terça-feira, 13 de abril de 2021

torto arado - itamar vieira júnior - sinopse

                                                                                                                                           [foto: roger ballen]

romance, 2018
narrativa acontece em minas gerais,  entre os anos 1930 e 70

cenário base: fazenda água negra que abriga, durante dezenas de anos, famílias negras, exploradas em troca de moradia.

donana, ainda jovem, rouba faca que estava num coldre, esquecido num alpendre da fazenda caxangá. queria vendê-la, melhorar a vida. mas a faca era bonita. afeiçoou-se ao objeto, guardou. quando soube que a filha carmelita era abusada pelo seu próprio companheiro, donana sangrou o homem, na beira do rio, livrando-se do estorvo. 
anos mais tarde, na fazenda água negra, as netas bibiana e belonísia, fuçando na mala sob a cama da avó donana, encontram o objeto. curiosas, acabam se cortando. bibiana fere a boca e belonísia perde a língua.

donana vai à beira do rio com um embrulho. tempo depois, é encontrada morta, à margem do rio. a faca desaparece.

romance narrado por três mulheres: bibiana, belonísia e rita pescadeira -- esta última, uma entidade que se apossava do corpo de uma mulher conhecida por miúda

completam a família das irmãs bibiana e belonísia: zeca chapéu grande - o pai, curador de jarê 

zeca era parteiro e podia receber entidades, os "encantados"; ele cuidava de aflitos, doentes, e mantinha certa liderança entre os trabalhadores da fazenda água negra - - era filho de donana 

os demais:  salustiana - mãe   // zezé - irmão   // domingas - irmã    // servó - tio  // severo - primo

bibiana se aproxima do primo severo, ambos se enamoram, ela engravida.ambos fogem para outras terras.
tobias, funcionário da fazenda, convida belonísia para morar com ele. zeca chapéu grande (pai) , consultado antes, reforça a ela que deve prevalecer a própria vontade. belonísia aceita.
tobias é violento. ofende belonísia que se arrepende de ter saído de casa

a faca de donana, do início da história, é encontrada acidentalmente por belonísia, na casa, quando tobias ainda era vivo. estava num pote de cerâmica

aparentemente possuída pelo espírito de santa rita pescadeira, num acesso de lucidez ou loucura, assassina o marido. 

a outra irmã, bibiana retorna trazendo filho inácio. visita aos pais. anos mais tarde, traz todos os quatro filhos, passa a viver novamente no lugar, na casa que constroem. 
bibiana se torna professora, na escola que prefeito construiu a mando de santa rita pescadeira, quando estava no corpo de zeca chapéu grande

belonísia continua morando em sua casa, desde a época da união com tobias

marido de bibiana, severo, torna-se liderança e defende terra para quilombolas confrontando as posturas tradicionais de fazendeiros exploradores

severo é morto em frente sua casa. a investigação se inicia, mas a justiça declara -- mentirosamente -- que conflito se deu na disputa por drogas

santa rita pescadeira, a miúda, relata que tentou salvá-lo, entrando por seu corpo, mas não conseguiu. era um rio de sangue escorrendo pela fazenda

pelo crime contra severo, todos creem na responsabilidade de salomão, novo dono das terras de água negra
inácio, jovem, parte para cidade: quer estudar, ser professor -- filho de bibiana

salomão é morto. encontrado seu corpo próximo ao rio, um corte no pescoço

a narrativa termina com o percurso de santa rita pescadeira pelo corpo de belonísia que sai em busca de uma onça que assustaria a comunidade. nesses movimentos, leitor acompanha o animal caindo numa cova, uma armadilha, e seu pescoço é cortado

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narrativa contém três partes: fio de corte; torto arado e rio de sangue

primeira parte: referência à perda da língua por belonísia e morte de donana  -- narração por bibiana

segunda: "arado" é a palavra que belonísia acredita poder pronunciar  -- narração por belonísia

terceira: "rio de sangue" é a expressão que se refere ao assassinato de severo, encontrado por sua esposa sobre um rio de sangue, símbolo da história dos negros pelo país que, metaforicamente ou não, sempre derramam sangue em meio às injustiças contra comunidade preta -- narração por santa rita pescadeira

faca - instrumento conhecido como "arma branca"; no romance, serviu para defender opressão sofrida pela comunidade preta; segundo uma das irmãs, donana tinha mais medo do significado dela do que seu poder de corte
língua - órgão fundamental na comunicação humana; no livro, simboliza a castração verbal a ques eram submetidos pretos e indígenas, no brasil, desde cabral; a perda da língua e a necessidade de se comunicar com ajuda da irmã bibiana expõe sorororidade, valor à união e consciência de suas origens
mulheres - donana, salustiana, belonísia e santa rita pescadeira representam a história acumulada pela ancestralidade que sofreu peso do racismo institucional mas que graças às suas origens souberam resistir e, de alguma forma, enfrentar essas adversidades

