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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

aqueles dois - caio fernando abreu - comentário

 

"aqueles dois", conto do livro "morangos mofados", do caio f abreu (1948-96)

raul e saul trabalham numa mesma firma. um é do norte do país, outro do sul. gostam de van gogh, de dalva de oliveira, carlos gardel e bebidas. trabalham num lugar que, segundo um deles era um "deserto de almas também desertas".

a aproximação deles é algo lento, natural, sem barulhos ou dilemas.

não há, explicitamente, ao longo da narrativa, uma relação sexual entre eles, mas são bastante íntimos. raul perde a mãe, passa uma semana fora. saul sente falta. raul volta, eles bebem, se abraçam longamente. dormem no mesmo quarto, nus. saul vai embora logo cedo.
logo depois, em janeiro, o chefe da repartição comunica a ambos que recebeu cartas de "um atento guardião da moral". nelas, falava-se em "psicologia deformada" e outras acusações. o chefe, temendo pela imagem da empresa, demite os dois.

termina assim:

Demoraram alguns minutos na frente do edifício. Depois apanharam o mesmo táxi, Raul abrindo a porta para que Saul entrasse. Ai-ai! alguém gritou da janela. Mas eles não ouviram. O táxi já tinha dobrado a esquina. Pelas tardes poeirentas daquele resto de janeiro, quando o sol parecia gema de um enorme ovo frito no azul sem nuvens do céu, ninguém mais conseguiu trabalhar em paz na repartição. Quase todos ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre. E foram.

 . . . . . . .  .  .  .  .  .   .   .

o título completo do conto é: 
 "aqueles dois" (história de aparente mediocridade e repressão)

pois bem, o texto não poderia ser mais explícito. o tempo da narrativa é contemporâneo ao lançamento do livro "morangos mofados" (1982), algo então em torno dos anos 1970 e início dos 80. de novo, a frustração não de amor censurado, mas falta de liberdade. falta de respeito ao outro, principalmente neste quesito sexual, sentimental, ligado ao gênero. a máxima "seu corpo, suas regras" deveria fazer sentido sempre. 
lutar contra mediocridade ainda faz parte de nossas pautas -- "nossas" os educadores e educadores que tenham mínimo de humanidade nas veias, diga-se.

 . . . . . . .  .   .    .     .    .

saiba mais -- clica e vê



segunda-feira, 29 de novembro de 2021

FUVEST leituras obrigatórias 2023 a 2026

 



  •   FUVEST  2023

  •   Poemas Escolhidos - Gregório de Matos
  • Quincas Borba - Machado de Assis
  • Alguma poesia - Carlos Drummond de Andrade
  • Angústia - Graciliano Ramos
  • Mensagem - Fernando Pessoa
  • Terra Sonâmbula - Mia Couto
  • Campo Geral - Guimarães Rosa
  • Romanceiro da Inconfidência- Cecília Meireles
  • Nove Noites - Bernardo Carvalho

   FUVEST  2024

  •   Marília de Dirceu- Tomás Antônio Gonzaga
  • Quincas Borba - Machado de Assis
  • Angústia - Graciliano Ramos
  • Alguma Poesia - Carlos Drummond de Andrade
  • Mensagem - Fernando Pessoa
  • Nós matamos o cão tinhoso! - Luís Bernardo Honwana
  • Campo Geral - Guimarães Rosa
  • Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles
  • Dois irmãos - Milton Hatoum

  •   FUVEST  2025

    •   Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga
    • Quincas Borba - Machado de Assis
    • Os ratos - Dyonélio Machado
    • Alguma Poesia - Carlos Drummond de Andrade
    • A Ilustre Casa de Ramires - Eça de Queirós
    • Nós matamos o cão tinhoso! - Luís Bernardo Honwana
    • Água Funda - Ruth Guimarães
    • Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles
    • Dois irmãos - Milton Hatoum

    •  FUVEST 2026

      •   Marília de Dirceu- Tomás Antônio Gonzaga
      • Primeiros Cantos - Gonçalves Dias
      • Várias Histórias - Machado de Assis
      • Os ratos - Dyonélio Machado
      • A Ilustre Casa de Ramires - Eça de Queirós
      • Nós matamos o cão tinhoso! - Luís Bernardo Honwana
      • Água Funda - Ruth Guimarães
      • Amar, Verbo Intransitivo - Mário de Andrade
      • Dois irmãos - Milton Hatoum