[ arte c. h. carneiro - via i. a. - 2025 ]
ultimamente, rotina da vida é me desculpar.
[ arte c. h. carneiro - via i. a. - 2025 ]
A ROSA - Narcisa Amália
Que ímpia mão te ceifou no ardor da sesta
Rosa d'amor, rosa purpurea e bela?
Almeida Garrett
Um dia em que perdida nas trevas da existência
Sem risos festivais, sem crenças de futuro,
Tentava do passado entrar no templo escuro,
Fitando a torva aurora de minha adolescência.
Volvi meu passo incerto à solidão do campo.
Lá onde não penetra o estrepitar do mundo:
Lá onde doura a luz o báratro profundo,
E a pálida lanterna acende o pirilampo.
E vi airosa erguer-se, por sobre a mole alfombra.
De uma roseira agreste a mais brilhante filha!
De púrpura e perfumes - a ignota maravilhal!
Sentindo-se formosa, fugia à meiga sombra!
Ai, louca! Procurando o sol que abrasa tudo
Gazil se desatava à beira do caminho;
E o sol, ébrio de amor, no férvido carinho
Crestava-lhe o matiz do colo de veludo!
A flor dizia exausta à viração perdida:
"Ah! minha doce amiga abranda o ardor do raio
Não vês? Jovem e bela eu sinto que desmaio
E em breve rolarei no solo já sem vida!
"Ao casto peito uni a abelha em mil delírios
Sedenta de esplendor, vaidosa de meu brilho;
E agora embalde invejo o viço do junquilho,
E agora embalde imploro a candidez dos lírios
"Só me resta morrer! Ditosa a borboleta
Que agita as áureas asas e paira sobre a fonte;
Na onda perfumosa embebe a linda fronte
E goza almo frescor na balsa predileta!"
E a viração passou. E a flor abandonada
Ao sol tentou velar a face amortecida;
Mas do cálix gentil a pétala ressequida
Sobre a espiral de olores rolou no pó da estrada!
Assim da juventude se rasga o flóreo véu
E do talento a estátua no pedestal vacila;
Assim da mente esvai-se a ideia que cintila
E apenas resta ao crente - extremo asilo - o céu!
[ nebulosas, 1872 ]
notas_
ímpia - não respeita o sagrado
estrepitar - fazer barulho; vibrar com estrondo
alfombra - extensão de relva
gazil - elegante; de cores vivas
crestava - queimava; tostava
viço - força, vigor
ébrio - que é tomado de sentimento intenso; bêbado
ditosa - de boa sorte; bom destino
báratro - local com grande profundidade
junquilho - planta aromática
embalde - em vão; inutilmente
olor - cheiro; odor
almo - bom; venerável
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eu lírico está melancólico. procurou no tempo da juventude alguma comepensação a esta tristeza do momento. mas encontrou uma flor morrendo. a conclusão, ao final, é que só resta ao crente aceitar o fim e ir ao céu. é uma esperança, na verdade. esta flor que morre é a representação da transitoriedade da juventude. apesar do viço, da beleza, ela acabará logo. é triste. é o romantismo.
