Postagens

Mostrando postagens com o rótulo vicente

gil vicente, tragédia grega e o racismo

Imagem
  esta semana, conversei com alunos e alunas do curso pré-vestibular sobre gil vicente, dramaturgo português, lá do século 16. num determinado momento, chegamos a "auto da barca do inferno", peça popular, teatro de rua dos mais famosos em língua portugesa. nessa peça, pessoas que morrem, acabam na frente de duas barcas: uma que vai pro céu, outra para o inferno. comandadas pelo anjo e pelo diabo, respectivamente. um dos personagens que chega é o judeu. ele carrega uma cabra consigo.  pausa: na grécia antiga, o termo "tragédia" pode ter se originado da expressão "canção do bode". ele seria sacrificado em honra a dioniso -- assim mesmo, sem o "i" -- dioniso. o que isso significa? após a invasão romana sobre região grega, encontramos a captura desse item da tragédia pelo cristianismo. desta forma, de modo bem maniqueísta, temos a figura do mal --  para os cristãos --  centrada no demônio, cuja representação é um bode. até hoje. voltando a vicente, s...

parnasianismo parece não ter fim

Imagem
                                              gil vicente ( série " inimigos ") - bienal 2010 falo com meus alunos sobre o parnasianismo, estilo literário muito do empolado, cheio de firulas em versos e que muitos rotulavam de "arte pela arte". merecido. deveria ser chamado "fazer por fazer", um estilo que não combina com temas sociais, nem propõe filosofias. perfumaria pura. já aviso: não desconsidero o apelo artístico. é arte. eu só não gosto. vejam, o soneto famoso da época é mesmo " a um poeta " , assinado por bilac ( aquele do hino à bandeira ). pois bem, lá notexto tem-se a receita do modus vivendi parnasiano: longe do " turbilhão da rua " ( distante de questões sociais ) o poeta deveria dedicar-se a uma obra que fosse bela. arte pura… como um templo grego. até aí, as coisas. de novo: não creio que a condição para eu gostar da arte é ter ou não qu...