em nome do cinema e do país: ainda estamos aqui


"Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande no regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir... Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro" 

[W Salles, março 2025, diretor de Ainda estou aqui]

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sim, é o filme de salles sobre o assassinato e tortura de rubens paiva (1971) -- pela ditadura militar -- que venceu mais uma premiação: oscar de melhor filme estrangeiro, 2025, nos estados unidos. o prêmio acadêmico e o reconhecimento público são a unanimidade que todo artista quer. poucos conseguem. elis regina, tom jobim, clarice lispector, fernanda montenegro, milton nascimento, guimarães rosa, antônio lisboa (aleijadinho), carolina de jesus e mais dois ou três. e agora, "ainda estou aqui" com a impagável fernanda torres interpretando eunice paiva, viúva de rubens. 

o filme é um libelo contra censura, tanto aquela dos 21 anos de ditadura (1964-85), como a sofrida entre 2018 e 2022: época de tentativa de desmonte de nossa arte. o filme é um grito de justiça, apelo à memória e valorização da história de resistência por que passaram e passam brasileiros em geral, ante a ambição e o autoritarismo da casa grande, desde cabral. desde cabral estamos nos defendendo. há brasileiros e brasileiras que, por dilemas acadêmcos (caráter), reproduzem discurso de ódio contra nossa tradição cultural. este filme é um levante contra a ignorância. é um pedido para que continuemos estudando para não repetir atrocidades de passados distantes e não tão distantes. parabéns, salles, marcelo paiva, selton, fernanda, fernanda-mãe e a todos os que continuam se emocionando com arte que impacta e acolhe.



 obrigado!




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