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domingo, 24 de março de 2024

pensar na morte esvazia ansiedade

 

                                                        criação arte: carlos h carneiro
                                                                      -  via i. a.  -

na crônica  "sobre morte e morrer", machado registra: "qualquer de nós teria organizado este mundo bem melhor do que saiu". é a primeira linha. queria ter escrito isso, embora todo mundo diz tal coisa com outras palavras, gestos ou até silêncio. organizar o mundo é necessário, a começar pela vida própria. e pensar na morte esvazia um pouco a ansiedade, acreditem. falando nisso, mortes na literatura: pode-se começar por aquela quase suave em "iracema"; ou a sanguinolenta de "a hora a e a vez de augusto matraga" ou ainda a intensa de madalena, em "são bernardo". há outros tantos textos que passam pelo assunto “morte”, como em "o cortiço" (efeitos da miséria), "noite na taverna" (efeitos do álcool) ou "nove noites" (efeitos da angústia). 
numa outra crônica "considerações sobre o suicídio", o mesmo machado dispara: "(...) a questão do suicídio é antes resolvida no sentido da fraqueza que no da coragem. é um problema psicológico fácil de tratar entre o largo do machado e o da carioca. se o bond for elétrico, a solução é achada em metade do caminho".
uma pilhéria ácida esse machado de assis (1839-1908).


* o nome "largo do machado" faz referência ao oleiro andré machado que, no século 18, era dono de terras no lugar

quinta-feira, 6 de abril de 2023

casa velha - machado de assis - resumo

                                                 

casa velha é narrativa relativamente curta, em prosa, e chamamos de "novela". o trabalho de machado saiu na revsita "estação", entre 1885 e 86.

o que tem nessa história:

rio de janeiro: 1839 é o tempo da narrativa. um casarão já antigo -- a casa velha -- com antônia, a viúva do ministro de d pedro I, no comando do lugar. há uma capela, no espaço externo.

 destaques
  padre narrador - 32 anos
  félix - filho de antônia
  antônia - viúva, dona da casa
  cláudia - 17 anos, órfã, cuidada por tia mafalda, educada na casa velha
  vitorino - moço humilde pretendente de cláudia (lalau)
  sinhazinha - futura esposa de félix

a trama : padre narrador quer escrever uma história sobre política nos tempos de pedro I. por indicação, vai até uma casa velha porque lá há documentos que podem ajudar a pesquisa, uma vez que o dono da casa, já falecido, foi ministro do rei. na casa velha, o padre desconfia de um amor entre félix (filho de antônia) e cláudia (lalau).
leitor fica sabendo que a mãe de félix não quer a relação pelo fato da moça ser pobre. por insistência na liberação da relação entre ambos, o padre acaba descobrindo -- via d. antônia -- que os jovens podem ser irmãos, porque o tal ministro teve um caso extraconjugal com mãe de lalau. os jovens tomam ciência do fato, ficam tristes, separam-se.

mais tarde, o padre faz novas pesquisas e acaba sabendo que o filho que o minsitro teve com a mãe de cláudia faleceu com meses de idade. não era lalau, então, a irmã de félix: ela já era nascida quando o caso extraconjugal do marido de antônia se deu. tudo parecia resolver-se, quando o padre descobre que antônia inventou mesmo a história da possibilidade dos jovens serem irmãos justamente para separá-los. antônia tinha noção de que lalau não era irmã de félix... o tal padre narrador tenta reaproximar os dois, mas não dá certo: a jovem prefere ficar longe da casa pois o tal ministro envergonhou sua família. fim.

   . . . . . . . . . . . . .  .  .  .  .  .   .   .   .

a "casa velha" pode sim ser uma representação figurada do império brasileiro da época. existe a dona do espaço (antônia), existe o clero (narrador) e existe um pedro II querendo a maioridade (félix).
assuntos como a guerrados farrapos e a maioridade iminente do filho de pedro I permeiam a narrativa, é bom saber: eles são citados sim, daí ser relativamente fácil fazer o paralelo entre o casarão de antônia e o império brasileiro.
há uma outra questão importante, envolvendo padre narrador e sua personalidade, por conta da citação de um livro, visto dentro da casa: "storia fiorentina" e mostra uma nova visão sobre a relação do religioso com os dois jovens -- o que torna a capa do livro, no alto deste post, bem mais significativa.
agora, pra saber tudo, você precisa ver o vídeo abaixo.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

novo livro de carlos h carneiro, abolição via vargas, sai em dezembro 2021

 

