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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

o caminho difícil


[ rouseeau ]

no livro "conto da ilha desconhecida" (saramago), um homem pede um barco ao rei mas, em princípio, não sabe aonde vai. quer chegar a uma ilha que ninguém conhece. será caminho difícil, pois terá de passar por si próprio.
dante, na "divina comédia", acaba se perdendo, numa floresta e precisa de ajuda... ele também desconhece o caminho a percorrer... vai ser difícil, pois enfrentará só o inferno.
um homem do campo, no conto "a terceira margem do rio" (rosa) expõe a mesma sensação de perda e desconstrução: ele faz um pequeno barco e, sozinho, sai, rio acima, abaixo, num ritmo só seu, adentro, para sempre. vai ser caminho difícil... -- ou o que esse homem passava estava difícil, a gente só imagina.
olhem, pouca gente sai do trilho da razão para seguir um instinto próprio. dizem que ser humano seria sociável, e rousseau, lá no século 18... ah, esquece.

sábado, 13 de janeiro de 2024

o cais em pessoa : durban dentro dele

 

um dos primeiros portugueses que, oficialmente, deixou sua marca por durban, áfrica do sul, foi bartolomeu dias, em 1488. no mesmo lugar, viveu parte da adolescência, o poeta fernando pessoa. ele chegou em 1896, em função do trabalho do padrasto, o cônsul joão rosa. na cidade de durban, pessoa escolheu um heterônimo: c.r. anon (brincadeira com "anônimo").
em 1905, o português das múltiplas personalidades deixava a áfrica do sul.
na cidade, há um relógio em sua memória e uma estátua para bartolomeu dias, a quem pessoa dedicou versos:

    Jaz aqui, na pequena praia extrema
   O Capitão do Fim 
   Dobrado o Assombro, 
   O mar é o mesmo: 
   Já ninguém o tema!

                      (...)

               [in "Mensagem"]

   . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   .



quarta-feira, 1 de setembro de 2021

dona tareja - fernando pessoa

 

                                                       [ do site - quebichotemordeu.com ]

    D. TAREJA

   As nações todas são mistérios.

   Cada uma é todo o mundo a sós.

   Ó mãe de reis e avó de impérios.

   Vela por nós!

   Teu seio augusto amamentou

   Com bruta e natural certeza

   O que, imprevisto, Deus fadou.

   Por ele reza!

   Dê tua prece outro destino

   A quem fadou o instinto teu!

   O homem que foi o teu menino

   Envelheceu.

   Mas todo vivo é eterno infante

   Onde estás e não há o dia.

   No antigo seio, vigilante,

   De novo o cria!

      [ Pessoa, Fernando. Mensagem, 1934 ]

dona tareja é mãe de afonso henriques, o primeiro rei de portugal independente. no século 12, perdeu a batalha de são mamede para o próprio filho, numa disputa de poder. 

aqui, no texto, o eu lírico eleva sua condição humana a uma figura divinizada pois que teria parido um rei. daí, na primeira estrofe, lemos "mãe de reis e avó de impérios".
o "mundo a sós" indica um mistério ainda a ser executado, ainda a ser conhecido. sabendo de todo contexto que cerca o livro, este mistério seria o grande império luso, formado anos depois do reinado de afonso.



sábado, 14 de agosto de 2021

o conde dom henrique - fernando pessoa - os castelos

 

                               
          jangada de pedra, jerônimos, lisboa - portugal
                                  [ foto c.h. carneiro ]

 
   O CONDE D. HENRIQUE

  Todo começo é involuntário.

  Deus é o agente,

  O herói a si assiste, vário

  E inconsciente.

  À espada em tuas mãos achada

  Teu olhar desce.

  «Que farei eu com esta espada?»

  Ergueste-a, e fez-se.


    [ in: Mensagem, 1934, Fernando Pessoa ]


  - notas -

conde d. henrique (1057-1114) - nobre militar, alistado no exército de afonso VI

 (leão e castela) para combater mouros; casou com tareja, filha do rei e tornou-se

 governador do condado portucalense, em 1093

o condado  seria o núcleo do país independente, sob comando do filho de henrique e

 tareja: afonso henriques

. . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .    .


- henrique parece agir sob comando de uma energia maior: "fez-se", é

o que se lê no fim, assim como "deus é o agente", verso 2

- o conde é o embrião do país, como se vê na história e o poema denota

 que, sem saber o que fazer com o poder (espada), apenas a ergueu e isso

 foi o bastante

- a razão pela qual fatos acontecem pode escapar do entendimento: isso

 é uma tônica no livro "mensagem" como um todo

-  homem seria instrumento de algo maior





sábado, 17 de abril de 2021

antônio vieira - poema de fernando pessoa

 


ANTÔNIO VIEIRA

O céu estrela o azul e tem grandeza

Este, que teve a fama e a glória tem

Imperador da língua portuguesa

Foi-nos um céu também

No imenso espaço seu de meditar

Constelado de forma e de visão

Surge, prenúncio claro do luar

El-Rei D. Sebastião

Mas não, não é luar: é luz do etéreo

É um dia; e, no céu amplo de desejo

A madrugada irreal do Quinto Império

Doira as margens do Tejo


  Fernando Pessoa - - Mensagem [terceira parte: "o encoberto"]


poeta sonha com uma nação grandiosa. o momento da publicação é a

primeira metade do século 20.


