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sábado, 26 de junho de 2021

cidade de deus é narrativa impactante e pai de bacurau

 


filme de fernando meirelles -- baseado no livro de paulo lins, "
cidade de deus" (2002) --, é obra impactante também em função do modo como se resolve contar a história, através de dois narradores: terceira pessoa e o personagem buscapé.

a trama toda acontece entre as décadas de mil novencentos e sessenta até o final da década de setenta e inícios da seguinte, num rio de janeiro do subúrbio. 
cidade de deus é complexo habitacional, no rio de janeiro, criado para abrigar quem sofria com as enchentes, mas também resolvia, de modo cruel, a questão do inchaço do grande centro.

buscapé e zé pequeno (dadinho) sempre se esbarraram em cidade de deus. ironicamente, um precisou do outro para maior reconhecimento público, via fotografia.
mais triste que violento, filme usa de cenas com tomadas em plano infinito, mostrando muitas pessoas, dando um caráter turbulento às cenas o que combina com a personalidade do perssonagem zé pequeno. com direção impecável, o filme mostra a comunidade à mercê dos grupos rivais que ascendem ao poder, no local, pela violência.

mané galinha (seu jorge) é um exemplo típico do determinismo social, uma vez que sai de um trabalho e pula para vida de criminoso no tráfico, por ser vítima da crueldade de zé pequeno, consequentemente, do tráfico.
gosto do filme porque não se presta a dividir o mundo entre "bem" e "mal", bandido e mocinho ou propor uma nesga de esperança dentro do enredo, isolando algum personagem mais simpático ou menos malvado. pelas personalidades dos personagens e suas origens sociais, filme de meirelles se aproxima de "bacurau" (dornelles/mendonça). em ambos existe a visão da exploração vertical da elite branca sobre pardos e pretos de subúrbio. a fotgrafia, inclusive, está presente em ambos: nas mãos e olhares de buscapé e, no caso de "bacurau", nas paredes do museu, no desfecho da trama.

o caráter documental da história de "cidade de deus", além da movimentação de câmera e a violência dão o tom dinâmico ao filme que, parcialmente narrado por buscapé quase o deixa lírico, mas sei que pode ser exagero.

. . . . . . . . . . . . .  .  .   .   .   .   .   .   .   .

NOTAS - -

Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Fotografia.
- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, categoria de Melhor Filme Estrangeiro.


- Ganhou o BAFTA de Melhor Edição, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao Independent Spirit Awards, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

- Ganhou 9 prêmios no Festival de Havana, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (dividido entre Matheus Nachtergaele, Seu Jorge, Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora, Philippe Haagensen, Johnathan Haagensen e Douglas Silva), Prêmio da Universidade de Havana, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Prêmio FIPRESCI, Prêmio OCIC, Prêmio da Associação de Imprensa Cubana e Prêmio Grand Coral.
- Ganhou 6 prêmios no Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Fotografia. Recebeu ainda outras 10 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Ator (Leandro Firmino da Hora), Melhor Atriz (Roberta Rodrigues), Melhor Ator Coadjuvante (Douglas Silva e Jonathan Haagensen), Melhor Atriz Coadjuvante (Alice Braga e Graziella Moretto), Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Trilha Sonora e Melhor Direção de Arte.

- Grande parte do elenco de Cidade de Deus foi escolhido entre garotos que vivem em diversas comunidades e favelas do Rio de Janeiro e que não tinham tido até aquele momento nenhum contato com a arte de atuar. Para fazer esta seleção foram realizadas mais de 2000 entrevistas.

domingo, 28 de junho de 2020

junho 2020 - lockdown necessário





junho 2020, últimos dois dias.
perto de 60 mil mortos, no país.
em campinas, mais de sete mil casos, perto de duzentos mortos.

pessoas estão nas ruas. comércio força situação para reabrir.

governos estaduais, municipais e federal não fazem lockdown.
ao contrário, há campanhas para retorno de restaurantes, futebol e até volta às aulas!

por quê? porque governantes, em geral, assumiram compromissos com conglomerados econômicos, não com eleitores. parte da imprensa também.

por que não fazer lockdown e achatar um pouco a curva ascendente de mortes?
... negócios!

há, ainda, quem possa ficar em casa e ache que ir ao açougue, padaria, mercado está tudo bem.
há quem não use máscara para levar o lixo na rua ou o cachorro pra calçada.
há quem ainda apoie o silêncio e a falta de ação de governo federal ao não chamar para si a questão do lockdown.

a falta de educação política e cidadã de muita gente com diploma na parede e função de educador é parte da causa desse horror. educadores de várias áreas que não tratam desse assunto com seus alunos, deixando para professores de história ou português o pacote do assunto.

individualismo é pior do que a burrice. porque, quem não sabe algo, sempre tem a chance de perguntar. já o egoísta, fundamentalista de qualquer ordem, esse é o idiota, é o que atrapalha.

individualismo, ignorância, preconceito e ambição geraram a desgraça de hoje e que, pelo jeito, ainda vai piorar.

já que governantes -- em sua maioria -- não farão movimentos, hoje, para minimizar as contaminações, fique você em casa e discuta sim com quem sai e poderia ficar. 

amanhã, pode não haver vida para próxima festa junina.



terça-feira, 17 de janeiro de 2017

pixadores, uni-vos




o prefeito de são paulo, dória jr, insiste em declarar guerra às pichações acreditando que elas sujam a cidade. é relativo. os pichadores são voz de parcela da população. por que não ouvi-los? assim como dependentes químicos de drogas não são, necessariamente, bandidos, esses artistas das ruas são parte ativa da população urbana paulista e merecem todo respeito.
o prefeito usa de um artifício extremamente preconceituoso e elitista ao considerar aquilo que faz o cidadão quase anônimo um crime. 
falta espaço aos pichadores, sr, prefeito. falta dar voz a eles e a tantos outros ... falta espaço pra muita gente, até para os garis, malabaristas de farol, circenses, pessoas comuns que, detalhe, gostam da cidade viva, diferente do senhor. 

clica abaixo - -

os gêmeos - - cidade cinza

trailer cidade cinza - muito necessário