vanguardas, na arte, são tendências de estilo que propunham novas formas de expressão, propunham também acabar com o conservadorismo acadêmico que reinava até, digamos, início do século 20.
foram criticados, tidos como malucos, vaiados, causaram furor nos meios acadêmicos de seu tempo.
gente como salavdor dali, lasar segall, fernando pessoa, kafka, picasso, marinetti ou tristan tzara eram vangaurdistas.
literatura e produção de texto são duas entidades que namoram e podem se casar sim. que frase. enfim, literatura e redação combinam. ponto. assista-me. sem mais delongas.
qual livro serve pra comer? que livro você vestiria? pensei naquela pergunta da ilha, mas está muito gasta... e diz quase nada de quem responde. continuando. que livro é desesperador de lindo? algum livro já te moeu ? muitas perguntas ... veja-me !...
jorge de lima é poeta do século 20. brasileiro. passeou pelo estilo clássico até o moderno de versos livres e brancos. um de seus trabalhos é "livro de sonetos". olhem, não é fácil fazer um, quanto mais dezenas... enfim, escolhi este, porque há um vestibular, aqui na região, que irá cobrá-lo. vamos a ele.
Apenas
eu te aceito, não te quero nem te amo, dor do mundo. Há
honraria que nos abate como um punho fero mas aceitamos com sobrançaria.
A um vate grego certo rei severo vazou-lhe os olhos para não fugir. Ó dor do mundo, eu vivo como
Homero, aceito a provação que me surgir.
Homero a tua história sinto-a; e
urdo o teu destino, o meu e o de teu
rei. Mas só teus olhos nossos passos
guiam,
e inda tens vozes para o mundo
surdo, e luz para os outros cegos, luz que
herdei com a aceitação dos olhos que não
viam.
- é um soneto : 14 versos metrificados e caráter lírico - decassílabo
- "vate" : escritor
- "sobrançaria" : qualidade de pessoa que age com superioridade
- homero, diz a história, era poeta cego
- aqui, o eu lírico homenageia homero que, mesmo cego, melhora a visão de mundo daqueles que sofrem ("outros cegos")
um certo cientista russo, tal de damir, disse que o mundo (no caso, nosso planeta) acaba amanhã, 16 de fevereiro. um asteroide chegando vai fazer a maior quizumba por aqui, morreremos todos. a nasa já assumiu que tem mesmo uma pedrona se aproximando do nosso planeta, mas vai passar uns 51 milhões de quilômetros daqui. ou seja, continua trabalhando aí pra pagar o cartão. tudo sonho russo. e o suposto cientista deveria voltar a estudar. 51 milhões de quilômetros é mais ou menos metade da distância entre os paneleiros de 2016 -- com camisa amarela -- e livros de história.
heitor é artista plural. carioca, negro, sambista, pintor, tinha um papagaio e fez parceria com noel rosa. para poucos. o que significa sua obra? por que é chamada de "arte naif" ? assista-me ! :)
lalino é o apelido de eulálio. uma figura ladina, malandra, esperta. minas gerais. trata-se de mais um conto do fabuloso guimarães rosa. o livro chama-se "sagarana", uma obra fundamental de nossa literatura. para saber mais, assista-me! veja também outras histórias do mesmo livro.
barroco e religioso (quase um pleonasmo, em se tratando de latinos), vieira trata da necessidade de reflexão, por parte de seus fiéis. é um sermão pregado no primeiro dia da quaresma. ano: 1672. onde: roma, na igreja de sto antônio dos portugueses. segundo o texto, o homem deve ter consciência de que é mortal e não comportar-se como um imortal. trechos fundamentais :
Duas
coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes,
ambas temerosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não
é necessário entendimento para crer; outra de tal maneira certa e dificultosa,
que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura,
mas a futura veem-na os olhos, o presente não a alcança o entendimento. E que
duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulveremreverteris: Sois pó, e em pó vos haveis de
converter.
Sois pó, é a presente; em pó vos
haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que nos havemos de
converter, veem-no os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o
veem, nem o entendimento o alcança. (...) - [parte I ]
Enfim,
senhores, não só havemos de ser pó, mas já somos pó: Pulvis es. Todos os embargos que se podiam pôr
contra esta sentença universal são os que ouvistes. Porém como ela foi
pronunciada definitiva e declaradamente por Deus ao primeiro homem e a todos
seus descendentes, nem admite interpretação, nem pode ter dúvida. Mas como pode
ser? (...) A razão é esta. O homem, em qualquer estado que esteja, é certo que
foi pó, e há de tornar a ser pó. [ parte II ]
Esta nossa chamada vida não é mais
que um círculo que fazemos de pó a pó: do pó que fomos ao pó que havemos de
ser. Uns fazem o círculo maior, outros menor, outros mais pequeno, outros
mínimo. Quem vai circularmente de
um ponto para o mesmo ponto, quanto mais se aparta dele tanto mais se chega
para ele; e quem quanto mais se aparta mais se chega, não se aparta. O pó que
foi nosso princípio, esse mesmo, e não outro, é o nosso fim (...)[ III ]
Acalmou o vento, cai o pó, e onde o
vento parou, ali fica, ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado,
ou no mar; ou no rio, ou no monte, (...)