"quinto império": intepretação do sonho do  rei nabucodonosor 

(babilônia / assíria) quando um quinto império sucederia  os outros

quatro: grécia, pérsia, cristandade, roma

na visão de padre vieira (séc 17) e pessoa (séc 20) este império seria

português 


a nação portuguesa seria pujante novamente quando do retorno de dom

sebastião: na verdade, retorno do que ele simbolizava, ou seja, um

império grandioso e dominador. 

. . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   .   .    .    .


saiba mais sobre o livro de pessoa:


             




domingo, 28 de fevereiro de 2021

mensagem - fernando pessoa - comentário

                                    

me n s a g e m  -  fernando pessoa - portugal

livro publicado em 1934

44 poemas

"mensagem" contém misticismo, lirismo, caráter histórico e ... melhor clicar no vídeo aqui :



quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

lágrimas ocultas - florbela espanca - comentário

 


LÁGRIMAS OCULTAS

                     Florbela Espanca [ 1894 - 1930 ]

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

       [ Livro de mágoas 1919 ]

soneto decassílabo de florbela da conceição espanca.

a palavra "querida" sofreu uma supressão de sílaba para que pudesse manter o verso 2 com a mesma métrica dos demais.
com exclamações e reticências, o poema expõe um eu dilacerado, ferido, pois o presente não é como o passado. nele, houve primaveras, ou seja, felicidades, prováveis amores... depois, como se lê no verso oito, abandono e esquecimento.

o título faz referência á tristeza da alma, interna, daí o termo "ocultas". ninguém pode ver porque caem dentro do próprio eu.
poema pessimista e de influência simbolista: subjetividade; valorização da espiritualidade; apego ao que é vago, impreciso.

saiba mais : 



segunda-feira, 13 de julho de 2020

sophia de melo breyner andresen - livro sexto



LIVRO SEXTO
sophia de melo breyner andresen [1919 - 2004]

  • versos que se referem ao mar, constantemente
  • poesia predominantemente lírica
  • fez homenagem a fernando pessoa
  • buscou o universal dentro da história portuguesa
  • século 20


mesmo que fale somente de pedras ou de brisa, a obra do artista vem sempre dizer-nos isso: que não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência mas que somos, pelo direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser 
                                                         [sophia - posfácio - livro sexto]


saber mais ?
assista-me



terça-feira, 9 de junho de 2020

mensagem - fernando pessoa



                                       nazaré - portugal - foto do blog

livro contendo 44 poemas de caráter nacionalista, místico e histórico

mensagem é obra de fernando pessoa (ele-mesmo) - ortônimo

título original seria "portugal".
poeta alterou, mas manteve, no novo nome, o mesmo número de letras.

a mensagem, em si, pede que o país cresça e reassuma um espaço de protagonismo, como se viu entre os séculos 15 e 16


O INFANTE
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Pessoa - Mensagem 1934

"infante" é aquele que há de ser -- filho de reis mas não diretamente ligado ao trono. o texto, como se sabe, é dedicado a dom henrique, morto em 1460

o texto faz referência á rotunda forma do planeta, uma então novidade, no tempo deste infante. a mágoa reinante no desfecho é similar à que se lê em "mar português", mas bem menos contundente
aqui, neste "infante" parece que a vontade de deus ou o sonho humano se esfarelou. o mar está, deus é, mas portugal carece de bom destino

o fim do império luso, reza a lenda, teria começado com o sumiço de dom sebastião, 1578

como um todo, o livro "mensagem" possui três partes : O Brasão, Mar Português e O Encoberto

messianismo, nacionalismo, sebastianismo, tudo isso em versos que apresentam lirismo sem exageros ... e apontam para história passada do país.

vale a pena!
clique abaixo para saber mais!




sexta-feira, 14 de junho de 2019

saudade de pedra futebol clube



                                                     [ bartolomeu dias, áfrica do sul ]


a seleção portuguesa de futebol, neste 2019, conquistou a liga europa. torneio que veio no lugar da "eurocopa".  competição, aliás, também vencida pelos tugas anos atrás.

