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negritude e jade picon - tema de redação

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                          [ jade picon e a sandália com temática afro ] coloquei, aqui, dois textos como uma coletânea para você, estudante, se basear e desenvolver uma redação argumentativa: pode ser artigo de opinião, crônica argumentativa ou a clássica redação modo-enem, modo-fuvest etc. os textos são estes abaixo, basta clicar, ler e voltar aqui jade e acm neto - privilégios da branquitude comunidade preta reage a jade picon o que é importante desenvolver se encontrar proposta que exiga uma argumentação e ainda peça soluções para questão do racismo. primeiro: diferença entre racismo estrutural e institucional. - r acismo estrutura l: sociedade cresceu baseada na ideia de que o negro é inferior ao branco (também vale para comunidades indígenas) - r acismo instituciona l: prática de segregação feita por instituições que se sustentaram no racismo estrutural; por exemplo: empresas que simplesmente não contratam negros; pub...

encomenda - cecília meireles - comentário

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             ENCOMENDA                            Cecília Meireles [1901-64]   Desejo uma fotografia   como esta — o senhor vê? — como esta:   em que para sempre me ria   como um vestido de eterna festa.   Como tenho a testa sombria,   derrame luz na minha testa.   Deixe esta ruga, que me empresta   um certo ar de sabedoria.   Não meta fundos de floresta   nem de arbitrária fantasia...   Não... Neste espaço que ainda resta,   ponha uma cadeira vazia.                              [ Vaga Música, 1942 ] poema sobre passagem de tempo e a possibilidade de assumir a solidão. assumir ou constatar, simplesmente. eis aí uma doença que aflige dez entre dez pessoas sensíveis. sempre. o eu do texto quer -- na fotografia --  imagem que seja alegre; quer...

democarcia, vera magalhães e a eleição de 2022

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  milly lacombe, mais uma vez, deixando claro o mundo atual: " Vera Magalhães virou alvo da violência Bolsonarista. Não são lobos solitários que investem contra o corpo e a dignidade da jornalista. São agentes bem orientados por um tipo de lógica de morte que há mais de quatro anos controla esse país em todos os níveis. O Bolsonarismo precisa da violência de gênero como um vampiro precisa de sangue. Esse é um dos pilares que estruturam a sociedade que bolsonaristas querem erguer (...)  Nesse projeto de sociedade, florestas viram pó, corrupção está liberada (chamam rachadinha que é para não assustar) , pessoas negras não apitam muito, LGBTQs podem morrer porque não fazem falta. Nessa sociedade, a lógica é miliciana do começo ao fim. Vera Magalhães foi escolhida por essa turma covarde para virar, literal e simbolicamente, o rosto do inimig o (...) "  [ portal UOL ] c lique para ler o texto todo de mil ly olhem, esse atual governo (2019-22) já causou muita trinca na vida b...

mais uma vez - legião urbana - comentário

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                                                                           [ l egião urban a, b rasíli a, década 1980 ]         MAIS UMA VEZ                        [ Renato Russo ]    Mas é claro que o sol   Vai voltar amanhã   Mais uma vez, eu sei   Escuridão já vi pior   De endoidecer gente sã   Espera que o sol já vem   Tem gente que está do mesmo lado que você   Mas deveria estar do lado de lá   Tem gente que machuca os outros   Tem gente que não sabe amar   Tem gente enganando a gente   Veja a nossa vida como está   Mas eu sei que um dia a gente aprende   Se você quiser alguém em quem confiar   Confie em si mesmo   Quem acred...

quem somos

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[ abolição via vargas - 2021 ]           carlos henrique carneiro , nascido em ribeirão preto, sp - formação: letras, unicamp, 1984 a 88                                              [ aos 17 anos, personagem de "deus me livre", puntel, ed ática ] inciou profissionalmente no colégio graphos, 1986, nas cidades de são josé do rio pardo, mococa, itapira e esp. s. pinhal, todas no estado de são paulo. professor de literatura e redação. trabalhou na rede objetivo, em campinas, mogi-mirim, mogi-gauçu e bragança paulista, tudo isso entre 1986 e 95. por quase vinte anos, trabalhou no colégio visconde de porto seguro -- 1992 a 2010 ( coordenador e professor ), em valinhos.  desde 2020, é professor de literatura e história da arte, no curso alethus, rede poliedro, valinhos. mora em campinas.  escritor:    " poeta em construção ", 1982 ;...