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memórias de martha - julia lopes - romance - 1888
narração em 1a pessoa - martha
cenário: rio de janeiro
martha narra sua história de infância e juventude, até 24 anos de idade, quando se casa
quando pai falece -- suicídio --, ela e mãe vão morar num cortiço, em são cristóvão. a mãe lava e passa roupas para outras famílias
martha sofre com a miséria, tem vergonha da pobreza
martha sonha ser professora e consegue, com auxílio de d. aninha -- martha é dedicada aos estudos
a ascensão social de martha não irá acontecer pelo casamento, herança ou o que quer que seja vindo de outras pessoas, mas sim da educação, eis a revolução deste livro que, como se viu, é do século 19, escrito por uma mulher
julia lopes, inclusive, foi barrada na academia brasileira de letras que ela mesma ajudou a criar! mas isto é outra conversa. voltemos ao livro
martha se apaixona pelo primo de d. aninha, luiz, mas nada se desenvolve, para frustração da narradora (martha)
o ambiente do cortiço, ao contrário da tendência das literaturas da época, não faz de martha uma jovem que se perdesse imoralidade ou noutra mazela social: ela cresce na profissão e consegue sair de lá, levando sua mãe junto
miranda, um senhor da vizinhança, cerca de 40 anos, pede a mão da moça à mãe. eles irão se casar. mãe de martha trabalhava para miranda havia dez anos. a jovem acaba aceitando, pois acredita que o csasamento seria vingança para os ultrajes que recebera durante a vida, ou seja, o universo em torno de si fez com que ela sempre acreditasse ser feia, inabilidosa e não desejável. a chegada de miranda -- figura por quem ela não nutria amores -- trouxe uma realidade contrária àquela em que insistia viver.
oito dias de pois do casamento, a mãe morre. a narrativa termina.
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VINTE E
CINCO DE MARÇO
A noite sepulcral dos tempos idos
Plácida
avulta a merencória esfinge,
Esplêndido
fanal que esclarecera
A crente
multidão!
Monumento
do verbo grandioso
Deste
povo titã, débil ainda...
Centelha
sideral aque fecundara
A seiva da nação!
Lacerado
o sendálio tenebroso
Que nos
velava os livres horizontes.
Entoa o
continente americano
Um hino
colossal;
Mais
vivida no peito a fé rutila,
Mais
nobres s'erguem dos heróis os bustos
Cingidos
pela flama deslumbrante
Da glória perenal.
Mas tu
projetas o negror no espaço
Que
sobre nós desata-se em sudário!
Mas teu
hálito extingue a luz benéfica
Que
acendera o Senhor!
Maldição!
Maldição! A liberdade
Vê de lodo o seu manto salpicado...
Do
vulcão popular a ígnea lava
Desmaia sem calor.
Raiaste
como o símbolo
Do
traidor Antíteo, mentindo ao orbe,
E os
louros virgens da nação sorveste
Como
hidra voraz!
Roubaste
ao povo a palma do triunfo.
Recompuseste
a algema ao pó lançada,
Emoldaste
no bronze a estátua fria
Da
mentira loquaz!
Das
espaldas robustas da montanha
A pedra
derrocada, abate selvas:
A
avalanche vacila lá nos Alpes..
Convulsam
terra e mar!
Resvalaste,
padrão de cobardia
Pelos
áureos degraus do sólio augusto.
E a
santa aspiração, e os sonhos grandes,
Esmagaste
ao tombar!..
Após a
luz.. o caos confuso, intérmino!
Após o
hino festival de um povo...
O
lúgubre silêncio do sepulcro
Sem uma
queixa, ou voz!
Lançaste
a pátria em báratros profundos,
Ferida
pela mão da tirania,
E apenas
um lampejo de civismo
Deixaste
ao crime atroz!
Onde
estavam, ó pátria, os teus Andradas
Que
sustinham-te aos ombros gigantescos?
Onde o
tríplice brado altipotente
Do peito
popular?
Gemem
sem luz em cárceres medonhos,
Seguem
do exílio a pavorosa senda
Rorando
com seu pranto piedoso
De teu
solo o altar!
epígrafe: trecho do poema "hino à liberdade", de celso tertuliano da cunha magalhães (1849-1879), poeta, pioneiro do estudo do folclore no brasil.
