balada de amor ao vento - paulina - história de amor

                                   

  "balada de amor ao vento" -- romance, 1990, moçambique - paulina chiziane

- narração: predominantemente primeira pessoa pela figura feminina: sarnau
- existe, principalmente, nos capítulos 7, 15, 16 e 17, a presença de um narrador onisciente 

"o passado persegue-nos e vive consosco cada presente" (...) eu tenho um passado, esta história que quero contar"

mambone, às margens do rio save, começo de tudo. no início da história, ela revela que ali aprendeu a amar a vida e os homens.

"Tudo começa no dia mais bonito do mundo, beleza característica do dia da descoberta do primeiro amor. (...) Eu estava bonita com a minha blusinha, cor de limão (...). Coloquei-me na rede para ser pescada, e por que não? Já era mulherzinha e já tinha cumprido com todos os rituais. As mulheres atarefadas giravam para cá e lá no preparo do grande banquete. O aroma das carnes excitava o olfacto, fazendo crescer rios de saliva em todas as bocas (...)"

sarnau se aproxima de mwando. descobre que ele quer ser padre. mesmo assim, à beira do rio save, eles se revelam.

"Emudecemos de repente. As mãos encontraram-se. Veio o abraço tímido. Trocamos odores, trocamos calores. Dentro de nós floresceram os prados. Os pássaros cantaram para nós, os caniços dançaram para nós, o céu e a terra uniram-se ao nosso abraço"

mwando em conflito: quer ser padre mas está ligado a sarnau; o padre do colégio descobre carta que mwando escrevia para a moça. é expulso

sarnau revela a ele que está grávida, mas mwando já está de casamento marcado com moça que a família dele arrumou

sarnau entra em agonia. descobre, em seguida, que irá casar-se com nguila, da família zucula (nobre). família de sarnau foi lobolada. ou seja, o lobolo é uma espécie de compra de casamento: ofertam-se bens à família da noiva: aqui, foram 36 vacas e mais algum dinheiro

casada, separada da família, tem sensações conflitantes: vai absorver os benefícios da riqueza material do marido, mas sabe que terá função de ser dócil e agradável o tempo todo. por ter liderança nobre, nguila pode ter outras mulheres: poligamia. mas por ter chorado de ciúme ante postura nguila com uma das outras esposas, ela acaba tomando pontapé e soco. sangra, perde dente. a sogra insiste que ela deve obedecer e que será feliz assim.

mwando, por sua vez, casara-se com sumbi mas a relação deteriorou-se. ele fazia as vontades dela e era criticado até pelos anciãos. o casamento termina 

a morte do rei de mambone faz ascender ao trono nguila, o filho -- marido de sarnau; mwando ressurge a aborda sarnau; eles se declaram, se amam, ela fica grávida

graças a feitiços e fé nos mortos, sarnau consegue que seu marido tenha relações com ela, enconbrindo assim a gravidez adúltera. nasce zucula, filho de sarnau com mwando; phati -- a preferida do rei -- flagra encontro entre mwando e sarnau: conta tudo a nguila, o marido delas: o rei diz que matará ambas -- phati e sarnau

mwando e sarnau fogem; phati é morta
pouco tempo depois, no local onde se refugiam, surge nhambi, amigo de infância, para matar mwando a pedido do rei: mas mwando consegue um tempo para voltar para casa e decide fugir 

ele vai par angola... lá, é conhecido como padre-moçambique e vive em meio a degredados e a desgraça da vida do povo que trabalha na lavoura. 

quinze anos depois, ele volta para moçambique, em busca de sarnau -- ela agora vive de vender legumes numa feira, já havia se prostituído, perdera um ovário --  eles trocam juras de amor; contudo, ela diz que pode ficar com ele, mas contanto que pague: ela explica que teve de se prostituir para viver e que ele a traiu, causando sofrimento -- sarnau insiste que para ficar com ele é necessário pagamento: o preço de vinte e quatro casamentos, fruto do lobolo que envolveu trinta e seis vacas -- no passado --, animais estes que puderam gerar outros casamentos além do dela, na época

mwando parte porque não tem como pagar o que sarnau exige. tempos depois, ele ressurge, pede para ficar e é aceito

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