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sábado, 3 de outubro de 2020

meu professor polvo - documentário

 


meu professor polvo, documentário na plataforma netflix. lançado em 2020, é produção sul-africana. indicação da natália carneiro.

direção : pippa ehrlich e jamess reed  

o documentário trata dos mergulhos de craig foster que acompanha a rotina de um polvo fêmea, suas aventuras com tubarão, métodos de caça, maneiras de se camuflar e, principalmente, a relação que ela cria com o mergulhador.

tudo isso em mais de trezentos dias.

tempo mais que suficiente para que craig descubra -- em sua relação com a natureza --, o lado instintivo de existir e, também, a sintonia necessária para perceber que o oceano pode ser uma grande mente.

na escola, sugerir que estudantes -- desde o meio do ensino fundamental 2 até o médio -- façam uma resenha, um comentário e descubram que não se trata apenas de uma temática científica. não é algo específico da área de biologia, por exemplo. 

conceito de inteligência; tempo para respirar; ciclo da natureza a se respeitar; métodos de comunicação...

filosofia, sociologia, produção de texto, arte, educação física, matemática, praticamente todas as áreas podem explorar o documentário em suas aulas... sugerir atividade interdisciplinar e também combinar esse documentário com o livro "ideias para adiar o fim do mundo", do ailton krenak, poderia ser a salvação de tudo, juro.

recomendo.



quarta-feira, 8 de maio de 2019

espalhar educação, conhecimento e cidadania






pela democracia
pelo futuro que se avizinha obscuro e letal
pelo presente que nos esmaga
pelo passado que não deve ser esquecido

este golpe desde 2016 planta a semente do ódio aos pobres, criminaliza a miséria social

é autofagia

necessário se faz manter a população acordada!

educadores de toda ordem
estudantes
diletantes
gente que gosta de viver com justiça

vamos espalhar o que é justo!
o que alimenta o intelecto
vamos compartilhar filosofia, ciência, arte, saúde, prazer, empatia...

por favor







terça-feira, 9 de abril de 2019

já é abril de 2019






ja é abril de 2019 e continuo vendo notícias de gente que afirma ser a terra plana, que não gosta de vacina, que julga o comportamento sexual dos outros, que ataca mulheres, que diz ser o nazismo de esquerda...

já é abril de 2019 e o assassinato de marielle franco continua sem esclarecimento
já é abril de 2019 e o rio de janeiro ainda sofre com enchentes como se fora uma cidade do século 19

é depressivo, é extenuante tentar elaborar tudo isso sem ver brotar o desgosto,  raiva e o desespero no coração

precisa refletir

precisa usar da educação como ferramenta, ponto de apoio, marca de acolhimento para ajudar a despertar, no ser humano jovem um tanto de autonomia e confiança na realidade palpável

é necessário usar do laboratório de ciências da escola pra debater a própria ciência
é necessário reviver cafés filosóficos no pátio
é necessário criar jogos de interação entre estudantes nos espaços livres da escola

já é abril de 2019

segunda-feira, 25 de março de 2019

mais platão menos prozac - marinoff






seguindo a linha aberta, com sucesso, por sautet (um café para sócrates), Marinoff procura seduzir o leitor com a tentação do momento : filosofia. filosofia aplicada ao cotidiano, assinala o subtítulo. 
logo de cara, o filósofo diz a que veio : 
"na medida que as instituições religiosas estabelecidas perdem cada vez mais a sua autoridade e que a psicologia e a psiquiatria excedem os limites de sua utilidade na vida das pessoas (e começam a fazer mais mal que bem), muitas pessoas estão passando a ser dar conta de que a especialização filosófica abarca lógica, ética, valores, racionalidade, tomada de decisão em situações de conflito ou rico e todas as vastas complexidades que caracterizam a vida humana. (...) durante todo este século [XX], um grande abismo se abriu debaixo de nós quando a religião retrocedeu, a ciência avançou e o significado se extinguiu."