Assim
como o vento o levantou, e o sustinha, tanto que o vento parou, caiu. Pó
levantado, Adão vivo; pó caído, Adão morto: Et mortus est.
Este foi o primeiro pó, e o primeiro vivo, e o primeiro condenado à morte, e
esta é a diferença que há de vivos a mortos, e de pó a pó. Por isso na
Escritura o morrer se chama cair, e o viver levantar-se.[ IV ]
Abri
aquelas sepulturas e vede qual é ali o senhor e qual o servo; qual é ali o
pobre e qual o rico? distingui-me ali, se podeis, o valente do fraco, o formoso
do feio, o rei coroado de ouro do escravo (...) carregado de ferros?
Distingui-los? (...) Não por certo. O grande e o pequeno, o rico e o pobre, o
sábio e o ignorante, o senhor e o escravo, o príncipe e o cavador, o alemão e o
etíope, todos ali são da mesma cor.
(...)
Se
quereis ver o futuro, lede as histórias e olhai para o passado; se quereis ver
o passado, lede as profecias e olhai para o futuro. (...) Olhai para o passado
e para o futuro, e vereis o presente. [ V ]
Ou
cremos que somos imortais, ou não. Se o homem acaba com o pó, não tenho que
dizer; mas se o pó há de tornar a ser homem, não sei o que vos diga, (...). A
mim não me faz medo o pó que hei de ser; faz medo que há de ser o pó. Eu não
temo na morte a morte, temo a imortalidade; eu não temo hoje o dia de cinza,
temo hoje o dia de Páscoa, porque sei que hei de ressuscitar, porque sei que
hei de viver para sempre, porque sei que me espera uma eternidade, ou no céu,
ou no inferno.[ VI ]
Aristóteles
disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem
mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão
pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível
é a porta por onde se entra.
Se
olhais para cima, uma escada que chega até o céu; se olhais para baixo, um
precipício que vai parar no inferno, e isto incerto. (...)
Tanto
medo, tanto receio da morte temporal, e da eterna nenhum temor? Mortos, mortos,
desenganai estes vivos. (...)
E
porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom
conselho, quero acabar deixando-vos quatro pontos de consideração para os
quatro quartos desta hora. Primeiro: quanto tenho vivido? Segundo: como vivi?
Terceiro: quanto posso viver? Quarto: como é bem que viva? Torno a dizer para
que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva?[
VII ]
"olha o que fez augusto na draga" é a desventura do herói contra joãzinho neném e dionora tatu-tá-te-vendo. não perca! em breve, num cinema perto de você. ou não.
ALENCAR – escritor nacionalista
brasileiro que adorava imitar o modelo europeu de folhetins; ficou famoso por
ter inventado Iracema, a virgem dos lábios de mel, da tribo Tabajara... O nome
da índia, aliás, é anagrama de “américa”, mas isso você já sabia. Famosa mesmo
é Jesuína, a primeira figura da literatura nacional a se apaixonar por outra
mulher, assim, sem rodeios... está lá, em “Lucíola”... e dizem que romântico é
moralista. Eita, cearense porreta!
AMOR – estado em que dor e prazer se
confundem. Sinônimo de aventura. “Roma” de trás pra diante. Sentimento bem inferior à paixão. Palavra que
fez a fama de Freud. Diz-se de certa personagem, Ofélia, em “Hamlet”. Ou
Isabel, em “O Guarani”. Todos acreditam que é isso, o amor, que acontece em
“Werther”, mas não é.
BEIJO – convenção social
de pele, significa “salivei em você”; atividade intra-labial que
produzia, antigamente, sapinho, hojedá uma grana preta quando seguida de gravidez de roqueiro
ou jogador de futebol; existe o “da mulher-aranha”, o de Judas e aquele
“desentope o tanque”. Beijo ótimo é o que se ganha de repente, seguido de
abraço. Leia “O Primeiro Beijo”, de Clarice Lispector, ou o capítulo “O
Penteado”, em “Dom Casmurro”.
