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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

canção de matar - sophia de mello bryener - comentário

 


   Canção de matar

   Do dia nada sei    O teu amor em mim    Está como o gume    De uma faca nua    Ele me atravessa    E atravessa os dias    Ele me divide

  Tudo o que em mim vive   Traz dentro uma faca   O teu amor em mim   Que por dentro me corta     Com uma faca limpa   Me libertarei   Do teu sangue que põe   Na minha alma nódoas

  O teu amor em mim   De tudo me separa   No gume de uma faca   O meu viver se corta   Do dia nada sei   E a própria noite azul   Me fecha a sua porta     Do dia nada sei   Com uma faca limpa   Me libertarei.

      [ O cristo cigano, 1961, Sophia de M B Andresen ]

aqui, a ideia da morte do cigano -- confirmada nos dois poemas finais do livro -- é ressaltada. a faca que mata acaba dividindo o eu lírico. traz à tona a dualidade: dor e purificação. a faca é elemento de cisão, dor. faca é metáfora de amor e símbolo da morte. há uma musicalidade melancólica nos versos, reforçada pela repetição de "do dia nada sei", sugerindo um estado de suspensão, de incerteza ou alienação diante da passagem do tempo.

parece a fala do escultor, desejando terminar sua busca. ele usará a faca e se libertará do fardo que é buscar um rosto em agonia.

a ideia de um amor que "corta por dentro" remete a uma relação que ao mesmo tempo fere e purifica. a faca pode simbolizar tanto o sofrimento quanto a ideia de libertação. a expressão "faca limpa", ao final traz um tom  ritualístico, como se o ato de cortar fosse necessário. é o corte assassino. 

importantesophia breyner encontrou-se com joão cabral de melo neto, em sevilha, onde vivia o brasileiro que era também diplomata. lá, ela ouviu do próprio joão a lenda de que o escultor espanhol francisco gijón, no final do século 17, recebera uma encomenda de uma estátua de um cristo em agonia. para este fim, o tal artista buscou uma cena que pudesse ver alguém morrendo para conseguir inspiração e fazer seu trabalho. para isso, presenciou o esfaqueamento de um cigano e, assim, obteve material visual de que precisava. depois de pronta a peça de madeira (foto acima), muita gente reconheceu o cigano -- apelidado  "cachorro" -- e passaram então a chamar a capela onde a escultura está de "capela do cachorro". a obra é o "cristo de la expiración" ou "el cachorro de triana". 

  . . . .  .   .

  saiba mais

 



quinta-feira, 8 de setembro de 2022

quem somos


[ abolição via vargas - 2021 ]

          carlos henrique carneiro, nascido em ribeirão preto, sp

- formação: letras, unicamp, 1984 a 88

                             
              [ aos 17 anos, personagem de "deus me livre", puntel, ed ática ]

inciou profissionalmente no colégio graphos, 1986, nas cidades de são josé do rio pardo, mococa, itapira e esp. s. pinhal, todas no estado de são paulo. professor de literatura e redação. trabalhou na rede objetivo, em campinas, mogi-mirim, mogi-gauçu e bragança paulista, tudo isso entre 1986 e 95.
por quase vinte anos, trabalhou no colégio visconde de porto seguro -- 1992 a 2010 (
coordenador e professor), em valinhos. 
desde 2020, é professor de literatura e história da arte, no curso alethus, rede poliedro, valinhos.
mora em campinas. 

escritor:  "poeta em construção", 1982"raposa", 2004; "camões em perigo", 2015; "determinada mandioca", 2013; "literatura não autorizada", 2014; "abolição via vargas", 2021 ; "atlântida" (monólogo - não publicado), 1998  e artigos sobre literatura no ensino médio, resenhas de obras literárias e afins, nesses últimos trinta anos.