marinoff defende a ideia de que a filosofia deveria fazer parte de todo processo de educação. na verdade, hoje, recuperar valores comuns, mínimos de convivência entre pessoas e o próprio meio-ambiente parece não ser tarefa fácil, no ocidente voltado apenas para a estrada do "compro-vendo-financio".
nesse ritmo, o grande embuste do século vinte, a psicologia, colaborou para que se fizessem, no máximo, relatos de posturas, síndromes ou justificativas (quase sempre superficiais) para suicídio, depressão, dificuldade em se relacionar ou facilidade para fazer contas mentalmente. daí a brincadeira com "prozac"... marinoff traz relatos de como a filosofia ajudou, de fato, pessoas a resolver conflitos como separação matrimonial, postura ética na escola, dúvidas sobre opção ideológica (vida comum ou monástica, por exemplo), o que vem a ser "o bem", essas coisas. o crescimento de cafés filosóficos e aconselhamentos, tanto informalmente como em clínicas, numa tentativa — segundo marinoff — de superar as limitações de trabalhos psicoterápicos, tornou-se uma tônica, nesse mundo cheio de catástrofes, como as guerras, exploração econômica ou verticalização de conhecimento como sinônimo de progresso.
o livro é pretensioso, direto, defende bem o peixe do autor e ainda ataca a ferida de muita gente ligada às humanidades, na medida que contrapõe filosofia e psicologia. e esta última fica devendo a que veio.

mais dicas ?
assista-me !

quinta-feira, 14 de março de 2019

o pequeno príncipe - exupèry - atividade com




se vc, educador, professora, educadora gosta de livros e possui alunos entre final do ensino fundamental 2 e início do médio, vale a dica para atividade:

- o que fazer

leitura do livro "o pequeno príncipe" - a. exupèry

- sugestões de atividades :

1. lido o livro, questionamentos verbais, em sala:

a) o que faz o personagem ser entendido como "príncipe", na história?
b) por que amizade é importante para o príncipe ?
c) como o leitor percebe uma crítica aos reinados?


2. alunos escrevem um bilhete ao escritor

- - obviamente, exupèry está morto (desapareceu e nunca foi encontrado), mas uma atividade fictícia em que os alunos possam expor dúvidas


- alunos escrevem uma pergunta ao escritor


- professor recolhe os bilhetes e, surpreendentemente, distribui os bilhetes a outros estudantes, na sala, de modo que cada um tenha uma pergunta pra responder como se fosse o escritor


3. discutir com eles essa ideia: todos temos direito a momentos de isolamento e reflexão... assim como de compartilhar sentimentos de angústia ou tristeza... é humano ficar triste, é humano estar depressivo... não se deve, penso, abominar essas questões e sim tratar, lidar, deixar o outro expressar que é tímido, que é mais recolhido... acolher o outro... ser amigo é também isso

4. se houver tecnologia disponível, no processo, os estudantes podem fazer postagens, numa rede social, usando hashtag #opequenoprincipe e também #letradeletra (assim eu também participo) e colocar pequenos depoimentos de até 30 segundos, sobre o livro, marcando outros amigos e professores....


saiba mais !
clica no vídeo aqui


clique e veja  também

sábado, 9 de dezembro de 2017

nem tudo está perdido - "um café para sócrates"





marc sautet, já falecido, produziu uma das pérolas da leitura, no século 20.
terapia pela filosofia.
desde quando palestrava, nos domingos, no café de phares, paris, até a publicação do livro, sautet viu crescer o reino da chamada literatura de auto-ajuda. não vejo nada disso em "um café para sócrates". aliás, antes dele, robert johnson lançou a trilogia "he", "she" e "we" - de que pretendo falar em breve - cujo tema é o relacionamento humano. "he" tem como base prometeu. é a masculinidade em questão. "she" trata de psique, aquela mesma que fez ricochetear a seta do amor de eros... toda ela uma alegoria só da construção de uma figura que poderia existir para satisfazer homens. mitos, aliás, têm como premissa a origem no pensamento humano... mais exatamente o masculino.
voltando ao "café...", é uma leitura interessante, linguagem simples e muitas surpresas quanto a encontrar soluções para dilemas individuais vale a pena.
enfim, quer saber mais sobre o livro?

assista-me!



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

o mundo de sofia - debates para sala de aula




"o mundo de sofia", gaarder, é um romance da década de 1990. ele pretende, através da história de uma menina de 14 anos, fazer um turismo por mais ou menos dois mil e quinhentos anos de pensamento filosófico, no ocidente. vendeu muito. virou best seller rápido. 
o livro não se pretende filosófico, mas sobre a filosofia. mostra, de modo quase didático, como era o pensamento de aristóteles, darwin, descartes, kant ou marx. 
o pecado mais marcante é ausência de nietzsche. mas sobre isso você fica sabendo nos assistindo.
isso: eu e henrique subi.

clica!