                                       [ visconde de mauá, 2010, foto do autor ]

comecei a escrever "abolição via vargas" em fins de março, 2021.
é um romance. 

a história nasceu por conta de exercícios terapêuticos, durante sessões de análise.
empolgado com os resultados, juntei pedaços desses textos e desenvolvi uma trama. 
mais ou menos assim: narrador personagem sai do local de trabalho apenas uma vez por semana, passeia pela cidade.
o cenário é campinas.
um certo domingo, passando pela rua barão de jaguara, e leitor fica sabendo fatos sobre o maestro carlos gomes, cuja estátua ali se encontra.

figuras como bierrenbach e santos dumont (que morou na cidade) tornam-se destaques, assim como o francês hercules florence.
não vou estragar a leitura dando corda e clarear o conflito.

você precisa ler.
mas adianto: além dos gajos citados acima, a deusa iara,
 machado de assis, luisa xavier de andrade, miguel do carmo, índia moema e washington luiz são figuras igualmente essenciais para a trama toda.

quando sai o romance? 
dezembro 2021, via amazon e clube de autores.
revisão da amiga professora ana dias vitale

aguarde!

siga-nos : @carneiro_liter

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

bons dias! crônicas de um machado monarquista


49 crônicas  -   abril de 1888 a agosto de 1889
jornal "gazeta de notícias" rio de janeiro

em alguns textos é possível ler que um tal policarpo assina as crônicas -- é o personagem-cronista, assim como um relojeiro (como na primeira crônica)

para contextualizar:
as crônicas tratam do período de transição entre a monarquia e a república

IMPORTANTE

5 abril, 1888 - -  primeira crônica
       [ trecho ]

Bons dias! 
Hão de reconhecer que sou bem criado. Podia entrar aqui, chapéu à banda, e ir logo dizendo o que me parecesse; depois ia-me embora, para voltar na outra semana. Mas, não senhor; chego à porta, e o meu primeiro cuidado é dar-lhe os bons dias. Agora, se o leitor não me disser a mesma coisa, em resposta, é porque é um grande malcriado, (...) e que eu, explicando-me com tão nobre franqueza, não me refiro ao leitor, que está agora com este papel na mão, mas ao seu vizinho. Ora bem!
Feito esse cumprimento, que não é do estilo, mas é honesto, declaro que não apresento programa. Depois de um recente discurso proferido no Beethoven, acho perigoso que uma pessoa diga claramente o que é que vai fazer; o melhor é fazer calado. Nisto pareço-me com o príncipe (...) e faz lembrar um sujeito muito alto e louro, parecidíssimo com o Imperador, que há cerca de trinta anos ia a todas as festas da Capela Imperial, pour étonner de bourgeois; os fiéis levavam a olhar para um e para outro, e a compará-los, admirados, e ele teso, grave, movendo a cabeça à maneira de Sua Majestade. São gostos de Bismark. O príncipe de Bismark tem feito tudo sem programa público; a única orelha que o ouviu, foi a do finado Imperador, — e talvez só a direita, com ordem de o não repetir à esquerda. (...)
  Boas noites!

apresentação geral - - ocorre a metalinguagem, aqui: 
cronista explica o que vai e o que não vai fazer, dentro da crônica

- falta um programa, um plano de trabalho para os textos
- receoso de discurso recente (f. viana), prefere não falar claramente
- ferreira viana antecipou a abolição, em discurso, no clube beethoven
- machado era sócio-bibliotecário, no clube 
 - pour etonner de bourgeois  - - para surpreender os burgueses
- compara-se a bismarck que age sem programa público
- cronista se diz um ex-relojoeiro: relógios do mundo não marcam a mesma hora
- partido liberal versus império: quem faria abolição seria mesmo o império
- dantas e saraiva - líderes do conselho - abolição sem indenização
- diz o cronista que ficará no jornal até a chegada do bendegó - - meteorito trazido do nordeste, em 1888, em processo demorado --  até hoje a grande pedra está no museu nacional, quinta da boa vista, mesmo depois do incêndio de 2018

4 de maio
[ trecho]