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saber mais:



sexta-feira, 9 de abril de 2021

ficar em casa precisa ser sinal de amor e inteligência

 

governo federal ainda não tem um plano de vacinação em massa pra chamar de seu.
quem tem atuado são governadores e prefeituras. além do sus, claro.
as mortes continuam a galope, mesmo com mais de 22 milhões de vacinados, hoje, meio de abril.
o mapa do país é verdadeiro arco-íris, onde se alternam fases vermelhas, roxas, amarelas e por aí vai, uma vez que cada estado buscou seus meios de conter pandemia e vacinar seus habitantes. 
sempre é bom lembrar que o governo federal recusou-se a comprar vacinas no final do ano de 2020 por puro capricho do presidente. simples assim. hoje, a tragédia só aumenta.
também há quem não dê a mínima pra isso e continua transitando, distribuindo vírus pelo mundo. 
o que está faltando, afinal? é informação? o que é que está faltando?
olhem, muita gente que pode ficar em casa insiste em sair todos os dias, até andar sem máscara ... é revoltante!

quem votou nessa tragédia, lá em 2018, não deve estar conseguindo dormir e isso é o mínimo que espero pra essa gente que sabia sim o que estava fazendo. era para castigar pretos, pobres, comunidade lgbt, mulheres e tudo em nome da família e do tal deus. por quê? porque brasileiro de elite -- e os que pensam que são -- odeiam dividir espaço com outras classes sociais. são egoístas, individulaistas, ignorantes mesmo. houve brasileiro que também aplaudia donald trump, hoje está meio murcho,  esperando a banda passar e dizendo que tudo que está aí é culpa do vírus. antes fosse.
minha saúde mental que há alguns anos é quase terreno baldio só se mantém viva porque há minha companheira, terapias e remédio...  uma vez que  muito do entorno só me deixa submerso na tristeza.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

arte de mondrian democratiza espaços em cariacica

 

                                                  [ foto r. medeiros / a gazeta ]

espirito santo é o estado onde se encontra o estádio kleber andrade. cariacica. ano: 2014.

artista holandês piet mondrian (1872-1944) e sua  série de pinturas chamada "boogie woogie"  foi inspiração para as cores que se espalham pela arquibancada do estádio, em cariacica.

a ideia dos arquitetos era mesmo colorir o local e, segundo ciro piondi (um dos arquitetos) é estádio anti-fifa porque, nele, cores diferentes indicam preços diferentes de ingressos.

em 1965, yves saint laurent -- estilista -- já havia utilizado da série "boogie woogie" para um de seus defiles





quinta-feira, 1 de abril de 2021

"sete anos de pastor jacob servia" confirma lado antropocêntrico do renascimento

                               

                                    [ largo camões - lisboa, portugal ]

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prémio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando se com vê la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida;

começa de servir outros sete anos,
dizendo: - Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida!

[Camões, Luís de. Obra completa, Aguilar ed, 1988]

- - primeira publicação 1595 - - livro "Rimas" - edição póstuma

nota - - sete é número místico para os cristãos e envolvia, por exemplo, quantidade de pecados capitais; e também a de planetas, até então, conhecidos... mas na mitologia cristã, foi o tempo total que deus gastou para fazer o mundo... 

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falo com meus alunos sobre a lírica de camões e sempre se esbarra neste soneto emblemático. 

é comum afirmar-se, quase como um mantra, que o período renascentista é mais antropocêntrico que teocêntrico. e é. mesmo que você veja o davi e a pietá de michelângelo, ou madonas e são joão batista em leonardo, ou mesmo o velho testamento católico em camões, é sim mais antropocêntrico o período renascentista. por quê? porque esses elementos citados aqui estão humanizados, tratados com perfil mundano comum. aqui, jacob é mostrado com alguem que sofre e busca completar sua humanidade através do amor. a medida para compor perfil de jacob ou são joão batista ou davi, por exemplo, é o homem da época. simples assim. 


sábado, 27 de março de 2021

no meio do caminho é poema sóbrio e inquietante

 


NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

[ carlos drummond de andrade ]

poema saiu em 1928, pela primeira vez, na revista de antropofagia (oswald de andrade). em 1930, passa a integrar o livro "alguma poesia". 

o texto se liga a "nel mezzo del camin", soneto parnasiano de bilac, mas que também acena para dante alighieri e o início de sua divina comédia: "nel mezzo del camin di nostra vita...", séc 14. no caso de bilac, soa como crítica ao artificialismo sem sal do estilo parnasiano.

