nesses tempos em que muito se fala sobre corrupção, vale a reflexão a respeito desta que é uma das mais tradicionais da vida de um estudante: a cola. a mim, está claro que a cola é mais um recurso para conseguir vantagem em um exame que, claramente, está mal feito. uma avaliação cujas respostas cabem entre os dedos da mão ou em bilhetes milimétricos não merece respeito mesmo. professores e orientadores devem sim colocar na ordem do dia a avaliação como meio e não como fim de um processo de aprendizagem. colar não é só a consequência de uma avaliação feita sem critério, mas também em função do espírito de nossa classe média a quem interessa apenas o benefício próprio pelo menor esforço. a classe média, em geral, não gosta de estudar e nem sabe governar-se. dá pena. eles sofrem o tempo todo, falam em crise, corrupção, mas estão sempre prontos a sonegar impostos, parar carro em fila dupla, comprar produtos sem nota ... uma tristeza.
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quarta-feira, 28 de setembro de 2016
cola na escola - tema para redação
nesses tempos em que muito se fala sobre corrupção, vale a reflexão a respeito desta que é uma das mais tradicionais da vida de um estudante: a cola. a mim, está claro que a cola é mais um recurso para conseguir vantagem em um exame que, claramente, está mal feito. uma avaliação cujas respostas cabem entre os dedos da mão ou em bilhetes milimétricos não merece respeito mesmo. professores e orientadores devem sim colocar na ordem do dia a avaliação como meio e não como fim de um processo de aprendizagem. colar não é só a consequência de uma avaliação feita sem critério, mas também em função do espírito de nossa classe média a quem interessa apenas o benefício próprio pelo menor esforço. a classe média, em geral, não gosta de estudar e nem sabe governar-se. dá pena. eles sofrem o tempo todo, falam em crise, corrupção, mas estão sempre prontos a sonegar impostos, parar carro em fila dupla, comprar produtos sem nota ... uma tristeza.
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
capitu não é desdêmona
“dom casmurro” parece ser livro mais conhecido que lido. pelo menos, durante muito tempo, foi assim. hoje, com a retomada de Machado nos
vestibulares, a situação do romance machadiano toma outros ares. referências
como “othelo”, augusto, nero, “fausto”, metalinguagem, digressão, tornam o
texto menos difuso para o leitor desavisado.
mais que a questão do adultério, cometido ou não por capitu, temos aqui
uma história centrada na personalidade de Bento Santiago. filho único, muito
protegido pela mãe, bentinho é o “inocente útil” dessa história, pretendido
tanto por josé dias como por capitu -- cada um a seu modo, diga-se. narrador pouco confiável, Bento destila o egocentrismo e a carência afetiva com
quem quer que seja, desde Manduca e escobar, até mesmo capitu ou o filho ezequiel, quase morto pelo café envenenado que não chegou a tomar. As
digressões de bento adulto e a recorrência à metalinguagem, dão o sabor íntimo
a essa história que possui características tanto do classicismo, como a coesão
e busca da clareza, como também do Impressionismo, quando se trata da recriação
do passado. o dado “realista” está na preocupação com o psicológico; no modo ora cáustico, ora sensível
com que o narrador se refere às pessoas, como na caracterização de tio cosme;
do vizinho que ele conhece “de vista e de chapéu” ou nas referências a capitu e
seus olhos. não temos aqui a idealização da mulher e do amor como encontramos
no romantismo, mas sim uma preocupação em comparar, filosoficamente ou apenas
por ironia (valorizando o leitor inteligente) a sua vida a uma ópera. compará-la também à tragédia othelo, ou mesmo valorizando sua “ingenuidade”
diante da perspicácia de pessoas como josé dias, capitu e escobar.
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sexta-feira, 9 de setembro de 2016
terça-feira, 6 de setembro de 2016
comida e literatura
é possível juntar duas entidades como literatura e culinária?
pois é, dá sim.
em que pese, literatura não fazer parte da cesta básica do brasileiro... dá sim.
aqui, vamos fazer um porco.
mas não é qualquer porco.
prepare-se.
é uma viagem...
você pode ser perder ...
quem nunca?