em junho de 2010, a seleção brasileira de futebol esteve em durban, áfrica do sul, pela copa do mundo, a jogar contra portugueses. o mesmo lugar que, por acaso, foi de fernando pessoa. o primeiro português, oficialmente, a estar no sul da áfrica foi bartolomeu dias em 1488. já o poeta chegou por lá, mas em 1896, em função do trabalho do padrasto, o cônsul joão rosa. o heterônimo c. r. anon (brincadeira com "anônimo") nasceu em durban. em 1905, o português das múltiplas personalidades deixava a áfrica do sul. na cidade, há um relógio em sua memória e uma estátua para bartolomeu dias, a quem pessoa dedicou versos: 


"Jaz aqui, na pequena praia extrema
O Capitão do Fim  
Dobrado o Assombro, 
O mar é o mesmo:
Já ninguém o tema! (...)"        - ["Mensagem"]

falando em futebol, meu time português, para todo o sempre, está escalado:

GUARDA REDES (camisa 1)–
Vieira

ALA DIREITA (4) – Gil Vicente
DEFENSOR (3) –  Mário de Sá-Carneiro
DEFENSOR (2) – Branquinho da Fonseca
LÍBERO – (5) Eça de Queiroz
ALA ESQUERDA – (6Miguel Torga

MÉDIO (11) – Almeida Garrett
MÉDIO (camisa 10) – Fernando Pessoa
MÉDIO AVANÇADO (8) - Camões
AVANÇADO (9) – José Saramago
AVANÇADO (7) - Herberto Helder

técnico -
sá de miranda
massagista - alexandre  o'neill

auxiliar técnico - josé régio

reservas 

guarda redes - ramalho ortigão
defensor - antero de quental
meia defensivo - camilo castelo branco
ala -  bocage
médio - joão de deus
avançado - camilo pessanha


terça-feira, 7 de maio de 2019

antero de quental - poesia universal





antero de quental [ 1814 - 91 ]

poesia pós-romântica

poeta filósofo

protagonista da questão coimbrã

amigo de germano meireles

quase amigo de ramalho ortigão

inimigo natural de antonio castilho


saiba mais sobre os temas acima, nesses dois vídeos!






quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

navegar é preciso...etc...etc



     


meus amigos sonia e gustavo vão a portugal, em fevereiro, daí fiquei animado a dar umas dicas.
serão cinco ou seis dias, segundo me escreveu sonia.

em lisboa & arredores :

[ a ordem é aleatória ]

1. praça do comércio - nela há o museu da cerveja e o café martinho da arcada... e com fernando pessoa...tudo de bom

2. castelo de são jorge - é perfil de um parque, hoje.... vista linda do centro velho e tem café, além da construção milenar em si

3. igreja n. s. do carmo - fica no chiado, tem museu lá dentro, túmulo de fenando e tal

4. mosteiro dos jerônimos - dispensa apresentações - fica no bairro de belém

5. torre de belém - idem, idem ... detalhe para um rinoceronte esculpido numa borda externa ... é a construção mais emblemática da cidade... daquela praia saíam as naves de gama e cabral

6. padrão dos descobrimentos - colado na torre de belém, dezenas de metros de altura, concreto, dom henrique na proa; dá pra subir e curtir a vista do tejo - - das dezenas de estátuas que ladeiam a embarcação, tente achar camões... tente achar diogo cão, o que gostava dos padrões

7. LX factor - colado na ponte 25 de abril, espaço de uma antiga fábrica, abriga lojas, bares, arte pop

8. museu dos coches - o nome diz tudo

9. alfama - miradouro de santa luzia - marca a estada dos árabes pela região...vista do tejo, azulejos, roupas nas janelas, vielas... 

10. sintra - castelo e centro histórico com as ruinhas estreitas e o encantamento


- - enfim, há mais, bem mais por lisboa, praça da figueira, o elevador de sta justa, o café "a brasileira", cais do sodré e seu mercado, igreja da sé (caminho para são jorge), cascais e sua boca do inferno, museu do azulejo ... desses dez itens acima, se puderem passar por pelo menos oito, acho que ganham o selo "sei um pouco do país todo", juro

- - galera de portugal curte bastante pedro 4o. - - é o nosso "primeiro" aqui; o teatro próximo à praça da figueira, neoclássico, leva o nome de maria, a sua filha mais velha

- - al usbuna seria o nome antigo de lisboa, qando tomada pelos muçulmanos, na idade média, antes da reconquista 

- - eu prefiro a versão poética que dá conta da viagem de ulysses, grego homérico, que teria viajado até a foz do tejo... aí, ele teria fundado uma comunidade conhecida como "ulissipona"... por corruptelas fonéticas foi sendo sonorizado o nome para "lisbona", "lispona" ... lisboa

lembrem-se:

banheiro = casa de banho
gelada  =  fresca
ônibus  = comboio
legal; joia; bacanérrimo = giro
neblina = nevoeiro
sardinha = sardinha mesmo
deus  = cristiano ronaldo
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possíveis contradições do editor - - 