...Desculpem, se lhes não tiro o chapéu; estou muito constipado (...) Passo as noites de boca aberta. Creio até, que estou abatido e magro. Não? Estou; olhem como fungo. E não é de autoridade, note-se; ex auctoritate qua fungor, não, senhor; fungo sem a menor sombra de poder, fungo à toa...Entretanto, se alguma vez precisei de estar de perfeita saúde, é agora, por várias razões. Citarei duas:A primeira é a abertura das Câmaras. Realmente, deve ser solene. O discurso da princesa, o anúncio da lei de abolição, as outras reformas, se as há, tudo excita curiosidade geral, e naturalmente pede uma saúde de ferro. O meu plano era simples; metia-me na casaca, e ia para o Senado arranjar um lugar, donde visse a cerimônia, deputações, recepção, discurso. Infelizmente, não posso; o médico não quer, diz-me que, por esses tempos úmidos, é arriscado sair de casa; fico. (...)
Boas noites!

ex auctoritate qua fungor - pela autoridade que exercito
- tem curiosidade de ver a abertura dos trabalhos nas câmaras
- interesse em entender a política do ceará / conversa com senador castro carreira
- os partidos seriam dois ou quatro: questiona os princípios desses partidos
- há dois grupos políticos: aquirás e ibiapabas
- fica sabendo que são dois princípios: boa educação e auxiliar a província
- senador fica cansado da conversa com o cronista

machado, ao longo de seus textos, acaba igualando feitos históricos nacionais e internacionais ao cotidiano do rio de janeiro, com seus bondes, animais de carga, gente comum, pobres, ricos. por isso, minimiza a importância de tudo, tratando os fatos com ironia ou alegorias, deixando claro o tom de superioridade dele próprio -- quem escreve -- sobre seus leitores, assim como da situação política.

cronista compara o episódio da entrevista com político do ceará ao enredo de uma peça de alfred mussett, ou seja, desdenha da ação civil, borrifa sarcasmo sobre o republicano

MUITO IMPORTANTE : machado era sim monarquista

11 de maio
[ trecho ]

Vejam os leitores a diferença que há entre um homem de olho aberto, profundo, sagaz, (...) (eu em suma), e o resto da população. Toda a gente contempla a procissão na rua, as bandas e bandeiras, o alvoroço, o tumulto, e aplaude ou censura, (...)  mas ninguém dá a razão desta cousa ou daquela cousa; ninguém arrancou aos fatos uma significação, e, depois, uma opinião. (...) me custava a achar uma opinião. (...) Não foi o ato das alforrias em massa dos últimos dias essas alforrias incondicionais, que vêm cair como estrelas no meio da discussão da lei da abolição. (...) Lá que eu gosto liberdade, é certo; mas o princípio da propriedade não é menos legítimo. Qual deles escolheria? (...) Não quis saber mais nada; desde que os interessados rompiam assim a solidariedade do direito comum, é que a questão passava a ser de simples luta pela vida, e eu, em todas as lutas, estou sempre do lado do vencedor. Não digo que este procedimento seja original, mas é lucrativo. Alguns não me compreenderam (porque há muito burro neste mundo); alguém chegou a dizer-me que aqueles fazendeiros fizeram aquilo, não porque não vissem que trabalhavam contra a própria causa, mas para pegar uma peça ao Clapp (...)

- cronista admite que escravatura traz miséria mas faz ressalva e afirma que ficou em dúvida sobre qual postura apoiar: abolição ou "princípo de propriedade" -- ou seja, cronista expõe dúvidas sobre processo de liberdade para escravizados

- clapp - joão fernandes clapp presidente da confederação abolicionista -- segundo consta é uma história improvável, ele teria levado escravos fugidos de volta a seus donos ... parece mesmo uma pós-verdade do cronista
. . . . . . . . . . . .  .  .   .  .  .  .  .   .

"(...) O capitalismo iria provocar importantes e curiosas medidas para garantir a integridade nacional. Buscando tecnologia e mão de obra qualificada, Alfredo d’Escragnolle, o Visc de Taunay, apresentou ao Senado um projeto de nacionalização, no qual consta que “todo estrangeiro que tiver residência efetiva no Brasil, por espaço de dois anos, será considerado cidadão brasileiro” . Esse incentivo à imigração em larga escala foi comentado por Machado de Assis na crônica de 28 de outubro de 1888. O projeto de renacionalização, como chamamos, conta com a ajuda de várias áreas de conhecimento que estavam unidas desde o começo do século XIX a fim de garantir a integridade nacional, como a História, a Geografia, a Literatura e o jornalismo, que se encontrava em ascensão (...)." 
                                         - "bons dias! no avesso da república" - - marta pinheiro
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crônica 6 setembro 1888

"Não é pelo gosto de imitar o Fradique Mendes que uso tomar nota de algumas frases parlamentares (...)"

