficar neutro. só detergente é neutro. você não.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

semana de arte moderna: cem anos 1922-2022

 

                                                [lustre original - instalado em 1911]

a construção do teatro muncipal de são paulo demorou cerca de seis anos, mais ou menos, para ser terminada. uma estrutura de estilos diferentes, contendo art nouveau e o neoclássico, pelo menos. sua inauguração foi em 1911.
di cavalcanti, mario de andrade, villa lobos, oswald de andrade, renê thiollier, anita malfatti, brecheret, ronald de carvalho, graça aranha, dentre outros, são os artistas dessa história marcante para nossa sociedade.
patrono do espaço é mesmo carlos gomes, maestro nascido em campinas, s paulo.
na praça ramos de azevedo, ao lado do prédio, há estátua dele. e, dentro do teatro, sobre o palco, também sua efígie está impressa, como se vê na imagem aqui.


                                    [ teatro municipal - são paulo ]

 saiba mais sobre o evento!

                           



terça-feira, 29 de maio de 2018

o bem-amado - resumo - dias gomes





peça teatral de dias gomes 
1962
modernismo brasileiro

sucupira
bahia

no enterro de mestre leonel fixa-se a ideia de que a cidade de sucupira precisa de um cemitério... estão levando o velho pescador morto para outra cidade.

prefeito : odorico paraguaçu
secretário : dirceu borboleta

amante do prefeito : dulcinea
esposa de dirceu : dulcinea
coveiro : chico moleza
jornalista : neco pedreira
primo : ernesto
irmãs de dulcinea : judicea e dorotea

jagunço : zeca diabo

depois de pronto o cemitério era necessário inaugurá-lo e, com isso, expor a imagem de um prefeito trabalhador. contudo, necessário um defunto.
nesse meio, dirceu desconfia que sua mulher tem um amante. o secretário de odorico fez voto de castidade. passa o tempo caçando borboleta. sem metáfora.

quer saber como termina essa história ?

assista-me!






quinta-feira, 19 de maio de 2016

romeu e julieta




conhece a história amorosa com sabor de tragédia?
claro que sim.
sabia que há uma chance de que uma certa julieta tenha mesmo existido? pois é... 
saiba mais agora!




pedras no sapato

  no livro " f elicidade ", gianetti expõe que no século 18, o período iluminista apresentava uma equação que pressupunha uma harm...

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