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cárcere das almas - cruz e sousa - comentário

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gustave doré            CÁRCERE DE ALMAS    Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,    Soluçando nas trevas, entre as grades    Do calabouço olhando imensidades,    Mares, estrelas, tardes, natureza.    Tudo se veste de uma igual grandeza    Quando a alma entre grilhões as liberdades    Sonha e sonhando, as imortalidades    Rasga no etéreo Espaço da Pureza.    Ó almas presas, mudas e fechadas    Nas prisões colossais e abandonadas,    Da Dor no calabouço atroz, funéreo!    Nesses silêncios solitários, graves,    Que chaveiro do Céu possui as chaves    Para abrir-vos as portas do Mistério?!                           Cruz e Sousa  (1861-98) texto de caráter simbolista: descrição do interior humano, sua angústia, além do estilo erudito com apelo ao ...

ninguém viverá nossa dor

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                                                                              [ laerte ] ninguém viverá nossa dor.  ninguém. difícil essa constatação.  mas é real. achar motivação para continuar combatendo os males não só da idade que avança, mas do contexto social do brasil de hoje é árduo. parece que o fim não vai chegar com alguma tranquilidade. violência contra natureza, contra muher, o racismo, a homofobia, os negacionistas antivacina... é muita tristeza! depressão, pré-diabetes, pressão alta, iminência de catarata, ansiedade e fã da ponte preta são alguns motivos para dormir mal quase sempre. durante um tempo achei que poderia ter algum acolhimento, poderia ter reconhecimento por esse ou aquele avanço em algum setor da vida, mas é ilusão. cada um tem sua via ápia pra segui...

8 de março é dia de...

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  hoje foi meu primeiro dia, na sala do curso pré-vestibular. teria sido semana passada, mas foi feriado. é o início do curso de literatura. revisão de tudo, foco nos vestibulares do fim do ano. nada de novo aí. mas calhou de ser no dia 8 de março a aula. então, abri minha caixa de ferramentas, peguei uma das mais pesadas -- o aborto -- e fui com ela pra sala.  mostrei poemas de camões, drummond, até bilac. tirinha do calvin também foi. caminho parecia seguro mesmo. quando mostrei a letra da iza, "dona de mim", já senti que seria um dia bom. a letra é de resistência, é de protesto e bem combina com esse momento em que a violência contra mulheres continua. foi ótimo ler os versos da cantora e compositora. "eu que fiquei quieta, agora vou falar" (iza). em seguida, coloquei uns títulos na tela que envolvem a questão da violência contra mulher. primeiro: "semana de arte moderna 1922" -- que remete à exposição de anita malfatti, cinco anos antes e a crítica fer...

angústia - graciliano ramos - resumo

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ANGÚSTIA romance - - - - narrado em primeira pessoa, luís da silva relata sua vida, em alagoas, como funcionário de repartição pública e de um jornal, ligado ao governo do estado, onde faz crítica literária, em maceió. século 20. década de 30 . m uitos crimes depois da revolução de 30. valeria a pena escrever isto? impossível, porque eu trabalhava em jornal do governo. órfão do pai -- camilo -- luís se mostra, na vida adulta, muito rejeitado. solitário profissional. seus companheiros são moisés e pimentel. vivo agitado, cheio de terrores, uma tremura nas mãos (...) dão-me um ofício, um relatório, para datilografar, na repartição. até dez linhas vou bem. daí em diante a cara balofa do julião tavares aparece em cima do original, e os meus dedos encontram no teclado uma resistência mole de carne gorda. (...) em duas horas escrevo uma palavra: marina. depois, aproveitando as letras desse nome, arranjo coisas absurdas: “ar”, “mar”, “rima”, “ira”, “amar”. u ns vinte nomes...