quinta-feira, 1 de junho de 2017

humano, demasiado gente




nunca gostei da autoajuda.... primeiro porque é um eufemismo da religião ocidental que, nada, nada, conduz a pessoa... limita, prevê derrotas se não seguir o caminho xis, enfim, mais doutrina que liberta.
segundo porque cria outros problemas (chamados "metas") para o indivíduo continuar sempre procurando um novo livro....
expressões como "sucesso"; "vitória" ou "felicidade" são como um mantra, nessa sub-literatura que, nada, nada, é isso mesmo, má ficção.

ler esse artigo só fez melhorar minha consciência a respeito disso
aplaudi de pé
se vc curte autoajuda e afins, melhor não abrir o link abaixo

quarta-feira, 24 de maio de 2017

a transparência do mal




é possível definir o mal?
e aqui, mal com "L", por favor.
muita gente crê que o mal venha a ser o contrário do bem. considero tal ideia de um simplismo quase infantil.
se considerarmos razoável que o "bem" seja uma abstração, uma sensação prazerosa, então, o mal seria uma coisa, um objeto, já que se admite ser ele o contrário do bem. se é o contrário de uma ideia, então é uma coisa, um ente orgânico. talvez a maçã! talvez o asteroide que dinamitou dinossauros... vai saber.

bom, eu tentei dizer o que penso a respeito do mal. veja-me!


domingo, 4 de setembro de 2016

o que é felicidade




vicente de carvalho, dezenas e dezenas de anos atrás, publicou "velho tema", um sonetinho quase despretensioso abordando a felicidade que, segundo se lê, existe mas nós não alcançamos porque sempre pomos onde não estamos. o livro é de 1908, "poemas e canções".


Só a leve esperança, em toda a vida,

Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.



O eterno sonho da alma desterrada
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.



Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,



Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.


e daí, você deve estar perguntando.
daí que resolvi falar do assunto, oras!
veja-me !


quinta-feira, 21 de julho de 2016

a maldição do preconceito (escola sem partido)






os tais homofóbicos, que cultuam a cultura do estupro, racistas e intolerantes em geral já descobriram que quanto mais se estuda, mais se quer conhecer o movimento da humanidade e, por isso, a tendência é busca de harmonia, de paz, de vida coletiva, conhecido vulgarmente como "bem-comum". 
a direita que sustenta a ideia de que pode haver escola sem ideologia se mostra uma aberração sem tamanho. não existe situação de troca de ideias em que não haja caráter ideológico. e nem digo que o tal caráter deva ser "de esquerda" ou "direita". 
quando se ataca a escola supostamente partidária o alvo é o discernimento. o alvo é poder de argumentar. quem não argumenta, deixa para outros fazerem. quem não lê, precisa acreditar no que outros dizem. é o que ocorre exatamente com o crescimento da bancada evangélica, no congresso, em sua maioria conservadora e nunca apresentaram projetos sociais que defendessem a população brasileira como um todo. ela é manipuladora. usa do nome dos mitos (no caso o deus cristão) para amealhar votos e ludibriar fiéis. além de tudo, são, hoje, golpistas.
não é possível que se esteja discutindo proibição de pensamento, em pleno século 21. a democracia facilita a manifestação de todo mundo, inclusive os de extrema-direita. agora, é de uma burrice tamanha que se queira discutir formalmente a censura, em escolas, quando o que se tem dentro delas é justamente o debate e o pensamento crítico. como dar aula de história sem condenar o nazismo? como ler "navio negreiro" (séc 19) sem falar do racismo de hoje? o que será das aulas de literatura ou história, filosofia, ciência, tudo, com essa merda de projeto?
"o primo basílio"por exemplo, será apenas um romance sobre adultério? -- e por isso vai ser banido das escolas, ahã --, assim como "dom casmurro"? e "hamlet"? e "othelo"? felizmente, mesmo que o projeto passe, duvido que alguém de direita consiga ler literatura sem dormir na segunda página de qualquer livro. apoiar um projeto desses é vergonhoso. 


sexta-feira, 24 de junho de 2016

muitas perguntas, muitas....




