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Mostrando postagens com o rótulo a teus pés

lá fora - ana cristina césar

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lá fora há um amor que entra de férias. Há um embaçamento de minhas agulhas nítidas diante dessa boa bisca de mulher. Há um placar visível em altas horas, pela persiana deste hotel fatal que diz: fiado, só depois de amanhã e olhe lá, onde a minha lâmina cortante, sofrendo de súbita cegueira noturna, pendura a conta e não corta mais, suspendendo seu pêndulo de Nietzsche ou Poe por um nada que pisca e tira folga e sai afiado para a rua como um ato falho deixando as chaves soltas em cima do balcão . . . . . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .   . importante - - “lá fora” - mundo distante; sonho; desejo de liberdade   “bisca” - mulher libertina, liberta de conceitos…                    geralmente sua imagem estava ligada                 ...

sete chaves - ana cristina césar - a teus pés

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   sete chaves  Vamos tomar chá das cinco e eu te conto minha grande história passional,  que guardei a sete chaves,  e meu coração bate incompassado entre gaufrettes.  Conta mais essa história,   me aconselhas como um marechal-do-ar fazendo alegoria.  Estou tocada pelo fogo.   Mais um roman à clé?   Eu nem respondo.  Não sou dama nem mulher moderna.  Nem te conheço.  Então:  É daqui que eu tiro versos, desta festa   — com arbítrio silencioso e origem que não confesso —   como quem apaga seus pecados de seda,   seus três monumentos pátrios,   e passa o ponto e as luvas . * gaufrettes - wafers; tipo de biscoito doce * roman à clé - " roman à clef " - narrativa: autor trata pessoas reais através de   personas fictícias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  ....

a teus pés - ana cristina césar

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A TEUS PÉS (1982) poesia intimista com gosto pleo cotidiano. linguagem que também apresenta o prosaico, algum humor, versos livres, num livro povoado de referências literárias e de lirismo. . . . . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .   mocidade independente  Pela primeira vez infringi a regra de ouro e voei pra cima sem medir as consequências.  Por que recusamos ser proféticas? E que dialeto é esse para a pequena audiência de serão? Voei pra cima: é agora, coração, no carro em fogo pelos ares, sem uma graça atravessando o estado de São Paulo, de madrugada, por você, e furiosa: é agora, nesta contramão.  . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .    . é confessional, um tanto visceral.  contudo,  há mais jogo de frases do que uma profundidade que l...