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notas_
merencória – melancólica, triste
sendalio
– termo raro: pode significar o
passado ou a censura
rutila – brilha, cintila
báratro – abismo; inferno
antíteo
– qualifica um traidor; contrasta
com ideias de liberdade
rorando – rorejando - orvalhando, gotejando
andradas – referência à família de josé bonifácio
e seus dois irmãos antônio carlos e
martim francisco: especialmente bonifácio é considerado patriarca da independência
como se vê, o poema trata da frustação do eu lírico diante do que foi feito dos ideais políticos estabelecidos na constituinte de 1824, ou seja, o manto da constituição -- que melhoraria a vida do povo -- foi salpicado de lama, “ferida pela mão da tirania”.
atenção para o verso: "roubaste ao povo a palma do triunfo", ou seja, a liderança política que se seguiu à constituição de 1824 não cumpriu o que estava no papel. aliás, 25 de março é data em que foi outorgada a constituição, em 1824.
a linguagem repleta de adjetivos e metáforas mantém o texto no estilo romântico, porém, é uma crítica às políticas sociais em geral.
país não seguiu os caminhos que a poetisa acreditava que seriam os melhores: houve traição, este é o teor do poema “25 de março”.
claramente, há proximidade com o que fez castro alves quando
tratou da escravatura com intenção crítica.
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[ cristo de la expiración - francisco gijón séc 17 ]
6. A solidão
A noite
abre os seus ângulos de lua
E em
todas as paredes te procuro
A noite
ergue as suas esquinas azuis
E em
todas as esquinas te procuro
A noite
abre as suas praças solitárias
E em
todas as solidões eu te procuro
Ao
longo do rio a noite acende as suas luzes
Roxas
verdes azuis.
Eu te
procuro.
[ O cristo cigano, 1961, Sophia de M B Andresen ]
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este é o sexto poema de "o cristo cigano". a presença do cenário noturno intensifica a ideia de solidão.
vale conhcer: sophia breyner encontrou-se com joão cabral de melo neto, em sevilha, espanha, onde vivia o brasileiro que era também diplomata. lá, ela ouviu a lenda de que o escultor espanhol francisco gijón, década de 1680, recebera uma encomenda de uma estátua de um cristo em agonia. para este fim, o tal artista buscou uma cena em que pudesse ver alguém morrendo para conseguir imagem exata e fazer seu trabalho. para isso, presenciou de verdade o esfaqueamento de um cigano e, assim, obteve material visual que precisava. depois de pronta a peça de madeira (foto acima), muita gente reconheceu o cigano -- apelidado "cachorro" -- no rosto da estátua e passaram então a chamar a capela onde a escultura está de "capela do cachorro". a obra é o "cristo de la expiración".
isto posto, voltemos ao poema 6.
a voz do texto é do escultor -- que aparece no poema 1. pois bem, este escultor continua procurando um cristo em agonia, querendo capturar sua essência na matéria bruta, buscando-o nos recantos da cidade e fora dela. em algum momento encontrará.
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"uma experiência privada", conto do livro "no seu pescoço", de chimamanda adichie.
a história se passa em kano, nigéria, durante onda de violência entre muçulmanos e cristãos.
chika é estudante de medicina de férias na cidade. ela é pega de surpresa pela violência enquanto está no mercado com sua irmã, nnedi. na confusão, ambas se separam. chika -- da etnia igbo -- se refugia numa pequena loja junto com uma mulher hausa muçulmana. é esta mulher hausa que pede para chika vir com ela para a pequena loja abandonada
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(...) Chika se pergunta se a mulher a está observando também, se sabe, por
sua pele clara e pelo rosário de dedo feito de prata que sua mãe insiste em
obrigá-la a usar, que é igbo e cristã. Mais tarde, Chika descobrirá que, quando
ela e a mulher estavam conversando, muçulmanos hausas estavam atacando cristãos
igbos a machadadas e apedrejando-os. Mas, naquele momento, ela diz:
“Obrigada
por me chamar. Tudo aconteceu tão rápido, todo mundo correu e de repente eu
estava sozinha, sem saber o que fazer. Obrigada”.
“Aqui lugar seguro”, diz a
mulher, (...)
“Eles não entra em loja
pequena-pequena, só loja grande-grande e no mercado.”