o poema de drummond revela uma característica de um eu lírico tomado de certa covardia. é um eu poético que se apequena e isso se dá em outros livros, como "claro enigma" ou "rosa do povo", não cem por cento, mas está presente nesses livros um tanto desse "eu-menor-que-o-mundo".

o que fazer diante de um dilema, diante de uma pedra? a repetição dos versos sugere esse questionamento. o que fazer? o eu do texto, em princípio, nada faz. parece vítima do destino e não agente.

texto inquietante porque cada leitor terá seu ponto de covardia exposto, quando da leitura. todo ser humano tem seus medos, seu limites, penso eu. é uma provocação. 

saber mais? assista-me!











domingo, 21 de março de 2021

dona de mim - iza e a conotação - literatura

aula de literatura.

falo com meus alunos de ensino médio sobre denotação e conotação.

nomenclatura nova para muitos. eles estão na primeira série. o que são essas palavras, afinal? vamos lá.

DENOTAÇÃO é o sentido literal de uma palavra ou expressão.

exemplo: "esse mar está com muitas ondas". 

explicando: águas do amr agitadas, o clima trouxe ventos etc.

"mar" está em seu sentido literal

CONOTAÇÃO traz sentido diferente do original, o sentido figurado (texto carregado de figura de linguagem).

exemplo: "já chorei mares e rios / mas não afogo não"  (iza)

explicando: chorar mares significa chorar muito. a palavra "mares" está com outro sentido, além do comum. aqui, na canção, indica tristeza, no passado. "chorei" é pretérito. 

saber mais? veja:





quarta-feira, 17 de março de 2021

o ócio criativo é para classe média e não debate capitalismo

 

domenico de masi. 
a partir de entrevista dada a maria palieri, sai o livro "o ócio criativo". 
ano 2000. 

o sociólogo italiano trata das relações do homem moderno com o trabalho e prega a valorização do tempo para si como índice de criatividade e bem estar.

"o homem que trabalha perde tempo precioso", diz domenico.

logo o início da leitura, fica-se sabendo que sua ideia sobre "ócio criativo" passa pelo seguinte raciocíonio: quando atividades como trabalho, jogo (prazeres) e estudo se misturam, se aproximam muito, tem-se uma síntese dessa ideia, o tal ócio criativo.

a entrevista caminha e o sociólogo descreve a sociedade industrial entre final do século 19 e começo do 20. usa como exemplo a ford e sua linha de montagem que censura pensamento. 

ainda no início do livro, maria palieri questiona sobre uma certa visão acomodada da sociedade sobre os ritmos da vida industrial. a entrevistadora expõe que ainda se gastam quinze anos ou vinte de estudos para depois consumirem-se mais uns trinta de trabalho e fazer quase nada por si, no pouco tempo que sobrar. o discurso da pergunta é o mais longo do livro. ela -- a entrevistadora -- continua e questiona que haja uma certa visão natural da vida na era industrial que impede alguém de pensar um diferente modo de viver. 

saber mais?? assista-me!


sábado, 13 de março de 2021

negligência com história destrói nosso passado

 

está em discussão, hoje, março de 2021, uma alteração do nome do estádio mário filho, maracanã, para homenagear pelé. sou contra.

não foi diferente com a rodovia dos trabalhadores, aqui no estado de s paulo, rapidamente rebatizada de ayrton senna. o aeroporto dois de julho, em salvador, já é luís eduardo magalhães, faz tempo.

essas mudanças negligenciam a história, apagam as origens das coisas a que esses nomes se ligavam.

nada contra homenagear gente como pelé ou senna. agora, porque apagar o que estava antes? por que não batizar obras novas como os nomes dessas figuras? 

dois de julho é data célebre aos baianos e brasileiros em geral porque expõe luta pela independência, lá no século 19. no século 21, o falecimento do filho de antônio carlos magalhães deu chance para essa história ser apagada. quem vai ter a curiosidade de perguntar sobre o dois de julho, agora? 

a rodovia dos trabalhadores é emblemática. primeiro de maio. foi num dia assim que uma bomba explodiu, no riocentro, rio de janeiro, em carro (puma) de militares.  não é exatamente por isso que a rodovia tem esse nome, mas era uma marca de respeito a quem realmente punha mão na massa para pavimentar de asfalto o país. gente que simbolizava luta por melhoria, por aqui. mas acabou. o nome da rodovia é ayrton. ou seja, amanhã, quando falecer outra celebridade, a rodovia ayron senna pode mudar de nome. é triste

