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sexta-feira, 3 de março de 2017

anita malfatti e a exposição de 1917




pintora, professora, ilustradora, enfim, uma artista completa, dentro de um cenário genuinamente masculino, acabou produzindo uma tensão que, a mim, também passa pela questão do gênero.
em 1917, malfatti fez uma exposição com 53 obras modernas, na líbero badaró, 111, são paulo. era dezembro. dentre as obras, "o homem amarelo", "mulher de cabelos verdes", "o farol de monhegan" (uma ilha, nos e.u.a.) e "o japonês".

a técnica de influência expressionista, após temporadas entre berlin e estados unidos não combinava com o conservadorismo quatrocentão do paulistano bandeirante pai de família. a famosa "gente de bem", que tanto se conhece por aqui. 
lobato, legítimo representante dessa estirpe, na época, destruiu verbalmente a exposição, num artigo chamado "paranoia ou mistificação". anita ficou um ano sem pintar. modernistas como mário de andrade e oswald saíram em sua defesa. contudo, a vida artística de anita malfatti não seria mais a mesma.

em 2017 completam-se cem anos dessa mostra importantíssima. uma batalha, não necessariamente contra o conservadorismo, mas sim pela liberdade de fazer arte a seu modo. isso, ela conseguiu.

para saber mais, assista-me!




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