segunda-feira, 8 de outubro de 2018
golpe de 2016 vai cobrando sua fatura: extremismo e fim dos direitos
desde a eleição do primeiro governo lula, claramente de apelo popular, a direita brasileira percebeu que poderia perder vantagens, benefícios, lucros. a operação "lava-jato" também sustentada pelo governo dilma rousseff (2010-16) iria chegar até o alto comando da política conservadora, atingindo, principalmente, o pmdb (hoje mdb).
fazer uma grande acordo era necessário... pular o povo. comprar duas centenas de deputados era mais fácil que milhões de brasileiros. comprar duas dezenas de figuras do judiciário era mais fácil que pedir para lula não ser candidato.
e mais: comprar a mídia. verbas de publicidade triplicaram pós-golpe de 2016. vendeu-se uma ideia de que o problema era o partido dos trabalhadores quando justamente o que partido vinha fazendo era o contrário.
relembrando. primeiro: pedaladas fiscais atribuídas a dilma não eram suficientes para apeá-la do poder. outros governantes já haviam feito. e a movimentação financeira, chamada "pedalada" não era para benefício próprio. é só pesquisar.
segundo: qual o crime de lula? vou perguntar de novo: qual o crime de lula? o apleo do grupo bolsonarista moro-delagnol foi por uma reforma em um sítio -- que nem era de lula -- e, ao mesmo tempo, a reforma em um triplex no litoral paulista, imóvel que, como se sabe, nunca foi do ex-presidente.
na verdade, é bem difícil desfazer a tragédia criada por moro, delagnol e temer. pra muita gente, se lula está preso, é porque houve corrupção. não houve, sabe-se bem disso. a questão era tirá-lo da disputa, na eleição de 2018.
muita gente acreditou que votar em collor era dar recado ao congresso, lá em 1989. deu no que deu. depois foi a eleição de tiririca. também assim com dória. e agora com esse ulta-conservador ignofante e anti-humanidade jair. votar no anti-político para castigar o congresso -- em parte corrupto -- não é o caminho. pune-se a si mesmo, ao invés do congresso. então, não é assim que se faz.
as campanhas difamatórias perpetradas pela imprensa vendida, assim como paradoxais campanhas pelo ultra-direira nascidas dentro de templos religiosos (católicos e evangélicos) dão o tom de como nosso sistema educativo é raso como um pires. e não desqualifico apenas escolas, mas clubes, templos, plataformas digitais, tudo.
deveria ter acontecido mais luta, no passado recente. fortalecer a democracia lá atrás, combatendo a estupidez da "escola sem partido"; destacar a necessidade de se valorizar a mulher e sua escolha diante de gravidez indesejada; promover mais debates sobre arte; repudiar o fascismo no seu nascedouro; desqualificar o ódio à comunidade lgbt; ter votado em mais candidatos progressistas para o legislativo ... se assim fosse, por exemplo, marielle não teria ido sozinha fiscalizar a aberração que é a intervenção militar nos morros do rio de janeiro.
a luta continua. eu ainda acredito no bom senso.
fascismo não.
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