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saiba quem foi mario filho - clica neste link



quarta-feira, 10 de março de 2021

o infinito dos teus olhos - pedro xisto

                                    

                                                    pedro xisto, séc 20


texto traz recado ligado ao sentimento do eu lírico despertado pelos olhos que ele vê

sim, é um poema em forma do símbolo do infinito

a figura de linguagem que -- com perdão do trocadilho -- salta aos olhos é o paradoxo: "encontrar o infinito". se algo não tem fim, então, não daria pra chegar lá. mas aqui, na literatura, sempre dá.
podemos ler o texto assim : "o infinito dos seus olhos me faz encontrar o infinito"

ou assim: "encontrar o infinito dos seus olhos me faz encontrar o infinito"

e por aí vai

até o infinito

sexta-feira, 5 de março de 2021

março 2021 é tempo de agir contra vírus e ignorância

 


- manter o distanciamento

- escolas fechadas

- lavar as mãos 

- usar máscara

- acreditar na ciência

- ficar em casa

e assim, cuidar dos seus e da comunidade

lutar contra a ignorância é divulgar realidade, exercitar empatia, fortalecer argumentação em favor da vida, na terra (redonda)

não existe cloroquina que salve, nem spray, não existe tratamento preventivo contra covid, hoje. não é "mimimi", nem alarmismo. é realidade. 

prevenção é não circular!

        FIQUE EM CASA

      ACREDITE NA CIÊNCIA

    DIVULGUE A REALIDADE PARA EVITAR MAIS MORTES

     COMBATER IGNORÂNCIA SALVA VIDAS


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- obrigado!



quarta-feira, 3 de março de 2021

carta de pero vaz de caminha ao rei dom manuel - 1500 - resenha


maio de 1500. último ano do século 15. brasil. 

pero vaz de caminha, escrivão da frota de pedro álvares cabral, escreve ao rei dom manuel

em função de seus antecessores terem prestados serviços à coroa portuguesa e ser amigo do rei -- literalmente -- pero vaz aproveita de suas funções de escrivão oficial para fazer, ao final da carta, pedido pessoal ao rei: solucionar situação do degredado jorge de osório, genro de caminha. jorge estava na ilha de são tomé.  por isso, a carta apresenta caráter íntimo, não apenas histórico

a carta-narrativa de pero vaz é um clássico histórico e artístico, pois traz o estilo do escrivão composto de humildade e devoção à coroa. além de trechos de pura ficção, como a descrição do episódio do encontro dos índios com cabral e sua comitiva. caminha faz uma narrativa de viagem em forma de carta (datação, local, destinatário etc). começa o texto por "senhor". 

no texto, registros de caminha:

- partida: 9 de março, belém, 1500, lisboa. 

- dia 14, nas ilhas canárias.

- dia 22 de março, um dos pilotos, pero escolar, avistou ilha de s. nicolau, pertencente às ilhas de cabo verde. eram dez horas, mais ou menos, segundo o escrivão.

- dia 23, noite: frota de vasco de ataíde se perde. diligências são feitas na região, mas "não apareceu mais!

trecho importante, na sequência do desaparecimento de vasco: 

"E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos."

* oitavas de páscoa - oito dias depois da comemoração da páscoa
botelho e rabo-de-asno - vegetais, plantas, provavelmente usadas para conter hemorragia nasal
* fura-buxos - aves aquáticas típicas do mar dos açores; chamadas "chiretas", são da família dos procelarídeos, voam grandes distâncias sobre oceanos

em princípio, a terra foi chamada "vera cruz"

em seguida, narra a chegada em terra, dia 23, quinta-feira, abril:

"E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, treze, doze, dez e nove braças, até meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio."

na terra foi deixado o degredado, condenados pela justiça portuguesa, afonso ribeiro 
na quinta-feira, 30 de abril, capitão recomendou que ao sair dos batéis (pequenas embarcações) fossem todos à cruz e que a beijassem para mostrar aos índios a devoção. por ingenuidade e extasiados de novidade, alguns índios imitaram os gestos de cabral e seu grupo. ao que caminha conclui : 

"E assim fizemos. E a esses dez ou doze que lá estavam, acenaram-lhes que fizessem o mesmo; e logo foram todos beijá-la. Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma (...)"
como assim, não têm crença?...eles só não eram cristãos. ah, os europeus donos do mundo!

saber mais: veja o vídeo abaixo 


domingo, 28 de fevereiro de 2021

mensagem - fernando pessoa - comentário

                                    

me n s a g e m  -  fernando pessoa - portugal

livro publicado em 1934

44 poemas

"mensagem" contém misticismo, lirismo, caráter histórico e ... melhor clicar no vídeo aqui :



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

ubirajara - o senhor da lança - alencar - resumo

 

jaguarê é um jovem caçador da tribo araguaia caminhando em busca de um adversário de valor a quem  possa vencer. ele precisa se tornar um verdadeiro guerreiro de sua tribo. jandira, jovem índia, o espera. ele está às margens do tocantins, no território da tribo de mesmo nome. jaguarê precisa de guerreiro para vencer, pois não teme o feras como o jaguar

 Pela margem do grande rio, caminha Jaguarê, o jovem caçador. O arco pende-lhe ao ombro, esquecido e inútil. As flechas dormem no coldre da uiraçaba.

Os veados saltam das moitas de ubaia e vêm retouçar na grama, zombando do caçador. Jaguarê não vê o tímido campeiro, seus olhos buscam um inimigo capaz de resistir-lhe ao braço robusto. Ele chama-se Jaguarê, o mais feroz jaguar da floresta; os outros fogem espavoridos quando de longe o pressentem.

Não é esse o inimigo que procura, porém outro mais terrível para vencê-lo em combate de morte e ganhar nome de guerra. (...)

 descansando à sombra de uma árvore, jaguarê percebe a presença de uma índia que, por uma fita vermelha na perna, indicava ser ainda virgem e pertencente à nação dos tocantins. era  araci. 

— Eu sou Araci, a estrela do dia, filha de Itaquê, pai da grande nação tocantim. Cem dos melhores guerreiros o servem em sua cabana para merecer que ele o escolha (...). O mais forte e valente me terá por esposa. Vem comigo, guerreiro araguaia, excede aos outros no trabalho e na constância, e tu romperás a liga de Araci na próxima lua do amor.

araci parte e, mais tarde, surge pojucã, guerreiro. lutam ambos noite adentro, até que jaguarê vence o guerreiro tocantim e o leva preso. festa na tribo araguaia. jaguarê é tornado ubirajara, senhor da lança, aquele que tem por arma uma serpente. camacã, pai do guerreiro, empunhou o grande arco da nação, grosso como o braço de um índio, e o apresentou a ubirajara, como símbolo de valor e glória. o jovem guerreiro, contudo, ainda sonha com araci, filha da luz. jandira cansada de esperar por aquele que, antes, a escolhera, sai à procura de seu amado.
o guerreiro da nação araguaia parte para região dos tocantins. é recebido por itaquê, o chefe, pai de pojucã. lá se apresenta como pretendente de araci e se diz guerreiro, sem identificar-se como ubirajara, vencedor em combate a pojucã. pelo fato de ter chegado em paz, lhe é dado nome de Jurandir, aquele que chegou através da luz do céu.

De longe Araci viu o estrangeiro, sentado entre os anciões, como o frondoso jacarandá no meio dos velhos troncos das aroeiras.O coração de Araci encheu-se de alegria. (...)

no dia dos combates e das provas, jurandir (ubirajara) vence a todos. é então levado diante de itaquê para que revelasse a verdadeira identidade, uma vez que iria se casar com araci. ao saberem que o guerreiro era da tribo araguaia, fica declarada uma guerra, pois o nome de pojucã fora pronunciado como prisioneiro.

na taba dos araguaias, ubirajara chama  pojucã e pede para retornar à sua nação para fortalecê-los no combate e ter a chance de ser vencido outra vez.
nação araguaia parte para a batalha, chefiada por ubirajara. no trajeto encontram os tapuias. estes queriam guerra contra os tocantins, pois, num passado recente, pojucã teria incendiado a cabana do pajé. os tapuias eram liderados por  canicrã. em respeito, ubirajara ficou apenas observando. no combate, itaquê é ferido nos olhos por flechas, fica cego. em meio à fúria e à dor, itaquê, mesmo sem enxergar, despedaça a cabeça de canicrã.
 movidos por mais esta vingança, os tapuias voltam à batalha, tentando honrar o nome do chefe canicrã. desesperados e sem liderança, -- itaquê cego --, os tocantins pedem a ubirajara que lidere a tribo tocantim no combate. o senhor da lança, amado por jandira e araci, empunha o arco de itaquê e, sob suas ordens, comanda as duas tribos na guerra contra os tapuias, vencendo seu novo líder, agniná, e os demais guerreiros. com a união das tribos tocantim e araguaia, nasce uma só nação, a dos ubirajaras.

saiba mais - - assista-me!



domingo, 21 de fevereiro de 2021

sobre fevereiro 2021

 

                                                                   [ laerte ]

é mais do que urgente defender democracia, não só porque está na lei, mas porque é saudável e faz exercitar ações como tolerância, gosto por argumentar quando tiver opinião diversa de outros, respeito ao próximo e, consequentemente, aproximar-se da educação. isso mesmo: livro, escola, essas coisas. daí entra-se na disputa saudável pela sociedade.

historicamente, há violência contra mulher, contra pretos, comunidade lgbt, defensores da natureza etc...e também o mercado é o deus de nossa elite que, como se sabe, há quinhentos anos, explora tudo a seu favor. por isso, disputar a sociedade significa estar próximo a seus anseios e ofertar humanidade: valor à naureza, à cultura indígena, à influência africana por aqui, respeitar diversidade, direito a emprego, fortalecer escolas, acesso a moradia... é preciso repetir o óbvio sempre.

em fevereiro, 2021: coluna de leonardo sakamoto, fala marcelo freixo, deputado pelo psol:

À coluna, Freixo disse (...) "Pode ser estranho dizer isso neste momento em que ele está em queda. Mas, com este episódio, ele [Silveira] sai cacifado para uma disputa de sociedade. Uma disputa tosca, claro, mas que faz parte de um projeto de longo prazo." O deputado do PSOL (...) lembra que o próprio bolsonarismo é uma disputa de poder, mas também de sociedade. E alerta que não são a mesma coisa. "Podemos derrotar Bolsonaro e o projeto de poder bolsonarista, mas a concepção bolsonarista de sociedade vai levar muito tempo para ser derrotada. Uma concepção armada, machista, intolerante, racista, que não foi Bolsonaro que inventou, mas que ele assumiu como sua, e que se alimenta de tradições históricas muito fortes", avalia.

clica : sakamoto e a prisão de silveira

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

niketche - uma história de poligamia - chiziane - comentário

                                

niketche é dança tradicional do meio rural de moçambique, região da zambézia, áfrica.

livro de paulina chiziane, lançado em 2002, lisboa.

romance. naração em primeira pessoa: rami (rosa maria)

rami reclama ausência do pai de seus filhos. ela  confidencia sua angústia com o espelho. nele, a sua imagem dança e diz para ela que seu marido cansou. a dança é niketche.

"dançar é orar", diz rami. "a vida é uma grande dança".

rami casada com tony, cinco filhos.

tony -- chefe de polícia -- se envolve com mais quatro mulhres: julieta, saly, mauá e luísasomados aos cinco filhos de rami, chegam a dezesseis, no total.

rami é conservadora, educada a obedecer vontades masculinas. é a cultura europeia cristã predominando na personalidade dela.  

rami se descobre inexperiente nas questões sexuais -- mas esta é uma visão masculina de sua postura... -- rami, ingenuamente, incorpora

leitor fica sabendo que no norte há escolas de amor. um outro tipo de relação com vida amorosa.

no dia do aniversário de cinquenta anos de tony, rami decide uma surpresa. une as quatro mulheres do marido em meio à sua família. tony se esconde, envergonhado

rami, ao longo do livro, sempre ouvirá de figuras diferentes que o sofrimento por que passa, na situação de poligamia, é culpa dela mesma que não soube segurar o marido

rami une as mulheres e elas se tornam empresárias. tony se vê fora do protagonismo. pede divórcio

as mulheres descobrem que tony está com mais outra mulher: eva. é a sexta. elas temem que ele a assuma... têm ciúme e raiva

decididas, esposas -- praticamente "ex-esposas" -- resolvem passar lição em tony:  as mulheres expõem a ele a proposta de que deveria casar-se mais uma vez. as mulheres apresentam a noiva: saluá, dezoito anos. ele não aceita, nervoso. 

o romance expõe tradições que transcendem a religiosidade trazida por europeus: uma delas é a escola de amor. nela, mulheres são levadas por uma tutora, conselheira, a deixarem de ser crianças para se tornarem mulhres... contudo, a tal escola se mostra um curso para atender melhor os homens

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saber o final ? - - clica no vídeo 



terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

amarElo é plantação de humanidade

 


amarElo - é tudo pra ontem documentário - emicida.
onde: netflix

com o mote "plantar - regar - colher" o ativista e compositor emicida (leandro oliveira) organiza documentário em que revisita história da negritude pelo brasil.
o documentário cita a escravidão, homenageia o samba, o hip hop, figuras importantes como tebas, ruth de souza, donga, lelia gonzalez, racionais, marielle franco, wilson das neves e tantos outros para reforçar ideia de que a união deveria nortear a luta da comunidade preta, no país.

