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claro enigma - carlos drummond

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claro enigma é um conjunto de poemas de carlos drummond. mais um, dentro de sua vastísisma produção. aqui, por vezes verborrágico, insiste no tema da angústia, o que o torna um tanto repetitivo, já que o livro é curto. pretensioso até o talo, um de seus poemas se chama "a máquina do mundo", uma clara referência ao evento de mesmo nome, em "os lusíadas". vai vendo. são seis partes: "entre lobo e cão", "o menino e os homens, "selo de minas", "notícias amorosas", "lábios cerrados" e "a máquina do mundo". prevalecem versos livres, mas há um e outro soneto, além dos 96 versos decassílabos deste "...máquina..." verso livre predomina, embora haja sonetos -- é a tal pretensão clássica. ficar atento a "oficina irritada", poema que traz a expressão "claro enigma". veja vídeo abaixo. solidão, renúncia, saudade de um tempo que não viveu, contrastes soltos como art nouveau mal espalh...

oficina irritada (claro enigma)

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"oficina irritada" é o mais emblemático poema do livro "claro enigma", embora muita gente eleja "a máquina do mundo" como destaque maior. não tem problema. vou ficar com este e explico o motivo. o poema está em forma fixa, é um soneto decassílabo, fato que vai se repetir mais vezes, no livro, não só com o soneto mas com quartetos e versos de métrica regular. aqui o poeta parece fazer um pedido de mais responsabilidade para com o uso do verso. na metalinguagem explícita (tratar do texto enquanto o faz). leia. vai te fazer bem, e olhe que é drummond heim. OFICINA IRRITADA Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever Eu quero pintar um soneto escuro seco, abafado, difícil Quero que meu soneto, no futuro não desperte em ninguém nenhum prazer E que, no seu maligno ar imaturo saiba ser, não ser Esse meu verbo antipático há de pungir, há de fazer sofrer tendão de Vênus sob o pedicuro Ninguém o lembrará: tiro no muro cão...