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Mostrando postagens com o rótulo versos

que é feito de você - cartola - comentário

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      QUE É FEITO DE VOCÊ           Cartola ( 1908-80 )  O que é feito de você ó minha mocidade?  Ó minha força, a minha vivacidade?  O que é feito dos meus versos e do meu violão?  Troquei-os sem sentir por um simples bastão  E hoje quando passo a gurizada pasma  Horrorizada como quem vê um fantasma  E um esqueleto humano assim vai  Cambaleando quase cai, não cai  Pés inchados, passos em falso  O olhar embaçado  Nenhum amigo ao meu lado  Não há por mim compaixão  A tudo vou assistindo  A ingratidão resistindo  Só sinto falta dos meus versos  Da mocidade e do meu violão  . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   .   .   . neste samba, o eu lírico vê que sua mocidade não mais existe. a vivacidade não é mais a mesma. ele  demonstra a tristeza pela passagem do tempo.  o que se lê, aqui, é o poeta ressen...

moça e soldado - carlos drummond - comentário

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     MOÇA E SOLDADO   Meus olhos espiam  a rua que passa.  Passam mulheres,  passam soldados.  Moça bonita foi feita para  namorar.  Soldado barbudo foi feito para  brigar.  Meus olhos espiam  as pernas que passam.  Nem todas são grossas...  Meus olhos espiam.  Passam soldados.  ... mas todas são pernas.  Meus olhos espiam.  Tambores, clarins  e pernas que passam.  Meus olhos espiam  espiam espiam  soldados que marcham  moças bonitas  soldados barbudos  …para namorar,  para brigar.    Só eu não brigo.  Só eu não namoro.     [carlos drummond - alguma poesia, 1930] poema de versos brancos, à moda do primeiro modernismo. segundo a crítica, o livro "alguma poesia" (1930) abre a segunda fase desse modernismo. uma honra para o mineiro de muitos livros. o eu lírico, em "moça e soldado" é figura pacata que só observa o cotidiano. ...

a teus pés - ana cristina césar

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A TEUS PÉS (1982) poesia intimista com gosto pleo cotidiano. linguagem que também apresenta o prosaico, algum humor, versos livres, num livro povoado de referências literárias e de lirismo. . . . . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .   mocidade independente  Pela primeira vez infringi a regra de ouro e voei pra cima sem medir as consequências.  Por que recusamos ser proféticas? E que dialeto é esse para a pequena audiência de serão? Voei pra cima: é agora, coração, no carro em fogo pelos ares, sem uma graça atravessando o estado de São Paulo, de madrugada, por você, e furiosa: é agora, nesta contramão.  . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .    . é confessional, um tanto visceral.  contudo,  há mais jogo de frases do que uma profundidade que l...