viagem a recife, neste início e 2018. muito impactante. calor, praia de boa viagem extensa que permite o clichê "a perder de vista". igrejas, bolo de rolo, rios, pontes, muita história, arte de francisco brennand e a memória holandesa que pulula pela cidade.
importância da leitura, na escola e fora dela. livros como "o cavaleiro inexistente" (ítalo calvino) ou "poesia" de manoel de barros -- dentre outros -- servem de mote para reflexão a respeito da literatura e a questão do contador de histórias. confira!
marc sautet, já falecido, produziu uma das pérolas da leitura, no século 20. terapia pela filosofia. desde quando palestrava, nos domingos, no café de phares, paris, até a publicação do livro, sautet viu crescer o reino da chamada literatura de auto-ajuda. não vejo nada disso em "um café para sócrates". aliás, antes dele, robert johnson lançou a trilogia "he", "she" e "we" - de que pretendo falar em breve - cujo tema é o relacionamento humano. "he" tem como base prometeu. é a masculinidade em questão. "she" trata de psique, aquela mesma que fez ricochetear a seta do amor de eros... toda ela uma alegoria só da construção de uma figura que poderia existir para satisfazer homens. mitos, aliás, têm como premissa a origem no pensamento humano... mais exatamente o masculino. voltando ao "café...", é uma leitura interessante, linguagem simples e muitas surpresas quanto a encontrar soluções para dilemas individuais vale a pena. enfim, quer saber mais sobre o livro? assista-me!
livros para dar de presente. ou receber. fiz pequenina lista de três livros que acho legais para farras natalinas, amigo escondido, aniversário, algum chamego ou dar uma lição no presenteado. vai por mim: são livros legais. confere no vídeo!
parece assustador. e é.
várias considerações. seu nome é sophia. tudo a ver. sugestivo. entre o clichê e o shakesperiano.
o robô foi desenhado e construído com um perfil feminino... estereótipo da brancura do hemisfério norte, recebeu cidadania saudita e, como se esperava, a chiadeira aconteceu porque parece que a máquina terá mais direitos que as humanas de verdade.
em portugal, sophia concedeu entrevista. ou seria melhor dizer... seus programadores concederam? sophia existe? seria ela apenas o aparelho pelo qual falam seus programadores...?
que fase da humanidade.
divertido é, no fim.
diário de uma favelada. obra escrita na década de 1950. são paulo, favela canindé. descoberta pelo repórter da "folha da manhã", audálio dantas, carolina se mostra uma das figuras mais marcantes da literatura brasileira. saída de minas gerais, trabalhou como empregada na casa do médico zerbini. apesar de pouco tempo, envolveu-se com a biblioteca do doutor e ampliou seu leque de vocabulário e referências. grávida, perdeu a chance de continuar na casa. foi para o local dos despejados pelo governo, a favela canindé, próximo ao rio tietê. seu livro foi traduzido para vários idiomas, depois de publicado, no início da década de 1960.
a lista de livros para a prova deste domingo, 26 de novembro, 2017, fuvest:
iracema - alencar mem p de b cubas - machado o cortiço - azevedo a cidade e as serras - eça vidas secas - graciliano claro enigma - drummond minha vida de menina - morley sagarana - rosa mayombe - pepetela
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . resumo em vídeo de todos os livros - fuvest 2018 - clica anote aí: iracema - romantismo nacionalista; licor verde; tatuagem de martim, colonização da américa mem p de b cubas - realismo; metalinguagem; prepotência; arrogância; rio de janeiro; adultério; emplasto o cortiço - naturalismo; portugal versus brasil; adultério; homossexualismo; exploração humana a cidade e as serras - realismo; nacionalismo; sebastianismo; paris; dom miguel; felicidade é progresso; felicidade é a o campo vidas secas - modernismo; indústria da seca; cachorra baleia; patrão versus vaqueiro; soldado amarelo e o jogo de cartas; era vargas claro enigma - modernismo; poesia; introspecção; linguagem culta e erudita; "oficina irritada"; "dissolução"; "a máquina do mundo" minha vida de menina - modernismo; diário; diamantina; aula de redação; esperteza; magistério sagarana - modernismo; filosofia; neologismo; folclore do sertão; fábula; as epígrafes de cada conto e a do livro como um todo mayombe - modernismo; livro com caráter histórico; guerra de independência de angola; século 20; colônia versus metrópole; mayombe é o prometeu africano; zeus vergado a prometeu
a seguir, as 10 epígrafes do livro "sagarana". são nove contos, uma para cada narrativa e mais outra que abre o livro.