- eça de queiroz criou personagem em "a correspondência de fradique mendes" que possuía o hábito de ler o "diário das câmaras": quando encontrava alguma frase maluca, ridícula, sublinhava em vermelho. formou ele o "livro de ouro da sandice parlamentar"
. . . . . . . . . .  .  .   .   .   .   .    .   . 
saber mais :

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

minhas dicas fuvest janeiro 2020


                                                                                              dicas quentes!

leia, pesquise, estude, veja os vídeos, se puder...

TEMAS PARA PESQUISA E ESTUDO

* quincas borba e o humanitismo - - romance satiriza, genericamente, teorias científicas do final do século 19

* angústia e o existencialismo  - - ser humano fadado a fazer escolhas... e se responsabilizar por elas

* minha vida de menina - -  personalidade de helena e o contraste com as posturas das figuras masculinas

* o cortiço - -  questão da moradia; negritude criminalizada; bertoleza é a iracema do realismo (um português abusa de seu corpo e de sua origem, por isso morre)

* epígrafes de "sagarana" - - releia as epígrafes e estude como elas se relacionam com seus respectivos contos
                            -- clique aqui -   epígrafes de sagarana - leia agora cada uma - clique aqui!

* mayombe - - floresta é tratada como "prometeu" africano: quem foi prometeu? por que tratar a floresta desta forma?

saiba mais - -







quarta-feira, 20 de novembro de 2019

vestibular fuvest tem a cara de angústia e quincas borba




sim, domingo, 24 de novembro, tem mais vestibular
FUVEST

a quem interessar possa

os livros "angústia" - graciliano e "quincas borba" - machado, têm minha preferência para este primeiro round

dois romances de caráter crítico
o primeiro, modernista, década de 1930; o segundo, realista, final do século 19.

temas ?
veja :


  • interrupção da gravidez
  • loucura
  • ascensão social via relacionamento amoroso
  • existencialismo
  • coronelismo
  • comunismo



fica a dica - veja mais sugestões !




quinta-feira, 23 de maio de 2019

o espelho e as máscaras




                                                [ champaigne - "vanitas" - séc 17 ]


falei com meus alunos, esta semana, sobre o conto "o espelho"  -- veja vídeo, ao final do texto, aqui -- de machado de assis.

a história é simples. jacobina, aos vinte e poucos anos de idade, rio de janeiro, século 19, é alçado ao cargo de alferes o que causa júbilo na família e certa inveja em alguns amigos.
a tia marcolina lhe dá de presente um espelho, lá dos tempos de joão sexto. num determinado momento da narrativa, jacobina se vê sozinho, no sítio da tia -- que se ausentou por uns dias -- e treme de medo. passa dias nervoso, tenso. os escravos tinham fugido. para piorar, olhava no espelho grande que ganhara e não via sua imagem. as leis da física só voltaram ao normal depois que ele vestiu sua farda de alferes. 

é um conto sobre a vaidade.
no texto, usam-se expressões como "alma exterior", "alma interior".

padre vieira e muitos sacerdotes cristãos também condenavam a vaidade.

até hoje, dar destaque a si mesmo, tatuagens, apliques no cabelo, lentes de contato coloridas, pulseiras, anéis, piercings pelo corpo, tudo ainda causa alguma repulsa em muita gente.

apesar de haver quem se diga distante da cristandade -- nascedouro das condenações à liberdade humana -- muita gente se pega julgando e mostrando repulsa ao que pode tornar alguém um destaque.

