visualizações do blog

Mostrando postagens com marcador nicolau. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador nicolau. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de abril de 2024

o que é seu fica nos livros

 



o que é seu, fica nos livros. a frase é minha mesmo, pode aparecer em alguma publicaçao, de repente… depende de muita coisa, mas a frase é boa. nicolau é o nome de hoje. polônia, maio de 2010, finalmente fizeram enterro oficial dele, o nicolau copérnico (1473-1543), chamado pai da astronomia. não é bem certo, porque os gregos, os egípcios ou os incas já faziam muitas coisas bem antes de nicolau engatinhar, mas como tudo na vida é marketing, alguém ficou dizendo ele era o pai, então fica sendo.

o polonês, além da formação em matemática, também estudou medicina e foi ordenado padre. a questão, para quem não sabe, é que nunca se conheceu, ao certo, o local, na igreja, onde estaria o corpo do matemático. ele estaria na catedral de frombork, junto a dezenas de outras pessoas, sem identificação precisa, desde o século 16. então, fuçando em algumas ossadas e combinando com dna encontrado num livro que ele manuseava – havia fiapo de cabelo nele –, chegou-se a uma conclusão: alguns ossos encontrados, em 2010, na catedral de frombork, polônia, eram mesmo de copérnico.
o que era dele, tinha ficado nos livros.

 


quarta-feira, 3 de março de 2021

carta de pero vaz de caminha ao rei dom manuel - 1500 - resenha


maio de 1500. último ano do século 15. brasil. 

pero vaz de caminha, escrivão da frota de pedro álvares cabral, escreve ao rei dom manuel

em função de seus antecessores terem prestados serviços à coroa portuguesa e ser amigo do rei -- literalmente -- pero vaz aproveita de suas funções de escrivão oficial para fazer, ao final da carta, pedido pessoal ao rei: solucionar situação do degredado jorge de osório, genro de caminha. jorge estava na ilha de são tomé.  por isso, a carta apresenta caráter íntimo, não apenas histórico

a carta-narrativa de pero vaz é um clássico histórico e artístico, pois traz o estilo do escrivão composto de humildade e devoção à coroa. além de trechos de pura ficção, como a descrição do episódio do encontro dos índios com cabral e sua comitiva. caminha faz uma narrativa de viagem em forma de carta (datação, local, destinatário etc). começa o texto por "senhor". 

no texto, registros de caminha:

- partida: 9 de março, belém, 1500, lisboa. 

- dia 14, nas ilhas canárias.

- dia 22 de março, um dos pilotos, pero escolar, avistou ilha de s. nicolau, pertencente às ilhas de cabo verde. eram dez horas, mais ou menos, segundo o escrivão.

- dia 23, noite: frota de vasco de ataíde se perde. diligências são feitas na região, mas "não apareceu mais!

trecho importante, na sequência do desaparecimento de vasco: 

"E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos."

* oitavas de páscoa - oito dias depois da comemoração da páscoa
botelho e rabo-de-asno - vegetais, plantas, provavelmente usadas para conter hemorragia nasal
* fura-buxos - aves aquáticas típicas do mar dos açores; chamadas "chiretas", são da família dos procelarídeos, voam grandes distâncias sobre oceanos

em princípio, a terra foi chamada "vera cruz"

em seguida, narra a chegada em terra, dia 23, quinta-feira, abril:

"E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, treze, doze, dez e nove braças, até meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio."

na terra foi deixado o degredado, condenados pela justiça portuguesa, afonso ribeiro 
na quinta-feira, 30 de abril, capitão recomendou que ao sair dos batéis (pequenas embarcações) fossem todos à cruz e que a beijassem para mostrar aos índios a devoção. por ingenuidade e extasiados de novidade, alguns índios imitaram os gestos de cabral e seu grupo. ao que caminha conclui : 

"E assim fizemos. E a esses dez ou doze que lá estavam, acenaram-lhes que fizessem o mesmo; e logo foram todos beijá-la. Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma (...)"
como assim, não têm crença?...eles só não eram cristãos. ah, os europeus donos do mundo!

saber mais: veja o vídeo abaixo 


domingo, 8 de dezembro de 2019

perdido nas estrelas é resgatado mais de 400 anos depois



                                 [ Nicolau 1473-1543 ]

o que é seu, fica nos livros.
a frase é minha mesmo, pode aparecer em algum romance, próximos anos. depende de muita coisa, mas a frase parece boa.
inspirada no episódio "nicolau copérnico", cunhei a expressão e exponho aqui, correndo risco de plágio. "o que é seu, fica nos livros". é bonito.
explica-se. na polônia, maio de 2010, fizeram enterro de nicolau copérnico (1473-1543). foi chamado de pai da astronomia. não é certo, porque os gregos, egípcios ou os incas já fizeram muitas coisas bem antes de nicolau engatinhar. enfim, como tudo na vida é marketing, alguém disse que ele é o pai, então fica sendo. a questão, para quem não sabe, é que nunca se conheceu, ao certo, o corpo do matemático. ele estava numa igreja, com centenas de outras pessoas, sem identificação, desde o século 16. então, fuçando nas ossadas e combinando com dna encontrado num livro que manuseava, chegou-se a uma conclusão. pois é, um livro. 
daí, o enterro oficial ter ocorrido apenas em 2010, aqui no século 21.
o que era dele, tinha ficado nos livros.