[ champaigne - "vanitas" - séc 17 ]
falei com meus alunos, esta semana, sobre o conto "o espelho" -- veja vídeo, ao final do texto, aqui -- de machado de assis.
a história é simples. jacobina, aos vinte e poucos anos de idade, rio de janeiro, século 19, é alçado ao cargo de alferes o que causa júbilo na família e certa inveja em alguns amigos.
a tia marcolina lhe dá de presente um espelho, lá dos tempos de joão sexto. num determinado momento da narrativa, jacobina se vê sozinho, no sítio da tia -- que se ausentou por uns dias -- e treme de medo. passa dias nervoso, tenso. os escravos tinham fugido. para piorar, olhava no espelho grande que ganhara e não via sua imagem. as leis da física só voltaram ao normal depois que ele vestiu sua farda de alferes.
é um conto sobre a vaidade.
no texto, usam-se expressões como "alma exterior", "alma interior".
padre vieira e muitos sacerdotes cristãos também condenavam a vaidade.
até hoje, dar destaque a si mesmo, tatuagens, apliques no cabelo, lentes de contato coloridas, pulseiras, anéis, piercings pelo corpo, tudo ainda causa alguma repulsa em muita gente.
apesar de haver quem se diga distante da cristandade -- nascedouro das condenações à liberdade humana -- muita gente se pega julgando e mostrando repulsa ao que pode tornar alguém um destaque.
é pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário