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que é feito de você - cartola - comentário

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      QUE É FEITO DE VOCÊ           Cartola ( 1908-80 )  O que é feito de você ó minha mocidade?  Ó minha força, a minha vivacidade?  O que é feito dos meus versos e do meu violão?  Troquei-os sem sentir por um simples bastão  E hoje quando passo a gurizada pasma  Horrorizada como quem vê um fantasma  E um esqueleto humano assim vai  Cambaleando quase cai, não cai  Pés inchados, passos em falso  O olhar embaçado  Nenhum amigo ao meu lado  Não há por mim compaixão  A tudo vou assistindo  A ingratidão resistindo  Só sinto falta dos meus versos  Da mocidade e do meu violão  . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   .   .   . neste samba, o eu lírico vê que sua mocidade não mais existe. a vivacidade não é mais a mesma. ele  demonstra a tristeza pela passagem do tempo.  o que se lê, aqui, é o poeta ressen...

cordas de aço - cartola - comentário

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      CORDAS DE AÇO       Cartola [1908 - 80]  Ah, essas cordas de aço  Este minúsculo braço  Do violão que os dedos meus acariciam  Ah, este bojo perfeito  Que trago junto ao meu peito  Só você violão  Compreende porque perdi toda alegria  E no entanto meu pinho  Pode crer, eu adivinho  Aquela mulher  Até hoje está nos esperando  Solte o teu som da madeira  Eu você e a companheira  Na madrugada iremos pra casa  Cantando   * pinho: v iolão (madeira usada para o instrumento)   . . . . . . . . . . . .  .  .  .   . muito comum, no século 20, referir-se ao corpo das mulheres como "violão", por conta de sua forma ondulada, lembrando a cintura de uma figura feminina.  o texto de "cordas de aço" traz a relação de um músico e seu violão. o  instrumento pegado ao peito indica intimidade e cumplicidade. o poeta está sem "aquela mulher" ( ver...