é pena.





quarta-feira, 27 de março de 2019

conto de escola - machado de assis - atividade com




texto curto, narrativo, um conflito. é definição rasa de um conto.
machado foi mestre nesse gênero.

em sala de aula, fundamental 2 ou médio, fomentar reflexão e debate sobre relações pessoais

o que fazer

1. ler com os estudantes ou pedir que leiam em casa

2. questionar, para a sala, o que eles perceberam de diferente ao lerem sobre um dia dentro de uma escola, no século 19, quando comparado com o dia de hoje

3. a mesma pergunta, agora a respeito do que se manteve, na escola de hoje, desde o que se leu em machado

4. pedir à classe que repare na postura do pai de pilar quanto a seu futuro: ser capitalista, comerciante... e o que faz pilar, em sala de aula?... negócio!

5. o que seria melhor para o filho do professor, ao invés de pedir a um colega as respostas do exercício?

6. professor policarpo está preocupado com a provável ascensão de pedro segundo, com menos de 16 anos, ao poder... fica entretido com o jornal... repare que a cena final, do menino de calças novas atrás dos oficiais com tambor, lembra bem batedores adiante do imperador que, não por acaso, teria idade parecida com a de pilar
7. o nome do narrador, "pilar", sugere que tipo de relação entre ele e raimundo?


saiba mais:

quarta-feira, 25 de julho de 2018

25 de julho - dia do escritor




sim, dia 25 de julho é dia do escritor. em 1960, após sucesso do primeiro festival do escritor, o ministro da educação pedro paulo penido instituiu o dia para homenagear pessoas das letras.
adivinhem quem era o vice-presidente da união nacional dos escritores? sim, jorge amado. arroz de festa. enfim, paciência.
dito isto, segue a lista.

os melhores escritores do brasil, segundo critério meu.

se não concorda, faça a sua lista, crie seu blog, seu canal, toque um clarim e erga-se um pendão.
aqui, vai a minha lista


10. graciliano ramos
[regional e universal: escrevia pra mudar as coisas ]

9. joão cabral de melo neto
[ lírico e racional; popular e erudito ]

8. raduan nassar
[ sintético e poético e quase musical ]

7. vieira 
[ filosófico e sarcástico ]

6. clarice lispector
[ densidade e arrebatamento ]

5. paulo emílio salles gomes
[ em um livro só, "três mulheres de três pppês", ficou eterno ]

4. gonçalves dias
[ elaborou e executou projeto literário em versos]

3. carolina de jesus
[ visceral e irônica]

2. machado de assis
[ universal e divertidíssimo ]

1. guimarães rosa
[ reiventou a linguagem ]

* clarice era ucraniana, mas escreveu tudo em português
** vieira era português mas boa parte de sua obra se insere na realidade nacional

curtiu?
divulga!!

não curtiu ?!
divulga pras falsiane e pruzinimigo

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

aula memórias póstumas de brás cubas - machado




* converse com seus alunos sobre o período literário: decadência do romantismo; ascensão do realismo  [ matéria psicológica; crítica social; norma culta ]

* a tirinha de angeli, acima, abre chance de se falar das correntes de pensamento, na segunda metade do século 19: darwnismo [há também o marxismo, positivismo e determinismo]

* excelente oportunidade para continuar valorizando a saúde do estado laico; deixar para escolas confessionais a crença em mitos etc. e mesmo nas confessionais,  diante de qualquer assunto, há de se respeitar a ciência

* "mem póstumas de brás cubas", 1881, é considerado o início do período realista, no brasil

* mostre o prefácio :

"Que Stendhal confessas haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é que admira e consterna. O que não admira nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal. Nem cinquenta, nem vinte e, quando muito, dez. Dez? Talvez cinco. (...) Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos coisas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, e aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus." [ Machado de Assis ]
  
* destacar o caráter prepotente, ácido, arrogante do narrador

* se houver tempo, leia o início do capítulo "o menino é pai do homem"; reforce a ideia de que o caráter científico domina a época... o narrador irá deixar claro, ao leitor, que aquilo que se viveu e aprendeu, na infância, será a base para o adulto... daí a licença poética "menino que é pai do homem", ou seja, é a criança que determina o que o adulto será

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professor(a),  
a ideia, aqui no blog, nesta série, não é ser definitivo, com algo muito extenso, em cada post... mas sim deixar material suficiente para uns 50 ou 40 minutos

algo para, de repente, um exercício, depois do seu debate, uma avaliação, uma tarefa de casa...
use este material como lhe convier!

acompanhe, toda semana, uma aula diferente
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siga-me!
@literaturapretensiosa
@carneiro_liter