1989: publica artigos aos sábados no jornal "diário do povo", campinas.
1998: junho, dia 21 -- com manuela soares --, monólogo "atlântida", escreveu e dirigiu. campinas, sp. apoio editora costa-flosi. assessoria de marcelo campos.

entre 1996 e 2003: professor convidado da pontifícia universidade católica de campinas, para cursos de extensão, na semana de letras da entidade.
entre 1993 e 2009 autor e encenador, teatro estudantil. trabalhos iniciados dentro do colégio visconde porto seguro, valinhos, ensino médio.
2003 : casado com bia balau -- quatro filhos: fabiana, carolina e felipe. cristiana chegou em 2017.
2004: palestra na casa do artista flávio de carvalho  (1899-1973), a convite da prefeitura de valinhos

2004: lançamento do romance "raposa", na bienal do livro, s paulo

2005: palestra faculdade de paulínia, com o tema: gosto, valor e leitura, a convite do professor olivo bedin

2007
: valinhos, abril, palestra sobre arte na galeria joão do monte -- homenagem ao artista

2011 até 2018: 
colégio asther, campinas. professor de literatura e, especificamente, em 2018, também de história da arte. conhece mariana copertino, karen davini, regina ribeiro, adriano lacerda e leonardo crevelario, dentre outros. sintonia. reencontra alexandre souza, professor de biologia que fora seu aluno, em 1989, em mogi-guaçu.

2011: passa a morar definitivamente com beatriz balau.
2011 até 2015, professor de literatura e redação, colégio julio chevalier, campinas. conhece robson orzari, gustavo pansani e silvana rett, referências.

2012, novembro, no papel, casa-se com bia balau. 

2021 março: começa a escrever novo livro: "abolição via vargas"
2021 dezembro, dia 7, sai "abolição via vargas", ed clube de autores 

2022 março: rede globo -- eptv campinas -- faz matéria sobre "
abolição via vargas" (vídeo abaixo)

2024 assina com a editora viseu para um novo romance: "letra líquida"

está no canal   youtube.com/letradeletra  (clica) com resenhas de artes plásticas, música brasileira e obras literárias do brasil e do mundo: mia couto, fernando pessoa, paulina chiziane, borges, cortázar, carolina de jesus, leroux, machado, clarice, mário de andrade, thiago queiroz, kiusam oliveira, ailton krenak, elliot, tom jobim, florbela espanca, di cavalcanti, eduardo galeano, cartola, valter hugo mãe, chico buarque, edgar a. poe, guimarães rosa, kafka, conceição evaristo, camões, ishiguro, emicida, mestre vitalino, eduardo kobra, katia miguel, coleridge, edson capellato, marcos siscar, alencar, adélia prado, henrique subi, augusto dos anjos, luci collin, dentre tantos outros. tem até drummond e jorge amado, acreditem. 




quarta-feira, 20 de outubro de 2021

qual é o seu dia?

 

                             [imagem aleatória de pink floyd para chamar atenção]

existe dia do índio, dia da consciência negra, dia da mulher, da criança, do pai, da mãe, dia do livro, do orgasmo, dia da água... mas um dia pra mim, nunca vi. o dia meu. um dia que fosse feriado. o dia do fulano. ou fulana.
nesse dia, poucos estabelecimentos abririam. e, pra mim, nada de trabalho. a imprensa viria para saber como me sinto, o que teria a dizer, quem espinafrar, por que o sorriso largo ou as lágrimas.

os mais otimistas dirão que um dia meu pode ser o do aniversário.
os pessimistas me mandarão ver se estão na esquina.
os que gostam de vender conselhos dirão que o dia meu é hoje, porque "ontem" e "amanhã" não existem. fico na mesma.

nesse dia, eu excursionaria pra dentro de mim próprio feito uma metástase.
daí, poderia me ver em transformação, ao menos uma vez.
e ai? e o meu dia, como fica? é só o aniversário? 

clichê demais, nada a ver.vou dormir e sonhar com o meu dia. 

pode ser hoje.
pode ser amanhã.

terça-feira, 1 de junho de 2021

o que eu já publiquei

 


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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

a morte da galinha pintadinha





quem diria!
a galinha pintadinha veio morrer bem na minha varanda!
cozinha serve pra muita coisa, mas celebridade merece céu aberto e comemoração.
vejam como ficou a penosa com um refogado de cebola e óleo de coco.


pedras no sapato

  no livro " f elicidade ", gianetti expõe que no século 18, o período iluminista apresentava uma equação que pressupunha uma harm...

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