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sexta-feira, 29 de março de 2024

lembrar para não repetir - 31 de março

 

                                                                    arte : caio gomez

o golpe militar, no brasil, aconteceu em 1964. faz tempo... deposto presidente joão goulart, em primeiro de abril tínhamos novo presidente, agora general. começou um período horripilante em nossa história, com tortura, mortes, censura e o fim do voto direto à presidência, dentre outras privações. a coisa toda durou mais de vinte anos e ainda ecoa. é importante relembrar. é importante tratar do assunto sim, principalmente, na escola. indico os filmes "pra frente brasil" (1983) e "zuzu angel" (2006), para ficar em dois, retratam com maestria o período. agora, há um outro, mais poético – se  cabe poesia aqui – é "o ano em que meus pais saíram de férias" (2006), de cao hamburger, cuja narrativa se passa no primeiro semestre de 1970, já no governo médici. parte das filmagens se deu em campinas, são paulo. é o último filme de paulo autran. nele, o jovem mauro, uns oito anos, espera os pais voltarem, foragidos que estão em função da ditadura. duas imensas expectativas se apoderam do garoto: a volta dos pais e poder assistir, pela primeira vez, a seleção masculina de futebol, na copa do mundo, pela televisão. lembrar pelé, tostão, rivellino e companhia, necessariamente, é saudar também outros heróis, anônimos ou não, que morreram ou foram torturados em nome da liberdade civil.

sábado, 13 de março de 2021

negligência com história destrói nosso passado

 

está em discussão, hoje, março de 2021, uma alteração do nome do estádio mário filho, maracanã, para homenagear pelé. sou contra.

não foi diferente com a rodovia dos trabalhadores, aqui no estado de s paulo, rapidamente rebatizada de ayrton senna. o aeroporto dois de julho, em salvador, já é luís eduardo magalhães, faz tempo.

essas mudanças negligenciam a história, apagam as origens das coisas a que esses nomes se ligavam.

nada contra homenagear gente como pelé ou senna. agora, porque apagar o que estava antes? por que não batizar obras novas como os nomes dessas figuras? 

dois de julho é data célebre aos baianos e brasileiros em geral porque expõe luta pela independência, lá no século 19. no século 21, o falecimento do filho de antônio carlos magalhães deu chance para essa história ser apagada. quem vai ter a curiosidade de perguntar sobre o dois de julho, agora? 

a rodovia dos trabalhadores é emblemática. primeiro de maio. foi num dia assim que uma bomba explodiu, no riocentro, rio de janeiro, em carro (puma) de militares.  não é exatamente por isso que a rodovia tem esse nome, mas era uma marca de respeito a quem realmente punha mão na massa para pavimentar de asfalto o país. gente que simbolizava luta por melhoria, por aqui. mas acabou. o nome da rodovia é ayrton. ou seja, amanhã, quando falecer outra celebridade, a rodovia ayron senna pode mudar de nome. é triste

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saiba quem foi mario filho - clica neste link



segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

café palheta, 50 anos em 2019




em "dom casmurro", bentinho lembra de fato marcante, num tarde de novembro de 1857, lá no rio de janeiro, na rua de matacavalos. uma centena e mais alguns anos depois, no mesmo rio, era noite, em novembro de 1969.
o café "palheta" era mais uma placa perdida, num pedaço de arquibancada do estádio do maracanã. porém, nunca o café "palheta" foi tão mostrado como nesses últimos 50 anos, por conta de uma bola de futebol. quando a defesa do vasco da gama atropela edson, dentro da área, o juiz marca pênalti enquanto o goleiro andrada antecipa o duplo twist carpado de lady daiane. repare, no vídeo, que a entrada de pelé na área do vasco tem, ao fundo, a placa singela do café "palheta". o lance vem sendo reprisado há décadas... hoje, 2019, faz 50 anos.
no jogo anterior, contra o botafogo da paraíba, depois de marcar o gol 999, pelé, feito um othelo fanfarrão, deixa a camisa 10 pela número 1 e vai para o gol, pois o goleiro do seu time estava com um ataque súbito de "não-marque-o-milésimo-gol-longe-do-maracanã". pelé foi para o gol.

voltando ao "palheta". eu nunca fui ao referido estabelecimento, mas na verdade, sei que eles existem na tijuca, desde 1943, o que dá credibilidade ao gol em questão. motivado pela placa ou pelo gosto do gol feito sob patrocínio quase involuntário do líquido negro, o rei pelé resolveu carimbar marca de café com seu nome. mas isso é outra história.

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veja o gol e o ilustre palheta


domingo, 24 de junho de 2018

má vontade com joão saldanha põe zagallo como criador do time de 1970



                                              [ joão saldanha:  criador do time de 1970 ]

não é de hoje que ouço ou leio que aquela seleção de futebol de 1970 é obra do zagallo. mentira. zagallo assumiu o time em 1970. saldanha, já em 1969, escalava suas "feras", como ele dizia, a partir de jogadores que eram cerebrais, que eram titulares no meio campo. já deixava de fora craque como paulo cesar caju.

vejam a escalação de brasil (2) e inglaterra (1), em 1969, comando de joão, em junho:

1- Gylmar
4 - Carlos Alberto Torres 
2 - Djalma Dias
6 - Joel Camargo
3 - Rildo
5 - Clodoaldo
8 - Gérson
7 - Jairzinho
9 - Tostão
10 - Pelé
11 - Edu 


a quem não sabe, pelé, tostão, gérson e jairzinho eram os meias, os camisas 10, de seus times.
vejam esta, de abril de 1969, brasil 3 a 2 na seleção peruana. técnico: joão saldanha:

1 - Félix
4 - Carlos Alberto
2 - Britto
6 - Djalma Dias
3 - Rildo
5 - Piazza
8 - Gérson
9 - Dirceu Lopes
7 - Jairzinho
10 - Pelé
11 - Tostão


nem precisa dizer: dirceu lopes, o meia do cruzeiro; tostão, idem; jair, pelé e gérson
a diferença para zagallo é que rivellino, pós-saldanha, entrou na seleção, o que só confirma o modo tático de joão por ser mais um camisa 10 a formar o ataque fabuloso daquele time campeão.
na mesa do tal "seleção" sportv, neste junho 2018, tive de ouvir o disparate que é fazer homenagem a zagallo e afirmarem que ele montou aquele esquema de jogo.... uma tristeza.
a explicação é bem simples. joão era comunista de carteirinha. sempre criticou a ditadura. era técnico do botafogo. foi chamado para seleção para ser calado, como já escreveu tostão. 
veja esses dois minutinhos com joão escrachando o ditador médici, ao vivo na tevê. depois disso, claro, óbvio, foi retirado do comando da seleção brasileira. 



nessa época em que muito se fala em "fake news" e pós-verdade, quero sempre poder lembrar quem é responsável pelo esquema tático da seleção de 1970 : joão saldanha. zagallo, pró-ditadura, não teve coragem de colocar dario em campo. sim, claro, depois da saída de joão, o atacante folclórico foi chamado. era a suposta causa da saída de joão a não convocação do grosso dario. na real, além de ser incapaz tecnicamente de formar com pelé, gérson e tostão qualquer coisa, dario não foi o xis da questão, mas sim o fato de joão saldanha ter sido um crítico da ditadura.