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desempregado tenta vender poesia no semáforo mas não consegue

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professor desempregado tenta recitar poesia na rua mas não dá tempo " dura muito pouco o vermelho ", disse ele. a saga do professor sem emprego em conseguir uns trocados é épica, se permitem redundância. domingo passado, ele tentou ler " morte do leiteiro ", de carlos drummond, mas nunca consegue terminar a leitura. o sinal abre e os carros partem sem lhe entregar uma moeda. " drummond é perfeito pra esse tipo de situação porque é simplesinho ." " um dia, recebi dois reais antes de começar a leitura", ele conta entre risos. " é drummond ?" perguntou a motorista. eu disse " é ". ela sacou dois reais da bolsa e: " recita não! prefiro cheiro de óleo diesel ". aceitei. numa tarde meio chuvosa arrisquei recitar "navio negreiro", do castro alves. pessoal parecia não entender. alguns suspiravam aliviados quando o sinal abria. " vou arriscar ana cristina cesar, de repente dá tempo ", a...

eu mandava ladrilhar

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no dia 25 de março de 1824 deu-se a primeira constituição do país independente. em 1865, sobre uma parte do rio tamanduateí, estava uma rua que ganharia este nome, com número e mês, 25 de março. o rio que corria sob a rua, se me permitem a má poesia, se converteu em mar de gente. hoje, poucos se lembram do que aconteceu neste dia, em 1824 ou 1865. o que importa é essa turba de humanos que se espreme, que se compra, que se vende na rua mais movimentada de s. paulo .