o trabalho base está no teatro municipal, com música de emicida.
convidados bem ilustres, majur e pablo vittar dão o tom da diversidade dentro discurso do documentário que sinaliza que não se luta pela metade. se a ideia é falar de excluídos, como os pretos, então havia espaço para comunidade lgbt e trans. 
poesia, história, memória, arte plástica e, principalmente, gente unida, fazem deste  documentário uma necessidade urgente.

temas como gentrificação e ressignificar trajetória dos pretos, no brasil, transcedem o caráter artístico do documentário.

trabalho de emicida precisaria estar na escola. há muito o que fazer quando se está só. mas o lugar comum da união continua rei. 

como já disse poeta belchior : "o ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro"

domingo, 7 de fevereiro de 2021

mestre vitalino é arte brasileira - século 20

 

                                                              noivos a cavalo 1950

vitalino pereira dos santos

(ribeira dos campos, caruaru, pernambuco julho 1909 - alto do moura, caruaru 1963)

ceramista popular e músico. desde criança começa a modelar pequenos animais com as sobras do barro usado por sua mãe na produção de utensílios domésticos, para serem vendidos na feira de caruaru.  cria, na década de 1920, a banda zabumba vitalino, da qual é o tocador de pífano principal. muda-se para o povoado alto do moura, para ficar mais próximo ao centro de caruaru

[ fontes:itaú cultural e lelia coelho frota, 1988 ]

crenças populares, folclore, mundo rural, agreste. arte figurativa

saiba mais ! assista-me




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

bons dias! crônicas de um machado monarquista


49 crônicas  -   abril de 1888 a agosto de 1889
jornal "gazeta de notícias" rio de janeiro

em alguns textos é possível ler que um tal policarpo assina as crônicas -- é o personagem-cronista, assim como um relojeiro (como na primeira crônica)

para contextualizar:
as crônicas tratam do período de transição entre a monarquia e a república

IMPORTANTE

5 abril, 1888 - -  primeira crônica
       [ trecho ]

Bons dias! 
Hão de reconhecer que sou bem criado. Podia entrar aqui, chapéu à banda, e ir logo dizendo o que me parecesse; depois ia-me embora, para voltar na outra semana. Mas, não senhor; chego à porta, e o meu primeiro cuidado é dar-lhe os bons dias. Agora, se o leitor não me disser a mesma coisa, em resposta, é porque é um grande malcriado, (...) e que eu, explicando-me com tão nobre franqueza, não me refiro ao leitor, que está agora com este papel na mão, mas ao seu vizinho. Ora bem!
Feito esse cumprimento, que não é do estilo, mas é honesto, declaro que não apresento programa. Depois de um recente discurso proferido no Beethoven, acho perigoso que uma pessoa diga claramente o que é que vai fazer; o melhor é fazer calado. Nisto pareço-me com o príncipe (...) e faz lembrar um sujeito muito alto e louro, parecidíssimo com o Imperador, que há cerca de trinta anos ia a todas as festas da Capela Imperial, pour étonner de bourgeois; os fiéis levavam a olhar para um e para outro, e a compará-los, admirados, e ele teso, grave, movendo a cabeça à maneira de Sua Majestade. São gostos de Bismark. O príncipe de Bismark tem feito tudo sem programa público; a única orelha que o ouviu, foi a do finado Imperador, — e talvez só a direita, com ordem de o não repetir à esquerda. (...)
  Boas noites!

apresentação geral - - ocorre a metalinguagem, aqui: 
cronista explica o que vai e o que não vai fazer, dentro da crônica

- falta um programa, um plano de trabalho para os textos
- receoso de discurso recente (f. viana), prefere não falar claramente
- ferreira viana antecipou a abolição, em discurso, no clube beethoven
- machado era sócio-bibliotecário, no clube 
 - pour etonner de bourgeois  - - para surpreender os burgueses
- compara-se a bismarck que age sem programa público
- cronista se diz um ex-relojoeiro: relógios do mundo não marcam a mesma hora
- partido liberal versus império: quem faria abolição seria mesmo o império
- dantas e saraiva - líderes do conselho - abolição sem indenização
- diz o cronista que ficará no jornal até a chegada do bendegó - - meteorito trazido do nordeste, em 1888, em processo demorado --  até hoje a grande pedra está no museu nacional, quinta da boa vista, mesmo depois do incêndio de 2018

4 de maio
[ trecho]

