segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

morrer aos poucos






"não quero que uma nota de alegria se cale por meu triste passamento"

é verso do jovem azevedo, o maneco álvares, lá do século 19.
apesar da pouca idade (morreu ao 21 anos), sabia o que era morrer estando vivo.
não sei se pediria para que a festa continuasse depois que eu explodisse dessa vida... mundo, aliás, que qualquer pinguim cego teria feito um pouco melhor.
justiça, honestidade, respeito, esperança, acolhimento, tudo isso vi sumir no ralo do individualismo, da desconfiança e da raiva.
esse mundo não merece meu respeito.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

o rapto - carlos drummond de andrade



"claro enigma" não é livro fácil de se digerir, quando comparado a "rosa do povo" ou "sentimento do mundo". aqui, repleto de referências clássicas, o livro soa como uma espécie de pedido de renovação da poesia que deveria dar uma guinada mais à via acadêmica, como faria mário faustino com raro rigor ou mesmo haroldo de campos.
aqui, nota-se a referência ao rapto de ganimedes por zeus. este, rei do olimpo, transforma-se em águia e captura ganimedes, jovem de extrema beleza. zeus faz de ganimedes seu amante e serviçal.
a homossexualidade, no poema, é exposta mas com ressalva... tratada como típica de boates com porta de pérolas falsas e com beijos estéreis. o último verso cita "acerbo amor", ou seja, azedo.
enfim, leia, reflita e veja se é culpa, medo ou incompreensão o que move o discurso do mineiro a respeito do amor homoafetivo, coisa tão comum, diga-se de passagem.

O RAPTO

Se uma águia fende os ares e arrebata
esse que é forma pura e que é suspiro
de terrenas delícias combinadas;
e se essa forma pura, degradando-se,
mais perfeita se eleva, pois atinge
a tortura do embate, no arremate
de uma exaustão suavíssima, tributo
com que se paga o vôo mais cortante; 
se, por amor de uma ave, ei-la recusa
o pasto natural aberto aos homens,
e pela via hermética e defesa
vai demandando o cândido alimento
que a alma faminta implora até o extremo;
se esses raptos terríveis se repetem
já nos campos e já pelas noturnas
portas de pérola dúbia das boates;
e se há no beijo estéril um soluço
esquivo e refolhado, cinza em núpcias,
e tudo é triste sob o céu flamante
(que o pecado cristão, ora jungido
ao mistério pagão, mais o alanceia),
baixemos nossos olhos ao desígnio
da natureza ambígua e reticente:
ela tece, dobrando-lhe o amargor,
outra forma de amar no acerbo amor.



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clique e leia matéria da "folha de s paulo" sobre o tema




sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

redação unesp dezembro 2016





entre os 18 e 19 deste mês acontece a segunda fase do vestibular da unesp -- universidade estadual paulista.
nesta fase, a prova de redação é um destaque.
fico pensando em assuntos possíveis para serem discutidos... sugeriria, em ordem aleatória:

1. intolerância religiosa
2. função do voto - política nacional
3. gravidez precoce
4. cem anos de samba - negritude e cultura brasileira
5. desperdício de alimento
6. fidel e o socialismo

ultimamente, o gênero argumentativo é o que o estudante tem encontrado.
no vestibular do meio do ano, 2016, o tema foi o novo modelo de família.
confira

redação comentada - família clica

em dezembro de 2015, a proposta girava em torno de imagens impactantes no noticiário: "banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?"
 clica no vídeo e veja o comentário




para se manter atualizado :  esquerda e direita - o que são? veja o vídeo abaixo



outro tema possível - redação unesp - -    homofobia
clica e reflita :



segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

além da lona





o circo-escola "além da lona" (campinas, sp) apresentou seu fechamento do ano com um espetáculo, no "cis - guanabara" -  centro cultural de inclusão social da unicamp.
liderado por christian mathias o circo-escola "além da lona" fica na rua dr. quirino, 152, campinas, próximo à antiga (e verdadeira) ponte preta; bem perto do colégio ave maria.
em 2017, haverá trapézio, com professor will júnior.
vagas abertas para iniciantes, intermediário e avançado.

vale a pena!


sábado, 3 de dezembro de 2016

o espelho - machado de assis





"o espelho" não deve ser o texto mais conhecido de machado, se compararmos com "missa do galo", "causa secreta" ou "a cartomante", só para ficar em três campeões de materiais didáticos.
jacobina, personagem central, vai expor aos amigos, numa casa em sta tereza, no rio de janeiro, sua teoria sobre a alma humana. ou melhor: as almas.
saber mais?

veja-me!




quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

fidel foi fiel à revolução





trecho de eduardo galeano:

Seus inimigos dizem que exerceu o poder falando muito e escutando pouco, porque estava mais acostumado aos ecos que às vozes.
E nisso seus inimigos têm razão. 
Mas seus inimigos não dizem que não foi para posar para a História que abriu o peito para as balas quando veio a invasão, que enfrentou os furacões de igual pra igual, de furacão a furacão, que sobreviveu a 637 atentados, que sua contagiosa energia foi decisiva para transformar uma colônia em pátria e que não foi nem por feitiço de mandinga nem por milagre de Deus que essa nova pátria conseguiu sobreviver a dez presidentes dos Estados Unidos, que já estavam com o guardanapo no pescoço para almoçá-la de faca e garfo
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                                                   http://www.vermelho.org.br/noticia/290238-1

fidel se bateu pelos mais fracos, isso é fato. chamá-lo de "ditador" simplesmente, apequena quem o diz. ingleses, norte americanos estão a mais tempo ditando regras no capitalismo de resultado, gerando miséria e ampliando indústria bélica, mas isso não vem ao caso para a maioria desletrada que mora na aristocracia. socialistas ou comunistas nunca prometeram disney ou qualquer outro conto de fadas no fim do túnel. capitalismo promete fantasia e nunca entrega. apenas aquela minoria usufui da miséria alheia.
das três grandes revoluções, dos últimos quatrocentos anos, no planeta, duas são socialistas. uma burguesa. qual foi coerente?
por que o embargo a cuba -- conhecido "el bloqueo" -- ainda persiste?

para quem -- como os estados unidos -- que procuram sempre minimizar os feitos sociais pós-revolução de 1958 é muita falta de confiança, não? muito medo. muito.
não sei se é pelo socialismo apenas que se alcançará algum tipo de estabilidade social... mas tenho certeza que não é pelo capitalismo.

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capitalismo é solidão - clica e confere


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