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sexta-feira, 24 de março de 2017

o que é o simbolismo





na história da literatura brasileira foi período relativamente curto, se comparado ao romantismo ou barroco, por exemplo.

final do século 19. influência francesa (baudelaire, rimbaud, dentre outros).

estilo chamado de decadente... produziu figuras como mário pederneiras, freitas vealle, alphonsus de guimaraens, pedro kilkerry, cruz e souza ... todos distantes do que a gente possa chamar de "escritores de obras primas". nada disso. mas influenciou, mais tarde, gente como cecília meirelese vinícius de moraes, por exemplo. os casos de "dom casmurro" e "o ateneu" são simbólicos, se permitem trocadilho. veja-me e saiba o porquê.



terça-feira, 21 de março de 2017

este poema de amor não é lamento - jorge de lima






Este poema de amor não é lamento
nem tristeza distante, nem saudade,
nem queixume traído nem o lento
perpassar da paixão ou pranto que há-de

transformar-se em dorido pensamento,
em tortura querida ou em piedade
ou simplesmente em mito, doce invento,
e exaltada visão da adversidade.

É a memória ondulante da mais pura
e doce face (intérmina e tranquila)
da eterna bem-amada que eu procuro;

mas tão real, tão presente criatura
que é preciso não vê-la nem possuí-la
mas procurá-la nesse vale obscuro.




de longe, não é o texto mais legal de jorge de lima, contudo, há vestibulares à vista e vamos estudá-lo.

com influência do parnasianismo, a mensagem se prende à forma clássica do soneto (14 versos metrificados) e à linguagem culta, dentro dessa estrutura sabidamente erudita.

de início, o poeta quer distanciar-se dos amores cantados nesse tipo de gênero (soneto: poema lírico), dizendo que é poema de amor mas não é isso, nem aquilo, nem aquilo outro. retórica. pura retórica.

metalinguagem, leitor, metalinguagem. é a função da linguagem que trata da própria mensagem, explicando-a, explicitando-a. aqui, o eu lírico afirma, como já disse, que seu poema não é lamento, não é queixa, muito menos um texto lavado de paixão. seu poema (ver terceira estrofe) é memória da pessoa amada. aqui, sobra marca romântica, na visão idealizada de sua musa ("doce"; "eterna") que anda perdida num vale obscuro que bem pode ser a morte como apenas a distância.