CAETANO – Diz-se de entidade supra religiosa de origem
baiana. Um dos iniciadores da Tropicália e dono de profundo mau-humor quanto à
imprensa ou a quem quer que possa criticá-lo... ou a João Gilberto. Compositor
de uma música só (Sampa), acredita ser o enviado do destino para curar os males
do país. Entra para a história como cantor de festival de televisão.
o que é o renascimento? movimento cultural e científico ocorrido entre os séculos 14 e 16, influenciou gente como camões, shakespeare, michelângelo, clouet e muito mais. assista para saber mais:
"o espelho" não deve ser o texto mais conhecido de machado, se compararmos com "missa do galo", "causa secreta" ou "a cartomante", só para ficar em três campeões de materiais didáticos. jacobina, personagem central, vai expor aos amigos, numa casa em sta tereza, no rio de janeiro, sua teoria sobre a alma humana. ou melhor: as almas. saber mais? veja-me!
a avaliação de literatura, neste domingo, 27 -- fuvest -- cobrou "mem póstumas de brás cubas" (machado), "claro enigma" (drummond), "mayombe" (peptela) e "iracema" (alencar) - este último, aliás, de previsível aparição, este ano, pois era o livro novo na lista.
considerei enfadonhas as questões... levara em conta situações laterais da história da literatura. na real, curti a de história da arte, com picasso em primeiro plano. bem legal. agora, na questão envolvendo drummond e a igreja barroca, o pedido era que o aluno levasse em consideração uma das característica menos contundentes do modernismo de fase 1 (isso mesmo, década de 1920) que era a valorização da arte passada brasileira. drummod, oswald, bandeira e mais alguns, empreenderam expedição até ouro preto e região e isso serviu de destaque em suas biografias, só isso. se o aluno mais atento sabe que drummond e seu "claro enigma" são da fase 2, já se fazia possível que o vestibulando se confundisse ante o enunciado que pedia a ele que se reportasse às características da 1a. e, dentre elas, uma das menos contundentes. uma pena.
outra questão que induzia ao erro envolvia "iracema". na referida questão, o vestibulando precisava analisar três afirmações a respeito do livro e, uma delas, falava do "bom selvagem". a expressão, de origem iluminista (rousseau) e cabe bem em "iracema". porém, na mesma afirmação, se dizia que havia marca do tal "bom selvagem" em "iracema" e que tudo se ligava a narrativas medievais de capa e espada. como heroísmo à moda medieval" não é a cara do romance de alencar, a tal afirmação perdia veracidade. outra pena.
para a segunda fase, em janeiro, vou pedir especial atenção a "sagarana" (g rosa) e "o cortiço" (azevedo)
para unicamp, para quem gosta de poesia clássica e de discutir parte das origens de nosso lirismo, "camões em perigo", de carlos h carneiro, eu mesmo. editora clube de autores.
você vai entrar em férias, entre dezembro e fevereiro? quer presentear alguém? anote cinco - 5 - dicas de leitura que devem agradar um leitor sadio. [ ... para ler no verão e no resto das suas vidas ] a ordem é aleatória, já adianto.
1 - as flores do mal - baudelaire - poesia francesa, século 19, antecipa o realismo, resvala no romantismo; um primor de ritmo e lirismo 2 - terra sonâmbula - mia couto - romance histórico e surreal, valorizando a luta do povo moçambicano, entre fim do século 20 e começo do 21. um livro sobre literatura pura. 3 - conto da ilha desconhecida - josé saramago - prosa curta, narrativa envolvente, escrita no fim do século 20, ambientada no 16. um homem à procura de uma ilha que talvez não exista. 4 - a metamorfose - franz kafka - conto expressionista, início do século 20, expõe a degradação humana, numa época de capitalismo selvagem. bizarro e necessário. 5 - dom casmurro - machado de assis - o melhor livro deste autor... e, talvez, o melhor do país, sem mais comentários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . divirta-se !
preparando-se para as provas de fuvest e unicamp ?
veja esta lista de aulas sobre as principais leituras deste mês de novembro.
as provas estão chegando!
preparem-se!
boa sorte!
"duelo" é um dos nove contos do livro "sagarana", do mineiro joão guimarães rosa.
são três elementos importantes : turíbio, cassiano e timpim. minas gerais, primeira metade do século 20.
descubra como se desenvolve a trama e o estilo do autor assistindo-me !
o exame nacional do ensino médio não anuncia lista obrigatória de leitura e, por isso, prioriza os seguintes itens que vão em sua grade de competências & habilidades em "linguagens". destacamos a competência 5 : -- e dentro dela as habilidades "a", "b" e "c" --
C5 Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
a) Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
b) Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário
c) Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
sendo assim, vale a pena apostar mais na carga de leitura de textos literários do que necessariamente nas conceituações a respeito de "estilo de época" ou "estilo de determinado autor". saber ler um texto literário significa reconhecer seus variados sentidos, perceber existência de figuras de linguagem e a função social que o texto levanta.
o exame do enem, em novembro 2016, vai trazer uma proposta de redação, dentro do gênero argumentativo.
há vários tipos de texto morando dentro do "argumentar" : aula, resenha, editorial, dissertação, carta argumentativa etc ...
o que o enem vem exigindo é a dissertação.
a grade de correção contempla 5 (cinco) itens. 200 pontos cada. mil pontos para uma excelente produção de texto.
como fazer ?
quais as partes principais?
obviamente, evite clichês... nada de "no mundo em que vivemos" ou "tudo na vida tem dois lados"
enfim.