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quinta-feira, 29 de maio de 2025

caminho de pedras - rachel de queiroz - resumo

 


caminho de pedras
- romance, 1937
rachel de queiroz  (1910  fortaleza - 2003  rio de janeiro)

na década de 1930 ligou-se ao partido comunista. a ideia era combater o varguismo e suas posturas antidemocráticas. foi presa. teve livros queimados em praça pública, assim como jorge amado, na mesma década. na cadeia, escreve "caminho de pedras".

sempre é bom lembrar que rachel -- apesar desse enfrentamento à era vargas -- apoiou o golpe militar de 1964 e deixa isso claro em algumas entrevistas, incluindo o famoso "roda viva", tv cultura, em que discute com caio fernando abreu a esse respeito.

voltando ao "caminho de pedras". 
o enredo: fortaleza. roberto está de volta à cidade, dez anos depois. enquanto espera alguém, em um café, olha para a rua tentando reconhecer a cidade de antes de sua partida. 

Roberto sentou-se melancolicamente à banca do café. O balanço do mar ainda Ihe ecoava doloroso na à cabeça. Esperava alguém. O sol queimava nas calçadas, (...) A pequena que servia os sorvetes, detrás do balcão de zinco, suava, e o batom empastado dos lábios derretia-se manchando-lhe os dentes. Roberto procurava reconhecer na cidade, no povo, nas mulheres, a sua velha Fortaleza de há dez anos. Mas o que via era novo, diverso, ninguém o reconhecia, nem ele reconhecia nada. 

um operário se aproxima e conversa com roberto. não diz seu nome. roberto diz que buscará trabalho em algum jornal da cidade. o operário afirma que irá apresentá-lo ao grupo, à noite. o plano todo era implantar uma célula comunista na cidade e roberto faria parte disso. em fortaleza, já havia o "bloco", também de teor comunista.

no início do capítulo 6, por exemplo, preto  vinte-e-um passa por roberto e faz questão e não cumprimentá-lo, pois um é proletário e o outro intelectual. havia uma combinação entre eles cuja orientação era não se reconheceram, na rua, operários e intelectuais. neste cap 6, samuel (judeu), filipe, paulino e nascimento (revisor do jornal "gazeta") estão numa praça conversando sobre a chance de conseguir mais mulheres fazendo uma revolução social.  nascimento diz que é um direito ter boas mulheres -- como a que viram num cartaz de cinema. o que se tem, nesta cena, é a noção de que mulheres bonitas são para ricos, os da elite. e, para os pobres, nada. logo, o movimento social poderia servir para que eles -- os comunistas -- fossem vistos como pessoas interessantes, pelas  mulheres, uma vez que estariam no poder. nascimento reclama que enquanto mulheres estão na rua, buscando homens, ele não é reconhecido e acaba mesmo é indo em grupo de homens para reuniões políticas.

Repetiam toda hora os “camaradas”, afetavam uma simplicidade excessiva, que chocava os outros, os “de tamancos”, cheios de preconceitos e convenções. Pois a simplicidade, longe de ser um atributo dos humildes, é um artifício de requintados que a plebe desconhece. Depressa essa diferença cavou divergências. Os “tamancos” entraram a hostilizar os “gravatas”, a “desmascará-los”, a exigir que se proletarizassem. O preto Vinte-e-Um chefiava a “esquerda”, e os “gravatas” se fechavam num círculo aristocrático, que chegava a incluir o próprio Filipe, expulso do meio dos obreiros por “intelectual” e por “burguês”.  

roberto conhece noemi, o marido joão jaques e o filho guri. com o menino, roberto é amável e até brinca com ele. apesar de roberto ser um destaque, a personagem importante, aqui, é noemi.  ela é ativa na política, quer aprender, conhecer mais a realidade e conta com apoio de roberto, mas não do marido. 

após conversas com roberto e a própria esposa noemi, joão jaques parte para o rio de janeiro, deixa a família. roberto encontra uma pequena casa, continua trabalhando para a organização. noemi, que há quatro anos trabalhava no estúdio "fotografia", acaba sendo demitida pelo patrão benevides, culpa das censuras dos clientes, ante a vida que noemi escolheu: viver com outro homem. noemi nasceu no acre, é filha do terceiro casamento da mãe.
o cerco aos comunistas aumenta. roberto diz a filipe que ele precisa ir embora, pois poderia ser preso. a própria organização convence filipe a partir para russas -- uma cidade do ceará. uma crise de saúde tirou a vida do menino guri. o desespero toma conta de noemi. ela e roberto, numa noite de sábado, enquanto entregavam folhetos, foram presos . ela, solta dois dias depois, uma vez que estava grávida. roberto foi levado para o sul. 

ao final, noemi consegue um emprego em uma casa de roupas. 

Pisou em falso numa pedra solta. Arrimou-se a um muro. (...) Noemi sorriu com a mão no ventre dolorido:
-- Mais devagar, companheiro!
E voltou a subir a ladeira áspera, devagarinho
                                                              [ fim ]

 . . . . . .  .  .  .

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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

tempos

 


ultimamente, figuras próximas perguntam como estou. pra uns digo que estável, pra outros não. depende da hora, depende do lugar.
há antidepressivos, remédios para pressão, umas iguarias mais específicas para alimentação. e pedras. sim, pedras. neste ano, detectaram várias, na vesícula, e devem ser retirada ainda em 2022.
uma canseira essa expectativa porque, apesar da distância de 4 anos, ainda lembro direitinho da cirurgia para retirar câncer de próstata. lembro bem porque o pós-operatório parece não querer sair da cabeça. nem do corpo. impotência, algum desânimo, sensação de solidão, desmotivação... 
parece que a decisão sobre o que fazer da vida já foi tomada, aqui dentro. só falta pôr em prática. parece simples. não é. 

pedras no sapato

  no livro " f elicidade ", gianetti expõe que no século 18, o período iluminista apresentava uma equação que pressupunha uma harm...

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