AO BOM GOVERNADOR ANTÔNIO LUÍS *
[ soneto caudático ]
O Apolo, de ouro fino coroado:
O Marte, em um Adônis desmentido;
O Fênix, entre aromas renascido;
O cisne, em doces cláusulas banhando:
O abril, de mil galas matizado;
O maio, de mil cores guarnecido;
O Parnaso, de plectros aplaudido;
E o Sol, de ambos os mundos venerado:
O prodígio maior, que tudo o clama,
O assunto melhor da fama digno;
Do tronco mais ilustre a melhor rama:
O herói celestial, quase divino,
O maior que o seu nome, e a sua fama;
É esse que estás vendo, oh peregrino.
Prossegue pois agora o teu destino;
E a qualquer de que fores perguntado,
Dirás que o bom governo é já chegado
GREGÓRIO DE MATOS E GUERRA
* antônio luís menezes - governou de 1684 a 87 [prestou assistência ao povo doente]
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
- apesar dos elementos da mitologia grega (apolo, marte etc), há uma referência à cristandade, na expressão "oh, peregrino"
- o eu lírico chama atenção do peregrino para que adore a figura do governador
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
soneto caudático - - acrescentou-se mais uma estrofe que retoma o esquema de rimas do início
Nenhum comentário:
Postar um comentário