Mostrando postagens com marcador cão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cão. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

FUVEST leituras obrigatórias 2023 a 2026

 



  •   FUVEST  2023

  •   Poemas Escolhidos - Gregório de Matos
  • Quincas Borba - Machado de Assis
  • Alguma poesia - Carlos Drummond de Andrade
  • Angústia - Graciliano Ramos
  • Mensagem - Fernando Pessoa
  • Terra Sonâmbula - Mia Couto
  • Campo Geral - Guimarães Rosa
  • Romanceiro da Inconfidência- Cecília Meireles
  • Nove Noites - Bernardo Carvalho

   FUVEST  2024

  •   Marília de Dirceu- Tomás Antônio Gonzaga
  • Quincas Borba - Machado de Assis
  • Angústia - Graciliano Ramos
  • Alguma Poesia - Carlos Drummond de Andrade
  • Mensagem - Fernando Pessoa
  • Nós matamos o cão tinhoso! - Luís Bernardo Honwana
  • Campo Geral - Guimarães Rosa
  • Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles
  • Dois irmãos - Milton Hatoum

  •   FUVEST  2025

    •   Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga
    • Quincas Borba - Machado de Assis
    • Os ratos - Dyonélio Machado
    • Alguma Poesia - Carlos Drummond de Andrade
    • A Ilustre Casa de Ramires - Eça de Queirós
    • Nós matamos o cão tinhoso! - Luís Bernardo Honwana
    • Água Funda - Ruth Guimarães
    • Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles
    • Dois irmãos - Milton Hatoum

    •  FUVEST 2026

      •   Marília de Dirceu- Tomás Antônio Gonzaga
      • Primeiros Cantos - Gonçalves Dias
      • Várias Histórias - Machado de Assis
      • Os ratos - Dyonélio Machado
      • A Ilustre Casa de Ramires - Eça de Queirós
      • Nós matamos o cão tinhoso! - Luís Bernardo Honwana
      • Água Funda - Ruth Guimarães
      • Amar, Verbo Intransitivo - Mário de Andrade
      • Dois irmãos - Milton Hatoum




terça-feira, 25 de maio de 2021

padrão - fernando pessoa

 

                                      [ exemplo de um padrão de diogo cão - cópia ]

   Padrão

O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.

A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.

E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar.
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar
.   
                                                        [ Mensagem, F Pessoa, 1934 ]

poema que se inclui na segunda parte do livro "mensagem" -- nomeada "mar português".
quem fala é diogo cão, navegador que primeiro chegou ao litoral africano do congo (1482-84) e criou esse tipo de marco, um padrão, ou seja, elemento físico da marca das invasões portuguesas (muita gente chama de "expansão"). o trabalho de cão é base para o que iria fazer vasco da gama, em 1498.

a cruz é a referência ao destino luso da navegação, ou seja, um ser divino tornou possível aos portugueses as viagens e, consequentmente, o aumento do império. vale sempre reforçar que a cruz também pode ser referência aos templários: ordem da qual faziam parte tanto vasco como pessoa, por exemplo.
"alma imperfeita", verso 1, mostra que cabe ao homem, segundo este e outros poemas, sonhar com uma vida plena, perfeita, ou seja, com domínio sobre as terras, formando quinto império. insisto: no texto, sonhar é possível...realizar, só com deus.

"mensagem" faz referência a fatos históricos da vida portuguesa, daí sua proximidade com "os lusíadas", de camões. contudo, os poemas de pessoa apresentam uma abrangência tal que, sozinhos, não dão ao leitor clareza didática a respeito do momento histórico tratado neste ou naquele poema. é necessário, então, conhecimento mínimo prévio de eventos da história portuguesa.

veja nosso vídeo sobre livro "mensagem", aqui, para ajudar melhor.