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sábado, 24 de abril de 2021

recanto escuro das brechas da gente: gal, caetano e eu

 

até agora, nunca ouvi “recanto escuro” por inteiro, mas só a voz de gal me fascina e dá ideia de que é a coisa que me diz de meu estado de ontem e de anteontem. não sei se diz do futuro, mas o que me incomoda é noção falsa de tempo noção certa de tempo falso, muito tudo confuso quando mergulha-se nessa fantasia de liberdade de estar em plenas ações do corpo -- o que me tem faltado há tempos -- e do corpo do outro pois oswald de andrade já disse que o que interessava era o outro e sei de alguns mais filósofos que disseram do inferno nos outros por isso essa quase cachoeira cascatinha verbal sem pontuação vai caindo como diversão marítima de onda que leva pra cá e pra lá um estado de álcool gel um estado de música e voz bonita de gal tropical fatal e é com um gel que sou passeado pela música – que é do caetano – então "recanto escuro" vira mar e escorrego pro fundo é bem onde queria estar nessas brechas da gente com sensações sem nome é bom não precisar dar nome às coisas ao desejo feito completado porque sem nome não há memória nem esse jorro falso que misturo com sangue. 


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

tropicália - outubro de 1967 - 50 anos





o festival da canção, rede record, deu o prêmio de 1967 a "ponteio", de edu lobo. música que conseguia resvalar na crítica à ditadura militar e no regionalismo. obviamente, a canção de lobo é mais do que isso, mas nem se fosse mais e mais para chegar perto da revolução proposta por "alegria, alegria", um marco da tropicália. caetano veloso.

clica para saber mais sobre a tropicália

movimento que sofreu influência da "antropofagia" de 22 (a "semana de arte moderna"), uma vez que misturou baião, frevo, maracatu, samba, além de uma levada pop-rock com guitarras à moda estrangeira. tudo com arranjos surpreendentes que, vez por outra, expunham marcas acadêmicas da música clássica. não por acaso, rogério duprat fez parte da história da tropicália.

domingo, 15 de janeiro de 2017

um café para o aurélio #1





novíssimo dicionário do carneiro!

ALENCAR escritor nacionalista brasileiro que adorava imitar o modelo europeu de folhetins; ficou famoso por ter inventado Iracema, a virgem dos lábios de mel, da tribo Tabajara... O nome da índia, aliás, é anagrama de “américa”, mas isso você já sabia. Famosa mesmo é Jesuína, a primeira figura da literatura nacional a se apaixonar por outra mulher, assim, sem rodeios... está lá, em “Lucíola”... e dizem que romântico é moralista. Eita, cearense porreta!

AMORestado em que dor e prazer se confundem. Sinônimo de aventura. “Roma” de trás pra diante.  Sentimento bem inferior à paixão. Palavra que fez a fama de Freud. Diz-se de certa personagem, Ofélia, em “Hamlet”. Ou Isabel, em “O Guarani”. Todos acreditam que é isso, o amor, que acontece em “Werther”, mas não é.

BEIJOconvenção social de pele, significa “salivei em você”; atividade intra-labial que produzia, antigamente, sapinho, hoje dá uma grana preta quando seguida de gravidez de roqueiro ou jogador de futebol; existe o “da mulher-aranha”, o de Judas e aquele “desentope o tanque”. Beijo ótimo é o que se ganha de repente, seguido de abraço. Leia “O Primeiro Beijo”, de Clarice Lispector, ou o capítulo “O Penteado”, em “Dom Casmurro”.

CAETANODiz-se de entidade supra religiosa de origem baiana. Um dos iniciadores da Tropicália e dono de profundo mau-humor quanto à imprensa ou a quem quer que possa criticá-lo... ou a João Gilberto. Compositor de uma música só (Sampa), acredita ser o enviado do destino para curar os males do país. Entra para a história como cantor de festival de televisão.