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mais sobre machado :






quarta-feira, 9 de agosto de 2017

conto de escola e as relações com a sala de aula




narrativa curta

um conflito

o debate está na corrupção, na delação e no modo como o professor conduz seu processo educativo

pilar é o narrador e recorda um momento vivido, na escola, quando tinha por volta de 10 anos ou nove. a relação professor-aluno é posta em xeque. a relação custo-benefício da corrupção também.

o que dizer, depois de centena de anos?

o que mudou na escola ?

saiba mais assistindo-me !





terça-feira, 11 de abril de 2017

literatura na redação dica #2





é relativamente fácil enriquecer sua argumentação, dentro de sua redação dissertativa.
temas como "reforma agrária"; "individualismo" ou mesmo "religiosidade" podem ser ilustrados por obras como "vidas secas" (graciliano) ; "o espelho" (machado) ou mesmo "corpo fechado" (rosa).

assista e melhore seu texto!



sábado, 3 de dezembro de 2016

o espelho - machado de assis





"o espelho" não deve ser o texto mais conhecido de machado, se compararmos com "missa do galo", "causa secreta" ou "a cartomante", só para ficar em três campeões de materiais didáticos.
jacobina, personagem central, vai expor aos amigos, numa casa em sta tereza, no rio de janeiro, sua teoria sobre a alma humana. ou melhor: as almas.
saber mais?

veja-me!




sexta-feira, 18 de novembro de 2016

cinco livros para ler no verão




você vai entrar em férias, entre dezembro e fevereiro? quer presentear alguém?
anote cinco - 5 - dicas de leitura que devem agradar um leitor sadio.
[ ... para ler no verão e no resto das suas vidas ]

a ordem é aleatória, já adianto.

1 - as flores do mal - baudelaire -  poesia francesa, século 19, antecipa o realismo, resvala no romantismo; um primor de ritmo e lirismo

2 - terra sonâmbula - mia couto - romance histórico e surreal, valorizando a luta do povo moçambicano, entre fim do século 20 e começo do 21. um livro sobre literatura pura.

3 - conto da ilha desconhecida - josé saramago - prosa curta, narrativa envolvente, escrita no fim do século 20, ambientada no 16. um homem à procura de uma ilha que talvez não exista.

4 - a metamorfose - franz kafka - conto expressionista, início do século 20, expõe a degradação humana, numa época de capitalismo selvagem. bizarro e necessário.

5 - dom casmurro - machado de assis - o melhor livro deste autor... e, talvez, o melhor do país, sem mais comentários

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divirta-se !













segunda-feira, 12 de setembro de 2016

capitu não é desdêmona





“dom casmurro” parece ser livro mais conhecido que lido. pelo menos, durante muito tempo, foi assim. hoje, com a retomada de Machado nos vestibulares, a situação do romance machadiano toma outros ares. referências como “othelo”, augusto, nero, “fausto”, metalinguagem, digressão, tornam o texto menos difuso para o leitor desavisado.

mais que a questão do adultério, cometido ou não por capitu, temos aqui uma história centrada na personalidade de Bento Santiago. filho único, muito protegido pela mãe, bentinho é o “inocente útil” dessa história, pretendido tanto por josé dias como por capitu --  cada um a seu modo, diga-se. narrador pouco confiável, Bento destila o egocentrismo e a carência afetiva com quem quer que seja, desde Manduca e escobar, até mesmo capitu ou o filho ezequiel, quase morto pelo café envenenado que não chegou a tomar. As digressões de bento adulto e a recorrência à metalinguagem, dão o sabor íntimo a essa história que possui características tanto do classicismo, como a coesão e busca da clareza, como também do Impressionismo, quando se trata da recriação do passado.  o dado “realista” está na preocupação com o psicológico; no modo ora cáustico, ora sensível com que o narrador se refere às pessoas, como na caracterização de tio cosme; do vizinho que ele conhece “de vista e de chapéu” ou nas referências a capitu e seus olhos. não temos aqui a idealização da mulher e do amor como encontramos no romantismo, mas sim uma preocupação em comparar, filosoficamente ou apenas por ironia (valorizando o leitor inteligente) a sua vida a uma ópera. compará-la também à tragédia othelo, ou mesmo valorizando sua “ingenuidade” diante da perspicácia de pessoas como josé dias, capitu e escobar.