disfarça e chora - cartola - comentário

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      DISFARÇA E CHORA       Cartola (1908 - 80)   Chora, disfarça e chora  Aproveita a voz do lamento  Que já vem a aurora  A pessoa que tanto querias  Antes mesmo de raiar o dia  Deixou o ensaio por outra  Ó triste senhora  Disfarça e chora  Todo o pranto tem hora  E eu vejo seu pranto cair  No momento mais certo  Olhar, gostar só de longe  Não faz ninguém chegar perto  E o seu pranto, ó triste senhora  Vai molhar o deserto  Chora, disfarça e chora   . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   . samba critica com algum escárnio o amor platônico de uma senhora por alguém. este objeto do desejo acaba indo para outra pessoa. "deixar o ensaio" pode significar metaforicamente, ensaio de escola de samba, ou seja, o sambista mudou de escola antes do carnaval; ou então: seu amor se foi antes da realização amorosa desejada... o que gerou choro. repa...

papai noel às avessas - drummond

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                                       [ ilustração de di cavalcanti para drummond, anos 1920 ] drummond tem um poema despretensioso, desses que só funcionam quando a gente lê os outros do mesmo livro. enfm, chama-se " papai noel às avessas ". nele, o leitor acompanha a entrada de um papai noel numa casa humilde e ele sai de lá carregando os brinquedos das crianças.  o texto saiu no jornal, pela primeira vez em 1927. di cavalcanti gostou e fez desenho. pouco tempo depois, em 1930, o poema seria publicado em "alguma poesia". " papai noel às avessas " ilustraria a vontade do poeta de expor mazelas sociais e situações do cotidiano de vidas urbanas. o homem que entrou na casa queria um tanto de alegria. queria os brinquedos.  ame-se mais, dizem os animadores de neurônio alheio. goste-se. confie em si mesmo apenas... etc etc...  esse papai noel larápio do texto realmente pensou ...

segue neste soneto a máxima de bem viver - gregório de matos

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  SEGUE NESTE SONETO A MÁXIMA DE BEM VIVER QUE É ENVOLVER-SE  NA CONFUSÃO DOS NÉSCIOS PARA VIVER MELHOR A VIDA   Carregado de mim ando no mundo,  E o grande peso embarga-me as passadas,  Que como ando por vias desusadas,  Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.  O remédio será seguir o imundo  Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,  Que as bestas andam juntas mais ornadas  Do que anda só o engenho mais profundo.  Não é fácil viver entre os insanos,  Erra, quem presumir, que sabe tudo,  Se o atalho não soube dos seus danos.    O prudente varão há de ser mudo,  Que é melhor neste mundo o mar de enganos  Ser louco co's demais, que só, sisudo.               Gregório de Matos, século 17, Bahia poeta está decidido a ir na contramão da lógica conservadora e unir-se aos chamados "néscios" -- como diz o título -- ou seja, juntar-se aos idiotas, ignorantes, loucos.  ter an...

elza é filha de virgília e mãe de helena

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  elza é fräulein.  a senhorita. 35 anos , cultura alemã. o livro: "amar, verbo intransitivo" (mário de andrade). elza é professora de piano e vai, nesta história, ter a função de ser a iniciadora amorosa do jovem carlos alberto, 15 anos. é o romance de mário é de 1927. virgília é a não menos famosa amante de cubas, lá em machado de assis. e helena vem do século 20, no livro "três mulheres de três pppês", do paulo emílio, um dos melhores que já li.  ambas carregam um protagonismo ímpar, dado o contexto de suas aparições: virgília em fins do século 19 e helena pela década de 1930.    saber mais? veja o vídeo abaixo.

sim - cartola - comentário

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             SIM            Cartola [ 1908 - 80 ]   Sim,   Deve haver o perdão   Para mim   Senão nem sei qual será   O meu fim   Para ter uma companheira   Até promessas fiz   Consegui um grande amor   Mas eu não fui feliz   E com raiva para os céus   Os braços levantei   Blasfemei   Hoje todos são contra mim   Todos erram neste mundo   Não há exceção   Quando voltam a realidade   Conseguem perdão   Porque é que eu Senhor   Que errei pela vez primeira   Passo tantos dissabores   E luto contra a humanidade inteira      . . . . . . . . . . . . .   .  . samba com jeito de relato pessoal. o poeta está indignado porque não foi perdoado em função de sua blasfêmia, ou seja, culpou os céus e o "senhor" pela infelicidade amorosa. pessoas à sua volta criticam esta má ação, o que gera revolta, uma vez q...