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
capitães da areia
o livro se inclui na primeira
fase da obra do baiano lírico, revela a diferença de classe e a violência
contra os mais pobres, vitimados pelo que se acostumou a ler como “os ricos”. de caráter panfletário e feito em forma de uma sequência de episódios, “capitães
da areia” se esforça para expor caráter quase documental, uma vez que as
notícias publicadas antes do primeiro capítulo, dariam verossimilhança à
narrativa, expondo uma necessidade de fazer da obra uma arma contra a miséria
a narrativa envolve pedro bala, líder dos “capitães”, filho de um grevista morto pela polícia, com um
tiro. em torno dele, outros meninos, como sem-pernas, joão grande, professor, gato, querido-de-deus e pirulito, dentre outros.
cometendo furtos e vivendo
como gente grande, os meninos, por volta de quatorze ou
quinze anos, são mostrados como vítimas da sociedade capitalista. Vale lembrar
que o livro sai em 1937, auge do varguismo. os adultos respeitados pelo grupo
são apenas dois: padre josé e aninha, mãe de santo. uma cena emblemática, é o
momento em que professor
(joão josé) toma o capote de um homem que se ofendera com seu desenho, tendo
inclusive apanhado deste homem. o capote torna a figura do adulto um
estrangeiro, alguém fora do ambiente quente de salvador. os policiais também
fazem parte dos sonhos de ódio dos capitães. até a família singela, que adota
Sem-Pernas, padece, vítima do assalto dos meninos, pois eram ricos. Professor
chega a ser reconhecido, na rua, como um futuro desenhista de sucesso, mas não
consegue acreditar na proposta de um homem bem vestido que lhe dá um cartão. o menino prefere ficar com a piteira que recebera, deixando o cartão pela
sarjeta.
marcando época, está a
varíola, que acaba vitimando ricos e pobres. boa-vida, um dos capitães, é
acometido pela “bexiga”, mas fica saudável.
com a chegada de dora ao
trapiche, percebe-se um rito de passagem para todo o grupo. seus pais haviam
morrido de “alastrim”, a varíola. protegida pelo bando, torna-se uma mescla de
menina e menino, ágil, companheira, vestida de homem. presos, dora vai a um
orfanato e Pedro ao reformatório. torturado, não revela a morada dos outros
capitães. É notícia nos jornais. com ajuda dos demais que ficaram fora,
consegue fugir, mesmo enfraquecido por passar oito dias em uma cafua, espécie
de solitária. dora é retirada do orfanato pelo bando, muito doente. ela e pedro
se amam no trapiche e, em seguida, ela morre. impossível não lembrar romeu e julieta, muito menos esquecer iracema, enterrada na praia, deixando seu amado Martim
com sua memória. dora é levada mar adentro, oferecida a iemanjá. sem-pernas também passa por uma espécie de
rito de crescimento, quando se vê seduzido pela quarentona que o acolhe,
envolvida no mesmo plano de outrora: entrar para roubar. a partir daí, os
capitães irão se dispersar. gato vai para ilhéus, professor parte para o rio de janeiro (capital do país), pirulito torna-se frade, padre josé vai ao interior,
em nova paróquia, Volta Seca entra para o bando de lampião, joão Grande vira
marinheiro, sem-Pernas suicida-se e querido-de-deus segue sua vida de
capoeirista. pedro bala deixa o trapiche, torna-se líder comunista, após se
envolver com os doqueiros. fim.
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quinta-feira, 1 de setembro de 2016
sarapalha - sagarana
na beira do rio pará, na tapera do arraial, havia um
povoado praticamente abandonado, em função da epidemia de malária. o lugar que
tinha sido belo e bom de se plantar, agora estava, literalmente, às moscas. primo ribeiro e primo argemiro, homens feitos, são os habitantes que restaram no vau
de sarapalha. eles e o cachorro jiló, cheio de marcas na pele, coberto de
vermes. ali, atacados pela febre, tremem, e esperam a morte.
um cuida do outro durante e depois do acesso, bem
unidos, sendo velados pela natureza que parece entristecer-se com aquela
situação.
argemiro se sente muito triste com a fuga de luísa
com outro homem. a moça era casada com primo ribeiro, mas ele, argemiro,
silenciosa e discretamente, amava a mulher. seu plano é contar ao primo ribeiro seu amor platônico por luísa. qur saber como termina ?
assista-me!