“Sim”, diz Chika.
(...)
“Meus peitos arde igual pimenta” diz a mulher.
“O quê?”
“Meus peitos arde igual pimenta.”
Antes que Chika consiga engolir o nó de surpresa em sua garganta e
dizer qualquer coisa, a mulher sobe a blusa e abre o fecho frontal de um
velho sutiã azul. (...)
“Arde-arde igual pimenta”, diz, colocando as mãos em concha sob eles e
se inclinando na direção dela, como se fizesse uma oferenda. Chika se
move. (...)
Chika os examina com cuidado, estica a mão e os apalpa. “Você teve
neném?”, pergunta.
“Tive. Um ano.”
“Seus mamilos estão ressecados, mas não parecem infectados. Depois de
amamentar o neném, tem que usar um hidratante. E, quando estiver
amamentando, tem que ter certeza de que o mamilo e essa outra parte
aqui, a aréola, estão dentro da boca do neném.”
A mulher olha longamente para Chika.
“Primeira vez isso. Eu ter cinco
filhos.”
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apesar das diferenças culturais e sociais – chika é estudante de medicina de classe média, enquanto a mulher é uma feirante humilde –, as duas desenvolvem conexão íntima e solidária ao longo das horas que passam escondidas. chika até auxilia a mulher que sente dores no seio: ela examina os seios da mulher e sugere hidrante , pois estavam feridos pela amamentação.
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Mais tarde, ela vai ver as carcaças de carros queimados, com buracos com bordas denteadas no lugar das janelas e para-brisas, e imaginará esses carros espalhados pela cidade como fogueiras de piquenique, testemunhas silenciosas de tanta coisa. Vai descobrir que tudo aconteceu no estacionamento, quando um homem passou de carro sobre um exemplar do Alcorão que estava no acostamento, um homem que, por acaso, era igbo e cristão. Os homens que estavam ali por perto, homens que passavam o dia inteiro jogando damas, homens que, por acaso, eram muçulmanos, o arrancaram da picape, cortaram sua cabeça com um golpe de machadinha e o levaram até o mercado, pedindo que outros se juntassem a eles, pois o infiel tinha profanado o livro sagrado.
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chika, quando finalmente sai do esconderijo, depara-se com um cadáver queimado, um símbolo da violência desumana que assola o país. aterrorizada, ela retorna à loja e recebe mais uma demonstração de gentileza da mulher, que limpa seu ferimento na perna.
demonstração de que as diferenças históricas podem ser superadas por atos de gentilieza, empatia e união.
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[ francisco gijón, cristo em agonia, séc 17 ]
7. Trevas
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este é o sétimo poema de "o cristo cigano".
aqui, pode ser a voz do escultor -- que aparece no poema 1 -- que está buscando uma imagem de um cristo em agonia para construir sua estátua.
agora, se liga nessa história: sophia breyner encontrou-se com joão cabral de melo neto, em sevilha, espanha, onde vivia o brasileiro que era também diplomata. lá, ela ouviu a lenda de que o escultor espanhol francisco gijón, final do século 17, recebera uma encomenda de uma estátua de um cristo em agonia. para este fim, o tal artista buscou uma cena em que pudesse ver alguém morrendo para conseguir inspiração e fazer seu trabalho. para isso, presenciou o esfaqueamento de um cigano e, assim, obteve material visual que precisava. depois de pronta a peça de madeira (foto acima), muita gente reconheceu o cigano -- apelidado "cachorro" -- e passaram então a chamar a capela onde a escultura está de "capela do cachorro". a obra é o "cristo de la expiración" ou "el cachorro de triana".
voltando ao poema 7. parece uma legenda desta história que você leu no parágrafo anterior. há uma inquietação muito grande e, por isso, o que se seguirá é o esfaqueamento do cigano, como se vê nos últimos poemas do livro.