o destino e a má poesia

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                                                                  [ laerte ]    na cultura ocidental, carneiro costuma ser símbolo de sacrifício    só isso

masculinidade tóxica

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  milly lacombe deu a letra a respeito do episódio da simulação tosca de penalidade protagonizada por neymar, neste julho 2022, em um jogo amistoso, contra uma equipe japonesa: (...) Abel Ferreira recentemente disse que somos ruins em formar homens. Não sabemos mesmo. Embora ele falasse apenas a respeito da classe "jogador de futebol" a verdade é que somos uma sociedade absolutamente fracassada na masculinidade tóxica. Incentivados a não amadurecerem. Incentivados a serem espertos. Incentivados a não levarem desaforo pra casa. A ludibriar, ter vantagem, (...)  Abel está certo. Falhamos nesse negócio de formar homens. (...)  A boa notícia é que é possível desprogramar esse negócio de masculinidade tóxica. Muitos homens estão nessa aventura. Muitos estão na batalha para se deseducar de padrões limitantes. Muitos estão lendo mulheres, escutando mulheres, estudando mulheres, citando mulheres. E muitos estão sendo bem sucedidos na tarefa. Para sorte de todos os envol...

silêncio de um cipreste - cartola - comentário

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       SILÊNCIO DE UM CIPRESTE              Cartola [ 1908 - 80 ]   Todo mundo tem o direito   De viver cantando   O meu único defeito   É viver pensando   Em que não realizei   E é difícil realizar   Se eu pudesse dar um jeito   Mudaria o meu pensar   O pensamento é uma folha desprendida   Do galho de nossas vidas   Que o vento leva e conduz   É uma luz vacilante e cega   É o silêncio do cipreste   Escoltado pela cruz . . . . . .   .   .   .   .   .   .   .   . canção expõe nota de arrependimento e busca de acolhimento. a tal da empatia, como se diz nesse nosso século. o eu lírico mostra que seu defeito é pensar no que não fez... parece mesmo que existe culpa, nessa letra de cartola. então, a solução para o defeito seria mudar o pensamento – ao invés de tentar fazer alguma coisa. o pensamento, segundo o texto, é fol...

paraty é de pedra possível

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                                          caborê é cervejaria oficial da cidade de paraty minha amiga tatjana vai a paraty, então, resolvi colocar uma lista de possibilidades aqui, de repente ajuda quatro igrejas, no centro histórico: matriz dos remédios, com praça na frente; igreja do rosário; das dores e a famosa santa rita 1. a rua do fogo é passagem quase obrigatória. ela termina -- ou começa -- numa das laterais da igreja de santa rita. 2. o bar casa coupê é imprescindível: do lado da igreja matriz, na praça, tem no croquete de costelinha sua maior obra. seguido de perto por qualquer outra coisa que contenha frutos do mar. peça a pimenta da casa, por favor. na calçada da frente, na árvore, um comedouro de aves. com sorte, você vê sanhaçus, ferro-velho, cambacicas e outros seres voadores 3. livraria das marés: tem espaço, livros ligados à história da cidade e um café, ao fun...

que é feito de você - cartola - comentário

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      QUE É FEITO DE VOCÊ           Cartola ( 1908-80 )  O que é feito de você ó minha mocidade?  Ó minha força, a minha vivacidade?  O que é feito dos meus versos e do meu violão?  Troquei-os sem sentir por um simples bastão  E hoje quando passo a gurizada pasma  Horrorizada como quem vê um fantasma  E um esqueleto humano assim vai  Cambaleando quase cai, não cai  Pés inchados, passos em falso  O olhar embaçado  Nenhum amigo ao meu lado  Não há por mim compaixão  A tudo vou assistindo  A ingratidão resistindo  Só sinto falta dos meus versos  Da mocidade e do meu violão  . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   .   .   . neste samba, o eu lírico vê que sua mocidade não mais existe. a vivacidade não é mais a mesma. ele  demonstra a tristeza pela passagem do tempo.  o que se lê, aqui, é o poeta ressen...

alvorada - cartola - comentário

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             ALVORADA         Cartola   [1908 - 80]  Alvorada lá no morro, que beleza  Ninguém chora, não há tristeza  Ninguém sente dissabor  O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo  E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo   Você também me lembra a alvorada  Quando chega iluminando  Meus caminhos tão sem vida  E o que me resta é bem pouco  Quase nada, de que ir assim  Vagando numa estrada perdida  Alvorada    . . . . . . . . . .  .  .  .   .  .   .   . samba contrapõe a paisagem do morro à realidade triste do poeta, dentro de seus caminhos "tão sem vida". uma maneira de ter mundo melhor seria o momento da chegada da pessoa amada, comparada, claro, ao amanhecer no morro, lugar sem tristeza e muito lindo. olhem, todos sabemos -- até os que não moram no morro -- que a vida nesses locais é árdua. às vezes...