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quinta-feira, 25 de agosto de 2016
paraolimpíadas nada especiais
a revista vogue editou imagens dos modelos cleo pires e paulo vilhena para que representassem atletas paralímpicos, cujas competições começam em setembro próximo. uma avalanche de críticas se deu, por conta da falta de sensibilidade da revista porque simplesmente não escolheram atletas especiais de verdade... retiraram, via edição de imagens, partes do corpo desses modelos para chamar atenção do público-alvo (gente branca, classe média, que não enfrenta situações como a de cadeirantes ou com deficiência visual, por exemplo).
não contente com as críticas (típico de gente mimada), um dos modelos disse que quem criticou a campanha era preconceituoso. terrível. a pessoa (um dos modelos citados) acredita que achar que se faz um bem com uma campanha dessas é correto e definitivo. confundir opinião com argumento é de uma ingenuidade atroz.
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segunda-feira, 15 de agosto de 2016
trânsito - tema para redação
sabia que nos últimos dez anos, até agora, a média de mortes por ano supera 40 mil? isso mesmo: mais de 40 mil mortes por ano. não contei os feridos. só mortes. mais de 3 bilhões, só em 2015, foram gastos em indenizações para mortos e feridos, em acidentes pelas rodovias e ruas do país. e ainda há os imbecis que dizem que o sistema de aferição de velocidade é "fábrica de multas". muita gente -- principalmente de classe média, adora burlar o imposto, sonegar, comprar de ambulantes sem nota, tudo pra levar vantagem. é burrice. é crime. daí, falta ao estado condição para alimentar o s.u.s., para alimentar escolas públicas, a polícia, comprar vacina etc etc etc. daí, essa mesma classe média, cobra dos governos o combate à dengue, cobra escola de primeiro mundo, rua sem buraco...e adora sonegar. enquanto nossas escolas, templos, imprensa e poder público não se unirem pela democracia, pela transparência e ética, ainda vamos viver o inferno do individualismo. o exercício da boa convivência cidadã começa em casa e se estende à rua, para sempre. construir um país não é fácil. ser honesto é.
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quinta-feira, 11 de agosto de 2016
oficina irritada (claro enigma)
"oficina irritada" é o mais emblemático poema do livro "claro enigma", embora muita gente eleja "a máquina do mundo" como destaque maior. não tem problema. vou ficar com este e explico o motivo.
o poema está em forma fixa, é um soneto decassílabo, fato que vai se repetir mais vezes, no livro, não só com o soneto mas com quartetos e versos de métrica regular. aqui o poeta parece fazer um pedido de mais responsabilidade para com o uso do verso. na metalinguagem explícita (tratar do texto enquanto o faz). leia. vai te fazer bem, e olhe que é drummond heim.
OFICINA IRRITADA
Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever
Eu quero pintar um soneto escuro
seco, abafado, difícil
Quero que meu soneto, no futuro
não desperte em ninguém nenhum prazer
E que, no seu maligno ar imaturo
saiba ser, não ser
Esse meu verbo antipático
há de pungir, há de fazer sofrer
tendão de Vênus sob o pedicuro
Ninguém o lembrará: tiro no muro
cão mijando no caos, enquanto Arturo,
claro enigma, se deixa surpreender
"oficina irritada" lembra "profissão de fé", do parnasiano bilac e também "poética", do bandeira, dois metalinguísticos poemas que se pretendem indicadores de caminho a novos poetas. o primeiro direcionado aos antirromânticos, o segundo aos modernistas iniciantes.
aqui, o eu lírico brinca com shakespeare, pura ironia abaixo da média dos escritores de seu tempo (drummond) mas serve para causar um distanciamento necessário da poesia mundana que, a meu ver, ele quer criticar. shakespeare é um clássico, vale lembrar.
os tercetos: poeta insiste que os versos não têm pretensão de agradar. como se o poeta fosse a manicure que vai machucar a deusa ao invés de cuidar. e ninguém vai lembrar... como um tiro no muro -- barulhento, mas sem ser letal; ou cão mijando no caos, uma constatação de desordem. o poema não se pretende clichê, não se pretende lugar comum. vejam, arcturo é uma estrela de primeira grandeza, na constelação de boieiro, uma extensão de ursa maior. então, o soneto vai ser impactante e quer instalar uma ordem nova, mais série, mais cuidadosa da linguagem. divina, portanto, porque lavada pela imagem de arcturo, ao final.
quer mais do livro do mineiro de copacabana? (ironia, ironia)
terça-feira, 26 de julho de 2016
quem é iracema ?
passados tantos anos da publicação do livro...
hoje, só hoje, foi possível mostrar aos leitores e amantes de histórias esquisitas de onde veio a trama de josé de alencar...
veja!
