Postagens

Mostrando postagens de junho, 2022

minha ansiedade é uma frase passageira

Imagem
                                                              esses últimos vinte dias de junho foram movimentados demais. um misto de ressaca do mar e queda de meteorito. sentia que havia uma rave de babuínos dentro do peito. não vou entrar em detalhes, há mais vida lá fora e parece que vou melhorar. mas aprendi que em meio a ansiedades e frustrações o que resta é viver um dia por vez. dificílimo pra mim, porém cérebro é pra usar. tento beber e fumar menos, isso é fato. vou a médicos, tomo comprimido. existe a terapia. existe a movimentação física. existe o trabalho. existem pessoas em volta, ainda preciso acreditar em alguém...  ansiedade, um dia ela vai embora. e você, que nem ansioso é, garanto que leu "fase", no título dessa croniqueta. frase boa é só uma fase mesmo.

pais idosos vão para casa de repouso, em ribeirão preto

Imagem
  2022: de 09 a 18 de junho, praticamente dez dias, estive em ribeirão preto, apartamento de pais idosos, ambos próximos dos 90 anos. minha mãe caiu, em abril, dentro de casa, quebrou fêmur. precisa acompanhamento o tempo todo; a memória falhando muito. meu pai já não tem o vigor de antes, memória vai enfraquecendo... eu e irmão decidimos, nesses dez dias, que os pais iriam para uma casa de repouso, lá em ribeirão preto mesmo. e assim se fez. é  lugar com enfermeiras tempo todo e médico regularmente. fora outras pessoas para conversar e atividades físicas ( musicoterapia, educação física, jogos de escrita, memória etc ). o nó é a sensação que fica de desmembramento das rotinas de todos: eu, irmão e pais. cada um com sua ansiedade. cada um com seu touro selvagem dentro do peito.  mas tenho ouvido de gente próxima que o que foi feito foi o melhor, o mais acolhedor etc etc. na casa de repouso os dois estão cercados de cuidados. é brisa que traz algum conforto. e estou procur...

cordas de aço - cartola - comentário

Imagem
      CORDAS DE AÇO       Cartola [1908 - 80]  Ah, essas cordas de aço  Este minúsculo braço  Do violão que os dedos meus acariciam  Ah, este bojo perfeito  Que trago junto ao meu peito  Só você violão  Compreende porque perdi toda alegria  E no entanto meu pinho  Pode crer, eu adivinho  Aquela mulher  Até hoje está nos esperando  Solte o teu som da madeira  Eu você e a companheira  Na madrugada iremos pra casa  Cantando   * pinho: v iolão (madeira usada para o instrumento)   . . . . . . . . . . . .  .  .  .   . muito comum, no século 20, referir-se ao corpo das mulheres como "violão", por conta de sua forma ondulada, lembrando a cintura de uma figura feminina.  o texto de "cordas de aço" traz a relação de um músico e seu violão. o  instrumento pegado ao peito indica intimidade e cumplicidade. o poeta está sem "aquela mulher" ( ver...

o poder e a glória da edição: cortar é uma arte?

Imagem
  não consigo trabalhar sem um plano. aula; uma viagem; horários de chegada em determinado lugar... etc... embora, para algumas ações, só o primeiro ímpeto já vale o início de determinada tarefa, como, por exemplo, gravar vídeos para o canal do youtube . eles chegam ao espectador recheados de cortes, alguns suaves, imperceptíveis, outros abruptos e quase risíveis. algumas vezes refaço a gravação, mas na maioria delas, deixo como está, porque não quero o grammy latino, o troféu de edição, mas transmitir alguma coisa útil: literatura. e um pouco do meu jeito único de destroçar vídeos. por que escrevo isso?  não sei. . . . . . .  .   .   .   .   . este do nelson é um dos mais retalhados   [ nos comentários tem uma crítica construtiva, aliás ]

as rosas não falam - cartola - comentário

Imagem
                            AS ROSAS NÃO FALAM         Cartola  [1908 - 80]   Bate outra vez  Com esperanças o meu coração  Pois já vai terminando o verão  Enfim  Volto ao jardim  Com a certeza que devo chorar  Pois bem sei que não queres voltar  Para mim  Queixo-me às rosas  Que bobagem as rosas não falam  Simplesmente as rosas exalam  O perfume que roubam de ti, ai  Devias vir  Para ver os meus olhos tristonhos  E, quem sabe, sonhavas meus sonhos  Por fim     . . . . . . . . .  .  .  .   .   . saudade é o tema deste samba de cartola. qual a queixa do poeta? resposta: desilusão amorosa. o eu lírico divide com as rosas a tristeza que sente pela ausência da pessoa amada. o coração dá o tom -- vermelho -- à sensação, ou seja, ele vê, na rosa, o seu coração ferido e t...