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Mostrando postagens com o rótulo claro enigma

sonho de um sonho - aula carlos drummond de andrade

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"claro enigma", 1951, é o livro mais sério da vasta carreira do poeta carlos drummond de andrade. poderia ter sido mais altiva se não publicasse tanto rascunho. enfim, ainda bem que há poetas melhores como gonçalves dias, joão cabral ou mário faustino, só pra ficar em três. vamos a mais uma proposta de exercício para sua aula, professor, professora. pensei em em dois textos com o nome "sonho de um sonho". segue um trecho do primeiro, dentro de "claro enigma": ​ SONHO DE UM SONHO​ ​Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho havia um outro sonho esculpido Os três sonhos superpostos Dir-se-ia apenas elos de uma infindável cadeia de mitos organizados em derredor de um pobre eu Eu, que mal de mim, sonhava! Sonhava que no meu sonho retinha uma zona lúcida para concretar o fluido como abstrair o maciço Sonhava que estava alerta e mais do que alerta, lúdico e receptivo e magnético (...) e em torno de mim se d...

claro enigma - carlos drummond

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claro enigma é um conjunto de poemas de carlos drummond. mais um, dentro de sua vastísisma produção. aqui, por vezes verborrágico, insiste no tema da angústia, o que o torna um tanto repetitivo, já que o livro é curto. pretensioso até o talo, um de seus poemas se chama "a máquina do mundo", uma clara referência ao evento de mesmo nome, em "os lusíadas". vai vendo. são seis partes: "entre lobo e cão", "o menino e os homens, "selo de minas", "notícias amorosas", "lábios cerrados" e "a máquina do mundo". prevalecem versos livres, mas há um e outro soneto, além dos 96 versos decassílabos deste "...máquina..." verso livre predomina, embora haja sonetos -- é a tal pretensão clássica. ficar atento a "oficina irritada", poema que traz a expressão "claro enigma". veja vídeo abaixo. solidão, renúncia, saudade de um tempo que não viveu, contrastes soltos como art nouveau mal espalh...

o rapto - carlos drummond de andrade

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" claro enigma " não é livro fácil de se digerir, quando comparado a "rosa do povo" ou "sentimento do mundo". aqui, repleto de referências clássicas, o livro soa como uma espécie de pedido de renovação da poesia que deveria dar uma guinada mais à via acadêmica, como faria mário faustino com raro rigor ou mesmo haroldo de campos. aqui, nota-se a referência ao rapto de ganimedes por zeus. este, rei do olimpo, transforma-se em águia e captura ganimedes, jovem de extrema beleza. zeus faz de ganimedes seu amante e serviçal. a homossexualidade, no poema, é exposta mas com ressalva... tratada como típica de boates com porta de pérolas falsas e com beijos estéreis. o último verso cita "acerbo amor", ou seja, azedo. enfim, leia, reflita e veja se é culpa, medo ou incompreensão o que move o discurso do mineiro a respeito do amor homoafetivo. eu -- que já tenho dezenas de ressalvas a este poeta -- não gostei.   O RAPTO Se uma águia fende os ares ...

leituras no vestibular agora!

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preparando-se para as provas de fuvest e unicamp ? veja esta lista de aulas sobre as principais leituras deste mês de novembro. as provas estão chegando! preparem-se! boa sorte!

oficina irritada (claro enigma)

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"oficina irritada" é o mais emblemático poema do livro "claro enigma", embora muita gente eleja "a máquina do mundo" como destaque maior. não tem problema. vou ficar com este e explico o motivo. o poema está em forma fixa, é um soneto decassílabo, fato que vai se repetir mais vezes, no livro, não só com o soneto mas com quartetos e versos de métrica regular. aqui o poeta parece fazer um pedido de mais responsabilidade para com o uso do verso. na metalinguagem explícita (tratar do texto enquanto o faz). leia. vai te fazer bem, e olhe que é drummond heim. OFICINA IRRITADA Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever Eu quero pintar um soneto escuro seco, abafado, difícil Quero que meu soneto, no futuro não desperte em ninguém nenhum prazer E que, no seu maligno ar imaturo saiba ser, não ser Esse meu verbo antipático há de pungir, há de fazer sofrer tendão de Vênus sob o pedicuro Ninguém o lembrará: tiro no muro cão...

claro enigma - drummond

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claro enigma é um conjunto de poemas de carlos drummond. mais um, dentro de sua vastísisma produção. aqui, por vezes verborrágico, insiste no tema da angústia, o que o torna um tanto repetitivo, já que o livro é curto. pretensioso até o talo, um de seus poemas se chama "a máquina do mundo", uma clara referência ao evento de mesmo nome, em "os lusíadas". vai vendo. são seis partes: "entre lobo e cão", "o menino e os homens, "selo de minas", "notícias amorosas", "lábios cerrados" e "a máquina do mundo". prevalecem versos livres, mas há um e outro soneto, além dos 96 versos decassílabos deste "...máquina..." verso livre predomina, embora haja sonetos -- é a tal pretensão clássica. ficar atento a "oficina irritada", poema que traz a expressão "claro enigma". veja vídeo abaixo. solidão, renúncia, saudade de um tempo que não viveu, contrastes soltos como art nouveau mal espalh...