esta:
"Lá em cima daquela serra,
passa boi , passa boiada,
passa gente ruim e boa
passa a minha namorada".
[ quadra de desafio ]
“For a walk and back again”, said the fox. “Will you come with me? I’ll take you on my back. For a walk and back again.”
(Grey Fox, estória para meninos)
[ passear e voltar, disse a raposa / você vem comigo? levo você nas minhas costas / para passear e voltar ]
as histórias, basicamente, se passam no cenário da quadra de desafio... a chamada de grey remete ao caráter de fábula que norteia boa parte do livro, como em "conversa de "bois", "burrinho pedrês" ou mesmo "são marcos" e "corpo fechado" com suas magias.
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“E, ao meu macho rosado,
carregado de algodão,
preguntei: p’ra donde ia?
P’ra rodar no mutirão.” (Velha cantiga, solene, da roça)
burrinho pedrês -
o animal que, em princípio era mais fraco e feioso do que os cavalos, acaba salvando a vida humana, carregado de gente, passando o rio
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“Negra danada, siô, é Maria:
ela dá no coice, ela dá na guia,
lavando roupa na ventania.
Negro danado, siô, é Heitô:
de calça branca, de paletó,
foi no inferno, mas não entrou!”
(Cantiga de batuque, a grande velocidade)
“— Ó seu Bicho-Cabaça!?
Viu uma velhinha passar por aí?...
— Não vi velha, nem velhinha,
corre, corre, cabacinha...
Não vi velha nem velhinha!
Corre! corre! cabacinha...”
(De uma estória)
a volta do marido pródigo (lalino) -
"negro danado" que evita o inferno, se afasta de problemas pode ser referência ao personagem central, o lalino, por ser ladino, sim, o malandro
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"E grita a piranha cor de palha, irritadíssima:
– Tenho dentes de navalha, e com um pulo de ida‐e‐volta resolvo a questão!...
– Exagero... – diz a arraia – eu durmo na areia, de ferrão a prumo, e sempre há um descuidoso que vem se espetar.
– Pois, amigas, – murmura o gimnoto*, mole, carregando a bateria – nem quero pensar no assunto: se eu soltar três pensamentos elétricos, bate‐poço, poço em volta, até vocês duas boiarão mortas..."
[ conversa a dois metros de profundidade ]
duelo -
turíbio todo e cassiano gomes travam perseguição, por vingança
contudo, timpim-vinte-e-um é quem consegue assassinar turíbio, simbolizado, na cantiga, pelo peixe elétrico
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"Canta, canta, canarinho, ai, ai, ai...
Não cantes fora de hora, ai, ai, ai…
A barra do dia aí vem, ai, ai, ai...
Coitado de quem namora!...”
(O trecho mais alegre, da cantiga mais alegre, de um capiau beira-rio)
sarapalha -
contradizendo a legenda da cantiga, a história é bem triste... argemiro e ribeiro, primos, ambos com malária, acabam se separando... um expulsa o outro, por ciúme... argemiro, num gesto de humildade e coragem, confessa a ribeiro que gostava da mulher do primo... por isso é expulso do lugar... ele, argemiro, cantou fora de hora
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“Tira a barca da barreira,
deixa Maria passar:
Maria é feiticeira,
ela passa sem molhar”
(Cantiga de treinar papagaios)
minha gente -
maria irma é objeto de desejo do protagonista mas acaba se casando com ramiro... o leitor sabe que ela, maria, é tida como feiticeira; não por acaso, foi ela quem arrumou armanda (assim, "r" mesmo) para o protagonista que logo se apaixona e se casa com a moça... por que será?
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“Eu vi um homem lá na grimpa do coqueiro,
ai-ai
não era homem, era um coco bem maduro,
oi-oi
Não era coco, era a creca de um macaco,
ai-ai
não era a creca era o macaco todo inteiro
oi-oi”
(Cantiga de espantar males)
são marcos -
a cantiga repete, como ladainha, que o que se vê, na verdade, era outra coisa. o conto trata também da oração de s marcos ligada a poderes além da humanidade... como diz a legenda, "espantar males". o preconceito de josé (izé) por mangolô é nítido. além da feitiçaria, há a questão da negritude... o que torna a figura de josé mais desprezível. no fim da história, o protagonista será salvo da cegueira pelo tal mangolô feiticeiro que, então, não era o que parecia
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“A barata diz que tem
sete saias de filó...
É mentira da barata:
ela tem é uma só”
(Cantiga de roda)
corpo fechado
narrativa em que manuel fulô consegue matar o valentão targino - que está armado e atira - usando apenas uma pequena faca, sem se ferir. o autor da mágica é tonico das pedras... e parece, ao final do confronto, que manuel fulô tinha sete vidas, sete escudos, muitas proteções... mas o que ele demonstra é ter confiança... uma vida só... a cantiga de roda, nesse contexto, bem se justifica
narrativa com caráter fabuloso. oito bois, dentre eles "namorado", "brabagato" e "dançador", traçam plano de melhorar a vida de tiãozinho e matam o carreiro, agenor, que estava em cima do carro de bois e, segundo consta, já estava interessado na mãe de tiãozinho, recém-viúva. o corpo do pai de tiãozinho estava no carro, no momento do desfecho da trama (morte de agenor). eles realmente fizeram a terra tremer
Eu sou rica, rica, rica, vou-me embora, daqui!...”
(Cantiga antiga)
“Sapo não pula por boniteza,
mas porém por precisão.”
(Provérbio capiau)
a hora e vez de augusto matraga -
o primeiro texto pode fazer referência à partida de dionora, esposa de matraga, que o abandona para ficar com ovídio moura. os termos "eu sou pobre" e "sou rica" também podem ser lidos como "sofrimento", "dor" -- para "pobreza" -- e "aconchego" e "conforto" (com ovídio) -- para "riqueza".
o provérbio capiau pode fazer referência à atitude final de matraga que, rejeitando seus novos hábitos de recluso e religioso, acaba assassinando um jagunço, joãzinho bem-bem. ou seja, se é sapo, vai pular. se é matraga, irá cometer alguma violência.
grande momento, em 2017, no automobilismo. felipe massa fez seu último treino, dentro de um carro de fórmula um. não sei para qual dos dois foi melhor. chovia, mas conseguimos ficar em um local coberto, na curva do sol. maravilha!
camilo castelo branco, escritor português do século 19. montou uma narrativa interessante desancando com o estilo romântico piegas de um certo silvestre da silva. é assim: narrado em terceira pessoa por um editor, o livro conta a vida de silvestre da silva, cujas histórias amorosas estavam em cadernos manuscritos. com a morte de silvestre, o tal editor acreditou que poderia saldar algumas dívidas do falecido com a renda obtida depois da publicação do livro "coração, cabeça e estômago", de silvestre. a narrativa está justamente dividida nessas três partes como se lê no título. este sujeito é um sonhador, mau poeta e vulnerável às paixões. vai sofrer. logo na primeira parte das três, ele narra como se apaixona por nove mulheres.