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quinta-feira, 21 de julho de 2016
a maldição do preconceito (escola sem partido)
os tais homofóbicos, que cultuam a cultura do estupro, racistas e intolerantes em geral já descobriram que quanto mais se estuda, mais se quer conhecer o movimento da humanidade e, por isso, a tendência é busca de harmonia, de paz, de vida coletiva, conhecido vulgarmente como "bem-comum".
a direita que sustenta a ideia de que pode haver escola sem ideologia se mostra uma aberração sem tamanho. não existe situação de troca de ideias em que não haja caráter ideológico. e nem digo que o tal caráter deva ser "de esquerda" ou "direita".
quando se ataca a escola supostamente partidária o alvo é o discernimento. o alvo é poder de argumentar. quem não argumenta, deixa para outros fazerem. quem não lê, precisa acreditar no que outros dizem. é o que ocorre exatamente com o crescimento da bancada evangélica, no congresso, em sua maioria conservadora e nunca apresentaram projetos sociais que defendessem a população brasileira como um todo. ela é manipuladora. usa do nome dos mitos (no caso o deus cristão) para amealhar votos e ludibriar fiéis. além de tudo, são, hoje, golpistas.
não é possível que se esteja discutindo proibição de pensamento, em pleno século 21. a democracia facilita a manifestação de todo mundo, inclusive os de extrema-direita. agora, é de uma burrice tamanha que se queira discutir formalmente a censura, em escolas, quando o que se tem dentro delas é justamente o debate e o pensamento crítico. como dar aula de história sem condenar o nazismo? como ler "navio negreiro" (séc 19) sem falar do racismo de hoje? o que será das aulas de literatura ou história, filosofia, ciência, tudo, com essa merda de projeto?
"o primo basílio"por exemplo, será apenas um romance sobre adultério? -- e por isso vai ser banido das escolas, ahã --, assim como "dom casmurro"? e "hamlet"? e "othelo"? felizmente, mesmo que o projeto passe, duvido que alguém de direita consiga ler literatura sem dormir na segunda página de qualquer livro. apoiar um projeto desses é vergonhoso.
terça-feira, 14 de junho de 2016
como fazer redação no modelo enem
hoje, produção de texto
se tem alguma dificuldade, preste atenção nestas dicas! o exame nacional do ensino médio está chegando...
e mais: pode ser que eu acerte o tema !
então, não me perca!
sábado, 11 de junho de 2016
ao verme que primeiro roeu ...etc
"memórias póstumas de brás cubas" é marca histórica na obra de seu autor, machado, assim como de toda nossa história literária.
saiu em 1881, no rio de janeiro, terra natal do autor.
inaugura, para muitos, nosso realismo. contudo, desde seu início, sabemos das firulas literárias de seu estilo, apresentando delírio de morte, teoria científica efêmera, frases curtas e a tal metalinguagem. está mais pra pré-modernismo do que qualquer outra coisa. enfim, a vida
vale a pena ler
e me assistir, por que não?
sexta-feira, 10 de junho de 2016
virgem e com lábios de mel ....
iracema é o livro mais famoso de josé de alencar, mesmo com carlos gomes gesticulando, não adianta: nem "guarany", nem "senhora", muito menos "lucíola" chegam aos pés do alcance desse romancete aventureiro, adocicado e triste.
romantismo na medida exata do exagero, "iracema" irrita até o leitor mais experiente. frases pretensamente poéticas, comparações em excesso, sensualismo que resvala no artificial... ah, sei lá...
sexta-feira, 3 de junho de 2016
barroco é tudo
uma das fases mais marcantes de nossa história da arte, depois da idade média,
o barroco mais liberta que condena... condenar no sentido de impulsionar ao academicismo, se é que me entendem... é possível gostar do estilo mesmo sendo leigo, jejuno no tema.
gente como bach, aleijadinho, velasquez, gregório de mattos, bernini e tantos outros, nos arrastam para emoções sempre diversas... é bom
é barroco
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