na peça "vestido de noiva" (n. rodrigues), a personagem alaíde sofre alucinações em cama de hospital, vê figuras do passado, revive realidades... a criatura de "frankenstein" (shelley) com certeza deve ter sofrido um tanto, antes de abrir os olhos amarelos, na alemanha. há outros aqui, na estante, sofrendo do mesmo mal, como naziazeno (os ratos), luís (angústia), quixote (d. quixote), mersault (o estrangeiro), sidonio rosa (venenos de deus, remédios do diabo) ou mesmo hamlet, que dispensa comentário. tudo povo alucinado. angustiado.
domingo, 21 de abril de 2024
céu líquido
na peça "vestido de noiva" (n. rodrigues), a personagem alaíde sofre alucinações em cama de hospital, vê figuras do passado, revive realidades... a criatura de "frankenstein" (shelley) com certeza deve ter sofrido um tanto, antes de abrir os olhos amarelos, na alemanha. há outros aqui, na estante, sofrendo do mesmo mal, como naziazeno (os ratos), luís (angústia), quixote (d. quixote), mersault (o estrangeiro), sidonio rosa (venenos de deus, remédios do diabo) ou mesmo hamlet, que dispensa comentário. tudo povo alucinado. angustiado.
terça-feira, 16 de abril de 2024
o que é seu fica nos livros
o que é
seu, fica nos livros. a frase é minha mesmo, pode aparecer em alguma publicaçao, de
repente… depende de muita coisa, mas a frase é boa. nicolau é o nome de hoje. polônia, maio de 2010, finalmente fizeram
enterro oficial dele, o nicolau copérnico (1473-1543), chamado pai da astronomia. não
é bem certo, porque os gregos, os egípcios ou os incas já faziam muitas coisas
bem antes de nicolau engatinhar, mas como tudo na vida é marketing, alguém
ficou dizendo ele era o pai, então fica sendo.
o polonês,
além da formação em matemática, também estudou medicina e foi ordenado padre. a questão, para quem não sabe, é que nunca se conheceu, ao certo, o local, na
igreja, onde estaria o corpo do matemático. ele estaria na catedral de frombork,
junto a dezenas de outras pessoas, sem identificação precisa, desde o século 16. então, fuçando
em algumas ossadas e combinando com dna encontrado num livro que ele manuseava
– havia fiapo de cabelo nele –, chegou-se a uma conclusão: alguns ossos
encontrados, em 2010, na catedral de frombork, polônia, eram mesmo de copérnico.
o que era dele, tinha ficado nos livros.
quarta-feira, 10 de abril de 2024
água corrente: a fonte que salva
um
arquiteto italiano, lá no século 18, dirigiu e organizou a construção da famosa
fonte de água, em roma. a tal fontana de trevi. muitos arquitetos trabalharam
ali por trinta anos, até ficar tudo pronto. a fonte não só refresca a vida de
quem passa por ali, como inspira as pessoas a pensar a respeito dos símbolos
erguidos: cavalos, mitos, colunatas de inspiração grega... ah, o nome do
italiano: nicola salvi. foi quem começou a coisa.
pois
é, aqui, no país tropical, o calor castiga. não há muito o que salvar, nem reclamar
porque, lá atrás, avisaram. queimadas, especulação imobiliária, ganância,
combustíveis fósseis etc, tudo traria problemas graves. é o que estamos
vivendo.
no conto "a terceira margem do rio", do rosa, um homem sobe num
barquinho reles e parte para o meio da água para nunca mais voltar. dizem que foi
o cansaço da vida em terra. outros falam do calor... alguns citam loucura. outros afirmam que era cruzeirense. não
importa. eu queria mesmo é a fonte.
quinta-feira, 4 de abril de 2024
para viver um grande quadro
[Vinícius de Moraes, 1938 – óleo – 56 x 47 cm - Portinari]
[Maria L Proença, 1938 –
óleo – 60 x 73 cm - Portinari]
durante
muito tempo, não soube que cândido portinari tinha feito retrato do poetinha. e
ainda jovem. folheando "para viver um grande amor", do
vinícius, achei uma crônica em que ele reclama com a filha susana, a posse do
quadro. ela, prestes a casar-se, levaria consigo a peça de portinari. a questão
era coerente: a nova namorada de vinícius (futura esposa) tinha sido também
retratada por portinari: maria lúcia proença. o traço do pintor traz uma
sobriedade que talvez não combinasse com ele, mas quem sabe do que se passa em
mente de artista? se susana devolveu-lhe o quadro, não sei. só garanto
que tenho um tanto de inveja desses anos 1930, 40, 50, no rio de janeiro,
por onde passaram figuraças da música, arquitetura, cinema, literatura… de
drummond a guimarães rosa, de vinícius a tom jobim... também clarice, maria martins, niemeyer, garrincha, cariocas ou não, estavam por lá, através do mundo da
política, arte ou simplesmente pela boemia. dizem que tempo bom é o que a
gente faz, então me acalmo… daí, não penso mais em um retrato meu, feito por
portinari… difícil. primeiro, o pintor está morto; segundo, vinícius não me emprestaria a camisa rosada.
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[ supreenda-se com uma personagem de lobato no meio de tudo ]