* casas de fado - não foi; não gosta... o autor demorou pra assumir em função de muito preconceito  e possíveis retaliações.... mas agora, depois dos 50 de idade, tá se achando poderoso... então, não sabe o que dizer dessa arte  [acho triste pra caramba, vontade de cortar os pulsos depois]

* andar de tuck tuck - experiência só para quem não costuma guardar rancor... detestei

* filas - neste janeiro, por passar pouco tempo em lisboa, não encaramos filas para, por exemplo, a casa dos pastéis de belém, ao lado dos jerônimos ... assim, como não entramos - desta vez - no mesmo mosteiro... fila é para os fortes, boa sorte

. . . . . . . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .    .











segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

pedro e inês - história de portugal




o que significa a mais trágica história de amor de portugal acontecida lá no século 14?

por que se uniram? quem os separou?

para saber, clica no vídeo:



domingo, 20 de janeiro de 2019

sagres é memória de pedra





o que aconteceu com a "escola de sagres"?
portimão? o que é? 

por que são importantes?

para saber mais, clica no vídeo:


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

sophia -- um robô em sua vida 2017





parece assustador. e é.
várias considerações. seu nome é sophia. tudo a ver. sugestivo. entre o clichê e o shakesperiano.
o robô foi desenhado e construído com um perfil feminino... estereótipo da brancura do hemisfério norte, recebeu cidadania saudita e, como se esperava, a chiadeira aconteceu porque parece que a máquina terá mais direitos que as humanas de verdade.
em portugal, sophia concedeu entrevista. ou seria melhor dizer... seus programadores concederam? sophia existe? seria ela apenas o aparelho pelo qual falam seus programadores...?
que fase da humanidade.
divertido é, no fim.






terça-feira, 8 de agosto de 2017

sete anos de pastor - luís de camões




                                

 Sete anos de pastor, Jacob servia Labão

 Pai de Rachel, serrana bela

 Mas não servia ao pai, servia a ela

 E a ela só por prêmio pretendia


Os dias, na esperança de um só dia

Passava, contenda-se com vê-la

Porém o pai usando de cautela

Em lugar de Rachel, lhe dava Lia


Vendo o triste pastor que com enganos

Lhe fora assim negada sua pastora

Como se a não tivera merecida


Começa de servir outros sete anos

Dizendo: mais servira se não fora

Para tão longo amor, tão curta a vida


      [ Rimas, 1595 ]

                                               Luis Vaz de Camões [1524-80]

NÃO SE PERCA

sete : número místico para os cristãos, que envolvia a quantidade de pecados capitais
e também a de planetas, até então, conhecidos... ainda na mitologia cristã, foi o tempo
total que deus gastou para fazer o mundo... incluindo o dia de descanso,
porque ninguém é de ferro.

 


PARA SABER MAIS

soneto de intensidade lírica expõe personagem que seria capaz de ultrapassar

os limites da seara do tempo e do trabalho para ficar com seu amor.

num efeito de linguagem amorosa, afirma-se, no início, que jacob não servia

ao sogro, enquanto trabalhava nas terras da família, mas sim a rachel, seu

prêmio por tamanho esforço. o final do ciclo de trabalho prometia, então, bem mais do que isso.

no início da trama, foram sete anos apenas contentando-se com vê-la. ai,
quanto platonismo. na real, mais trabalhoso que vencer o tempo, neste caso, era encarar a inhaca da irmã.
apesar de nomeados e datados os personagens, o poema ganha contorno
universal por conta do seu tema: a submissão ao amor; o desejo que faz
o amado superar dilemas, enfim, resquícios do lirismo medieval.
não se esqueça: decassílabos com predominância do acento na sexta
e décima sílabas (heroico).




terça-feira, 20 de junho de 2017

a máquina de fazer espanhóis - valter hugo mãe





narrativa densa, reflexiva e dinâmica desse angolano valter hugo lemos -- que adota, no mundo literário, o "mãe" -- expõe o final da vida de antônio jorge da silva, torcedor do porto, idoso, 84 anos, após o falecimento de sua esposa laura. 
a filha elisa o coloca num asilo, "feliz idade". o outro filho é tido como inexistente, morto, pelo pai antônio, por não ter vindo aos funerais da mãe. 
seus pertences são retirados, na portaria do "feliz idade" e, em troca, lhe dão uma estatueta de noss senhora, o que torna a situação mais triste, pois antônio é ateu.
o contexto histórico, tempo da narrativa, é o governo salazar, fascista que censurava liberdade dos mais progressistas.
destaque para personagem esteves, presente em "tabacaria", de fernando pessoa e que faz parte do grupo insólito de figuras, no asilo. o "esteves sem metafísica" é símbolo da personalidade do narrador antônio.
por que "máquina de fazer espanhóis" ??
só me assistindo.
boa aula.