terça-feira, 10 de dezembro de 2019

sal






em "vidas secas", a família de retirantes, no sertão nordestino, come mucunã e raiz de imbu. quando a situação melhora um tantinho, vale uma dose de cachaça no bodega do inácio. melhor do que o menu de "paixão segundo g.h." — que me recuso a descrever aqui, nesse site tão singelo. quinhentos anos atrás, no "auto da barca do inferno", um dos personagens berra que morreu de caganeira. fico imaginando o que ele teria comido… pensar em comida e não lembrar o banquete frustrado com peixe em "a cidade e as serras" é crime. 
no conto "amor", de clarice, ana está num bonde e, depois da partida do veículo, ela se desequilibra um pouco e deixa cair ovos no piso do bonde. fico imaginando o que ela iria fazer...se simplesmente omelete ou outra iguaria mais sofisticada.
diferenciada é iracema, dentro do livro de mesmo nome, que faz o tal licor verde colocando os guerreiros indígenas em contato com tupã. não é assim uma sensação nova, uma motivação, é tupã! o que existe nesse licor?
ainda assim, paulo emílio está impagável em seu "três mulheres de três pppês". na primeira noveleta, "duas vezes com helena", o cenário é campos do jordão e há uma refeição primordial ali. mais de uma, aliás. vale a pena.

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