"uma pergunta por dia" é um livro interativo interessante.
bem mais do que aquelas manias de colorir, garanto.
dezenas de perguntas, uma por dia, página a página. dura cinco anos.
parece bom. parece longo....

saber mais?

me veja:


quarta-feira, 22 de junho de 2016

novo filme chegando





está realmente impressionante a caminhada da produção do nosso novo filme...
até final de julho descobrirão!


sexta-feira, 17 de junho de 2016

tiros em orlando








de novo, essa barbárie fundamentalista. e olhe que muito jornalista chamou de "terrorista", só pra esconder a verdadeira causa dos crimes.
12 de junho, 2016. madrugada.
uma pessoa e uma AR-15. uma pessoa.
atirando em centenas de pessoas, matando 50, esse tal omar não queria matar homossexuais... queria matar uma ideia, um conceito.... não conseguiu. atingiu pessoas. 
não é diferente daquilo que muitos países (incluindo a terra natal de omar) fazem quando dizem que lutam contra as drogas: matam pessoas. fica claro que a luta não é contra as drogas, mas isso é outra conversa.

o debate sobre gênero e intolerância sexual está latente.

veja o que fiz:


quarta-feira, 18 de maio de 2016

a consciência do mal




 “o mito de sísifo” é um capítulo dentro do livro que leva este mesmo nome, assinado por albert camus, em 1943. ele, escritor modernista, lavado de existencialismo. 
penso nesse texto porque falo e falarei sempre de “a hora e a vez de augusto matraga”, do rosa, nosso melhor escritor. o livro em questão é “sagarana“, de onde “a hora e a vez…” é um dos contos. “sagarana” é palavra composta, meio germânica, meio tupi. numa tradução livre, teríamos “à moda de histórias épicas“. são narrativas míticas. aventuras que provocam reflexão. longe da realidade, o homem se realiza mais, penso eu.
voltando ao camus. sísifo é elemento da mitologia grega que é condenado a carregar uma pedra até o cimo de um monte. ela, por ser o que é, rola para a planície. sísifo desce o morro e faz o caminho de subida novamente. até que a pedra role novamente. isso seria o mal. o castigo? o castigo em si ou a consciência do trabalho inútil?
em “a hora e a vez de augusto matraga” pode-se dizer que o mal é a vingança que, para nhô augusto, se fazia necessária. não vou resumir a história aqui, não é isso que importa, nesse espaço. a questão é expor a ideia do mal para que, sustentado por alguma verdade, se tenha domínio sobre o medo do mal. não sei o que é pior, juro: um ou outro. o que faz matraga sair à revelia da razão, montado num jumento, pode não ser loucura, mas medo dela. matraga é figura criada para resolver questões à bala. como se sabe, passa quase sete anos, mais ou menos, no sítio do casal quitéria e serapião, regenerado. supostamente. provocado por joãozinho bem-bem e por seu próprio medo de não recuperar mais identidade perdida, matraga sai do sítio e vai ao seu destino. é redenção. é felicidade. é o enfrentamento do mal.
em “o mito de sísifo“, camus expõe sua curiosidade. diz ele: “Sísifo vê então a pedra resvalar em poucos instantes para esse mundo inferior de onde será preciso trazê-la de novo para os cimos. E desce outra vez à planície. É durante esse regresso, esta pausa, que Sísifo me interessa. Um rosto que sofre tão perto das pedras já é, ele próprio, pedra! Vejo esse homem descer outra vez, com um andar pesado, mas igual, para o momento, cujo fim nunca conhecerá. (…) Em cada um desses instantes em que ele abandona os cumes e se enterra pouco a pouco nos covis dos deuses, Sísifo é superior ao seu destino. É mais forte que o seu rochedo.
ter a consciência do mal não nos faz menos sofredores, mas é meio caminho para um enfrentamento. o mal não se resolve. um samba de vinícius vaticina: “tristeza não tem fim; felicidade sim”. 
se como muita gente apressada diz que o mal é o oposto do bem, então tudo é permitido. o mal seria um “bem invertido”. pausa para riso de escárnio. balela. se o bem é uma sensação de conforto, prazer, então temos um conceito abstrato para este bem. logo, se o mal for mesmo o oposto do bem, então ele não é uma ideia, uma abstração, sendo então possível encontrá-lo em um objeto, numa gaveta ou estampado em camisas. pois é. o mal sendo contrário do bem é raciocínio que interessa aos religiosos cristãos, nada mais. o mal como não-ser está presente desde antes de agostinho (séc V d.c.). se se pensa que o ser é o bem, então o mal é aquele nada. aquele que não é. difícil definir o não-ser sem apresentar contradição. à medida que se conceitua, se nomeia esse “não” então ele deixaria de ser o “não” para já ter alguma existência, mesmo que em conceito. mal é aquilo que acontece enquanto o prazer não vem. algo parecido com outro mito, o de tântalo. ele, castigado também, está numa região natural e, ao buscar água, esta se distancia; ao erguer-se para colher frutos, estes se erguem, em seus galhos, impedindo a tântalo de os alcançar. querer, desejar, é infinito. alcançar o equilíbrio da pedra no alto do morro já é sonhar demais….