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quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

educação sempre liberta -- principalmente na escola

 

                                                [ imagem clichê pra atrair mais gente ]

não existem duendes que atacarão seu pudim de leite, assim como inexistem fórmulas mágicas para melhorar a vida de estudantes, em sala ou fora dela. quando a questão é deficiência de aprendizado, muito se lê sobre desatenção, timidez ou livros com poucas figuras. pode ser, pode não ser. e a avaliação, como vai? e a relação professor(a)-estudante existe?
numa viagem sem planejamento, todo motorista é cego. 
cego ou aventureiro. 
penso assim:
reuniões entre áreas; canal aberto, direto entre professores e direção, entre professores e coordenadores de nível (médio/ fundamental). existir avaliação de todo corpo docente e direção.
toda a comunidade precisa estar ciente das metas e objetivos das aulas de cada matéria. quando tudo se expõe, no início do ano, todos ganham. dar voz ao aluno é básico. não há quem suporte meia dúzia de aulas apenas anotando e ouvindo. o professor deve interagir com sua sala, transmitindo um mínimo de segurança, baseando seus conceitos na ciência e na cidadania. tratar de temas como ética, gênero, democracia e saúde é dever de todos.
não deve haver prato proibido no restaurante da educação.

sábado, 19 de dezembro de 2020

escola que anima e acolhe: sugestões ao planejamento


                 

desenho acima é de jean-marc coutê, 1899. 

ele responde pergunta curiosa: como seria a escola em 2000?  

então, fez este desenho. será que errou? não, claro. 

sempre trabalhei na rede particular de ensino, desde 1986, com carteira assinada. antes disso, entre 1982 e 83, fui assistente de professores de redação no cursinho pré-vestibular, no colégio em que terminei o ensino médio, ribeirão preto, s paulo. o início foi aí. 

um de meus professores foi o escritor luiz puntel. com ele comecei essa história de compartilhar algum conhecimento e acolher quem tinha dificuldade.

daí, penso em uma escola que pudesse ser mais acolhedora. 

entre os anos 1950 e 70, muita discussão sobre psicologia e aprendizado, pelo planeta. no período, com destaque mundial, está paulo freire. contudo, tanto a rede pública, como a privada, desde a ditadura militar, resolveram seguir caminho conservador-tradicional, para o educar: punição, reprovação, medo, autoritarismo disfarçado de disciplina etc etc. são raras as instituições que dão protagonsimo ao estudante. 

penso em escola que pudesse mais acolher que separar.

há muitas que promovem ações bem legais como feira de ciência, de arte, show de talentos, teatro, palestras com especialistas, debates entre estudantes de séries diferentes, sarau, gincana etc.

contudo, 99% dessas ações quando acontecem, estão fora da sala de aula. fora do horário das aulas... às vezes, à noite ou num sábado, trazendo ao evento um caráter de espetáculo com hora para começar e terminar. e a vida segue em seu enfadonho cotidiano com as regras de acentuação, as leis de newton ou os antecedentes da primeira guerra mundial. 

de novo: nada contra esses assuntos que dão conteúdo às aulas, só acredito que eles não devem ser a única razão de existir de uma escola. 

o que poderia acontecer, então, para oxigenar boa parte da rotina escolar, hoje?

0. enquanto professor(a), converse com direção e coordenação sobre postura em sala: necessidade de aula dinâmica, interagindo com estudantes, evitando censurar -- de início -- qualquer conversa paralela e evitando posturas negativas quanto a uso de celular, por exemplo. a ideia é mostrar que você sabe o que irá fazer.

1. sugerir, no planejamento, atividades interdisciplinares: estudos do meio pelo bairro (geografia, ciências, história etc), gincana, sarau, feira de ciência, de livro, de arte, café filosófico, campanhas solidárias, prática esportiva e por aí vai -- tudo acontecendo no horário das aulas pelo simples fato de serem atividades educativas

2. professores engajados nos projetos de todos -- podendo, inclusive, considerar como sua uma atividade avaliativa feita com outos professores, compondo, por exemplo, uma nota de "atividade" -- se bem que nem precisaria valer nota, mas na rede privada geralmente é dando que se recebe

3. após atividades, combinar espaço para que haja discussão do que foi feito, necessariamente com alunos, óbvio

4. exemplo básico: história de sua cidade. estudantes são levados a pesquisar xis nomes de ruas e avenidas principais. o que significam? por que estes nomes? conhecem história da formação da cidade? quando foi? quem participou? 

4a. os alunos, alunas, podem fazer vídeo ou postagem na rede social da escola -- ou qualquer outro meio de comunicação -- revelando o que descobriram, envolvendo comunidade etc

5. outro exemplo básico: música. estudantes são levados a formar um coral ou uma banda e criar uma canção sobre a cidade citando seus pontos históricos ou turísticos. de novo, divulgam nas redes de comunicação disponíveis.

6. mais um exemplo: importância das árvores, na cidade. que tipo é mais comum de se encontrar? quem decide qual plantar? quem habita esses galhos, folhas e frutos?