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DESENGANO _narcisa amália_
Quando
resvala a tarde na alfombra do poente
E o manto
do crepúsculo se estende molemente,
Na hora dos mistérios, dos gozos divinais
Despedaçam-me
o peito martírios infernais
E sinto que, seguindo uma ilusão perdida
Me
arqueja, treme e expira a lâmpada da vida
Feriu-me
os olhos tímidos o brilho da esperança
A luz do
amor crestou-me o riso da criança:
E quando
procurei - sedenta - uma ventura,
Aberta
via a fauce voraz da sepultura!...
Dilacerou-me
o seio, matou-me a crença bela,
O tufão
mirrador de hórrida procela!
Então
pálida e triste, alcei a fronte altiva
Onde se
estampa a dor tenaz que me cativa:;
Sorvi na
taça amarga o fel do sofrimento.
E a voz
queixosa ergui num último lamento:
Era o
cantar do cisne, o brado da agonia...
E a multidão
passou soberba, muda, frial
Desprezo
as pompas loucas, desprezo os esplendores,
Trilhar
quero um caminho orlado só de dores:
E além,
nas solidões, à sombra dos palmares,
Ao
derivar da linfa por entre os nenúfares,
Quero
ver palpitar, como em meu crânio a ideia.
O inseto
friorento na lânguida ninfeia!
Ao
despertar festivo da alegre natureza,
Quero
colher as clícias que brincam na devesa:
Sentir
os raios ígneos da luz do sol de maio
Reanimar-me
a vida que foge n'um desmaio;
Pousar
um longo beijo nas rubras maravilhas
E
contemplar do céu as vaporosas ilhas.
E quando
o ardor latente que cresta a minha fronte
Ceder à
neve algente que touca o negro monte;
Quando a
etérea asa da brisa fugitiva
Trouxer-me
os castos trenos da terna patativa,
Elevarei
meus carmes ao Ser que criou tudo,
E
dormirei sorrindo n'um leito ignoto e mudo.
[ narcisa amália, nebulosas, 1872 ]
notas_
alfombra - tapete macio; certa extensão de relva
fauce - parte da garganta próximo à laringe; abertura
crestou - tostou; queimou
devesa - mata ou arvoredo
patativa - referência a uma ave ou a um poeta
treno - canto fúnenre
carmes - cantos ou poemas
algente - gélido; muito frio
o texto apresenta uma angústia causada por uma "ilusão perdida" (v. 5). a solução para essa dor ("fel do sofrimento") é a contemplação da obra do criador, ou seja, o universo do deus católico. é um desejo de comunhão com a natureza e, consequentemente, união com deus. de repente ajuda.
o desfecho marca este contraste entre martírios infernais e a busca de paz na hamonia com a natureza: no último verso o eu lírico sorri, talvez expondo o fim da vida finalmente em paz, ou seja, o último verso pode ser um eufemismo da morte. seria uma espécie de resignação diante de uma frustração.
gente, como assim? precisa aceitar todas as dores sempre?ficou tudo bem, no fim?...
quem desdenha quer comprar, diz lá um ditado. mas é o romantismo.
"Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande no regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir... Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro"
[W Salles, março 2025, diretor de Ainda estou aqui]
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sim, é o filme de salles sobre o assassinato e tortura de rubens paiva (1971) -- pela ditadura militar -- que venceu mais uma premiação: oscar de melhor filme estrangeiro, 2025, nos estados unidos. o prêmio acadêmico e o reconhecimento público são a unanimidade que todo artista quer. poucos conseguem. elis regina, tom jobim, clarice lispector, fernanda montenegro, milton nascimento, guimarães rosa, antônio lisboa (aleijadinho), carolina de jesus e mais dois ou três. e agora, "ainda estou aqui" com a impagável fernanda torres interpretando eunice paiva, viúva de rubens.
no livro " f elicidade ", gianetti expõe que no século 18, o período iluminista apresentava uma equação que pressupunha uma harm...