...Desculpem, se lhes não tiro o chapéu; estou muito constipado (...) Passo as noites de boca aberta. Creio até, que estou abatido e magro. Não? Estou; olhem como fungo. E não é de autoridade, note-se; ex auctoritate qua fungor, não, senhor; fungo sem a menor sombra de poder, fungo à toa...Entretanto, se alguma vez precisei de estar de perfeita saúde, é agora, por várias razões. Citarei duas:A primeira é a abertura das Câmaras. Realmente, deve ser solene. O discurso da princesa, o anúncio da lei de abolição, as outras reformas, se as há, tudo excita curiosidade geral, e naturalmente pede uma saúde de ferro. O meu plano era simples; metia-me na casaca, e ia para o Senado arranjar um lugar, donde visse a cerimônia, deputações, recepção, discurso. Infelizmente, não posso; o médico não quer, diz-me que, por esses tempos úmidos, é arriscado sair de casa; fico. (...)
Boas noites!

ex auctoritate qua fungor - pela autoridade que exercito
- tem curiosidade de ver a abertura dos trabalhos nas câmaras
- interesse em entender a política do ceará / conversa com senador castro carreira
- os partidos seriam dois ou quatro: questiona os princípios desses partidos
- há dois grupos políticos: aquirás e ibiapabas
- fica sabendo que são dois princípios: boa educação e auxiliar a província
- senador fica cansado da conversa com o cronista

machado, ao longo de seus textos, acaba igualando feitos históricos nacionais e internacionais ao cotidiano do rio de janeiro, com seus bondes, animais de carga, gente comum, pobres, ricos. por isso, minimiza a importância de tudo, tratando os fatos com ironia ou alegorias, deixando claro o tom de superioridade dele próprio -- quem escreve -- sobre seus leitores, assim como da situação política.

cronista compara o episódio da entrevista com político do ceará ao enredo de uma peça de alfred mussett, ou seja, desdenha da ação civil, borrifa sarcasmo sobre o republicano

MUITO IMPORTANTE : machado era sim monarquista

11 de maio
[ trecho ]

Vejam os leitores a diferença que há entre um homem de olho aberto, profundo, sagaz, (...) (eu em suma), e o resto da população. Toda a gente contempla a procissão na rua, as bandas e bandeiras, o alvoroço, o tumulto, e aplaude ou censura, (...)  mas ninguém dá a razão desta cousa ou daquela cousa; ninguém arrancou aos fatos uma significação, e, depois, uma opinião. (...) me custava a achar uma opinião. (...) Não foi o ato das alforrias em massa dos últimos dias essas alforrias incondicionais, que vêm cair como estrelas no meio da discussão da lei da abolição. (...) Lá que eu gosto liberdade, é certo; mas o princípio da propriedade não é menos legítimo. Qual deles escolheria? (...) Não quis saber mais nada; desde que os interessados rompiam assim a solidariedade do direito comum, é que a questão passava a ser de simples luta pela vida, e eu, em todas as lutas, estou sempre do lado do vencedor. Não digo que este procedimento seja original, mas é lucrativo. Alguns não me compreenderam (porque há muito burro neste mundo); alguém chegou a dizer-me que aqueles fazendeiros fizeram aquilo, não porque não vissem que trabalhavam contra a própria causa, mas para pegar uma peça ao Clapp (...)

- cronista admite que escravatura traz miséria mas faz ressalva e afirma que ficou em dúvida sobre qual postura apoiar: abolição ou "princípo de propriedade" -- ou seja, cronista expõe dúvidas sobre processo de liberdade para escravizados

- clapp - joão fernandes clapp presidente da confederação abolicionista -- segundo consta é uma história improvável, ele teria levado escravos fugidos de volta a seus donos ... parece mesmo uma pós-verdade do cronista
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"(...) O capitalismo iria provocar importantes e curiosas medidas para garantir a integridade nacional. Buscando tecnologia e mão de obra qualificada, Alfredo d’Escragnolle, o Visc de Taunay, apresentou ao Senado um projeto de nacionalização, no qual consta que “todo estrangeiro que tiver residência efetiva no Brasil, por espaço de dois anos, será considerado cidadão brasileiro” . Esse incentivo à imigração em larga escala foi comentado por Machado de Assis na crônica de 28 de outubro de 1888. O projeto de renacionalização, como chamamos, conta com a ajuda de várias áreas de conhecimento que estavam unidas desde o começo do século XIX a fim de garantir a integridade nacional, como a História, a Geografia, a Literatura e o jornalismo, que se encontrava em ascensão (...)." 
                                         - "bons dias! no avesso da república" - - marta pinheiro
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crônica 6 setembro 1888

"Não é pelo gosto de imitar o Fradique Mendes que uso tomar nota de algumas frases parlamentares (...)"

- eça de queiroz criou personagem em "a correspondência de fradique mendes" que possuía o hábito de ler o "diário das câmaras": quando encontrava alguma frase maluca, ridícula, sublinhava em vermelho. formou ele o "livro de ouro da sandice parlamentar"
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