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sexta-feira, 6 de maio de 2022

ismália e a loucura de nós todos

 


tem sido extremamente difícil lidar com a realidade de indígenas mortos, estuprados, lidar com assassinato da comunidade preta, as violências contra mulher, contra grupos lgbtq, lidar com arrogância de muitos políticos que condenam constituição, atacam a democracia e, principalmente, a falta de orientação política de nossa classe social. é difícil ser bombardeado diariamente por esses temas e entrar em sala de aula para tratar do lirismo em alphonsus de guimaraens. juro, muito difícil. é uma loucura isso. mas, nesta semana, fui salvo por emicida, fernanda montenegro e ele, sim, o alphonsus de guimaraens, mineiro, nascido no século 19. mostrei, na segunda série do ensino médio, "ismália", do poeta simbolista. em seguida, "ismália", de emicida, música do seu álbum "amarelo". foi um alívio. a figura enlouquecida, no poema, transforma-se numa alegoria das violências sofridas pela comunidade preta, pelo brasil desses tempos de fake news e racismo estrutural. 

"Olhei no espelho, Ícaro me encarou
 Cuidado, não voa tão perto do Sol
 Eles num guenta te ver livre, imagina te ver rei
 O abutre quer te ver de algema pra dizer: Ó, num falei?!
 No fim das conta é tudo Ismália, Ismália
 Ismália, Ismália
 Ismália, Ismália 
 Quis tocar o céu, mas terminou no chão
 Ismália, Ismália"
 
se você que me lê é educador, educadora, conheça a letra de emicida, renan e nave. álbum: "amarelo". confere.

falei um pouco sobre o documentário "amarElo", clica: