hino à tarde - olavo bilac
primeiro poema do livro "tarde", 1919.
publicado postumamente, pois olavo bilac faleceu em 1918.
HINO À TARDE
Glória jovem do sol no berço de
ouro em chamas,
Alva! Natal da luz, primavera do
dia,
Não te amo! Nem a ti, canícula
bravia,
Que a ti mesma te estruis no fogo que derramas!
Amo-te, hora hesitante em que se
preludia
O adágio vesperal, - tumba que te
recamas
De luto e de esplendor, de crepes
e auriflamas,
Moribunda que ris sobre a própria
agonia!
Amo-te, ó tarde triste, ó tarde
augusta, que, entre
Os primeiros clarões das
estrelas, no ventre,
Sob os véus do mistério e da
sombra orvalhada,
Trazes a palpitar, como um fruto
do outono,
A noite, alma nutriz da volúpia e
do sono,
Perpetuação da vida e iniciação
do nada...
. . . . . . . . . . . . . . .
nota
estruis - estraga
adágio - sentença, ditado
nutriz - mulher que amamenta
. . . . . . . . . . . . . .
soneto com versos alexandrinos, doze sílabas
- poeta não gosta das manhãs, mas do fim do dia porque a tarde é mãe da noite
- a tarde, quando moribunda, prenuncia os clarões das estrelas
poema simbólico sobre a carreira do poeta que, de fato, chegava ao fim
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