6a. vale fazer poesia, vale mostrar aos estudantes a importância da árvore, o que é mata atlântica, pantanal, amazônia, cerrado... dá-lhe pesquisa em grupo, criação de publicação em meios digitais, interação com alunos de séries diferentes, palestra de estudantes do ensino médio para alunos do fundamental, tudo sempre dinâmico e tornando estudantes mais independentes

7. interagir, em sala, com o grupo, o tempo todo. conversar, chamar, acostumar com os nomes das pessoas. no meio disso, a aula. alunos se acostumam, então, à importância deles no processo. sobra quase nenhum tempo pra dispersão, sono, usar aparelho telefone etc. aula boa não precisa ser censora de nada.

7a. para muitos professores, o que funciona é o silêncio total,  só a voz do mestre ecoando, como se o processo de educar fosse mesmo o tal jesuítico do brasil colônia. silêncio e subserviência. bobagem. nunca deu certo. até em "memórias de um sgto de milícias" (almeida, séc 19) isso já era satirizado. leia "conto de escola", machado, no mesmo século 19, expondo o horror da sala de aula da época... veja que praticamente só mudou a ferramenta de espancar aluno.

7b. olhar no olho, gastar menos tempo com lousa (professor fica de costas para a sala muito tempo, não é bom). se o estudante se acostuma com a interação todos os dias, ele consegue sim, num determinao momento do ano, suportar uma aula expositiva um pouco mais longa, quando necessário

7c. há professores inseguros que se escondem atrás de algum autoritarismo para suportar os minutos, dentro da sala. pior: coordenações e direção aprovam e potencializam essas posturas duras, proibindo celular, proibindo conversar com colegas, delimitando espaço de circulação e interagindo com alunos apenas no momento de cobrar peça do uniforme faltando. um horror. 

7d. cabe às coordenações incentivar postura dinâmica de seus professores. e, hoje, século 21, parar com essa de prender celular de aluno, obrigá-lo a deixar o aparelho na lousa ou simplesmente tomar o objeto dele, devolvendo na saída. é violência isso. o que deve mudar é a aula. o celular é o relógio do aluno. o celular é a calculadora, o meio de comunicação. e, por fim, o aparelho é dele, não da escola. melhore a aula e terá estudantes mais participativos. de repente, até aprendendo.

7d. a condição para uma aprendizado razoável é a interação constante. nada de sermão sobre comportamento ou ameçar classe com um futuro de desgraças se eles continuarem dispersos. interaja com seu público. cria cumplicidade, facilita a vida de todos. há exceções, claro: estudantes depressivos, com determinada síndrome, traumas etc. entendo. dilemas que precisam ajuda mais técnica do departamento pedagógico, psicológico. isso é a exceção. a regra: melhore sua aula. não sabe? pergunte. fale com assessoria pedagógica, fale com a coordenação, divida angústia com colegas, procure um plano de trabalho. agora, se essa gente (coordenação / direção) é conservadora e autoritária, volte ao item zero desta lista. ou chore.

7. escolher leituras -- ficção ou não -- para que sejam discutidas em aula. preferencialmente por mais de um professor. vale obra de caráter científico, poesia, romance, história... importante é o estudante perceber que mais de uma matéria está engajada na cobrança da leiutra e não só  professor(a) de português

8a. faço sugestão sim: no link abaixo há um e-book com lista de livros, tarefas e para qual série é recomendado --  não perca!

literatura para salvar o mundo  - clica

entendeu agora por que há quem deteste paulo freire?...



terça-feira, 18 de agosto de 2020

necessidade da escrita



muitos professores de áreas chamadas "exatas" e "biológicas" reclamam que estudantes, via de regra, pecam na interpretação de texto.

na escola, muito comum, produções de texto em aulas de português, redação, às vezes, literatura, às vezes nas aulas de língua estrangeira. é pouco.

agora, por que apenas o professor de português precisa fazer este exercício de trabalho com leitura e produção com estudantes? teria o professor de redação de fazer toda a tarefa da área de física, matemática ou química, por exemplo? 

é comum encontrar professores de produção de texto, em geral, estafados com o descaso de muitos estudantes com o ato de redigir. por quê ? porque não é comum, não é cotidiano, nas escolas, a produção de texto. apenas professores de portguês -- e suas variantes -- seriam responsáveis por gerenciar atividade de produção de texto.

é pouco.

está na hora de rever planejamentos e desencaixotar essas matérias todas, principlamente nas séries finais do ensino fundamental 2 e médio. pelo menos duas vezes ao ano, outras áreas deveriam pedir um pequeno texto sobre determinado assunto. uma crítica, um comentário, nada profundo não. estudantes em geral poderiam ser mais motivados a produzir texto, diário, blog... são raras as escolas que rumam nessa linha de lidar com área digital. e olhe que estamos perto de 2021 e, muitas das vezes, as redes sociais de uma escola estão na mão de um prestador de serviço que gerencia fotos do pátio ou de uma reunião de professores. nada de alunos protagonistas. 
não é por acaso, muitos professores enfrentam o descaso e o silêncio de estudantes, durante este período de aulas via computador. silêncio que castiga professores. mas é um castigo em função do que não foi feito, para os alunos, nestes útlimos quatrocentos anos. ele -- o estudante -- nunca foi protagonista. e, então, nesse momento, o jovem tem o controle na mão. ele decide se quer ou não o que vai ser ofertado. e, pelo visto, não quer. culpa desse aluno? em parte sim. em parte pelo que se plantou nessa relação professor-aluno.