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terça-feira, 12 de março de 2019

o conto da aia - margaret atwood





1985, romance distópico "o conto da aia",  de margaret atwood, canadense.

é ficção futurista, ambientada num estado teocrático, totalitário. nele, as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do estado, e o fundamentalismo se fortalece como força política.

"o conto da aia" é uma distopia narrada em primeira pessoa por offred, uma mulher designada para ser aia. ela, mulher de 33 anos, era casada e tinha uma filha.

país chama-se gilead. a poluição e condições climáticas alteram a taxa de natalidade e, no passado, presidente foi morto a tiros e o exército delcarou estado de emergência

mulheres são presas, perdem direito e o nome e as que não procriam são fiscais e/ou educadoras; as férteis são aias e usam uniformes vermelhos -- elas devem fornecer filhos para a elite

offred é uma aia e está confinada em um ginásio esportivo

na parede do armário de offred se lê "nolite te bastardes carborundorum"; mais tarde, através do comandante, ela saberá que significa: "não deixe que os bastardos esmaguem você".
chama atenção a justificativa religiosa para dominação e violência masculinas sobre as mulheres

há mulheres fiscalizam as aias e as mantêm sob controle. são as "tias". sarah e elizabeth andavam entre as camas do dormitório com aguilhões elétricos de tocar o gado. o medo reina soberano.
offred é obrigada a ficar entre as pernas da esposa do comandante e manter relações sexuais -- violentada -- uma vez ao mês até engravidar e entregar o filho a esta família.

num determinado momento da narrativa, offred passa a frequentar quarto do comandante quando sua esposa não está
eles se tornam amantes.


para ir a determinados lugares é necessário companhia, pois uma aia fiscalizaria outra. 
com a parceira de passeio, ofglen, ambas estão na rua, acabam vendo-se, olho no olho, enquanto observam uma vitrine. estão mais à vontade, questionam se deus saberia tudo, ambas concordam que não.
em casa, é abordada pela esposa do comandante que a ameaça pois descobriu seu caso com o marido. o grupo "mayday" está lá fora, para buscar a narradora.
comandante e serena joy nada podem fazer.


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a narrativa expõe o fenômeno das ascensão de um fundamentalismo totalitário e cáustico, valorizando individualismo masculino sob argumento de segurança para a espécie humana
sempre houve desrespeito para com o universo feminino quando este resvala em ações independentes. principalmente quando põem em risco a autoridade masculina que se faz através do sexo.
o fenômeno do crescimento do autoritarismo sustentado pela via religiosa é reflexo do quão permissivo o estado é diante das ações dessa falsa religiosidade que, no limite, se apodera da liberdade de pensar do outro, tira-lhe a auto-estima, corrói suas finanças e faz o fiel crer que tudo está programado por algum deus xis. o fiel, então, passa a depender dos discursos e ordens do sacerdote mais próximo, uma vez que, é claro, deuses só falam pelas bocas desses seres, geralmente de vestes diferentes e que pregam o medo como arma de dominação. pior: julgam e condenam que não acredita nessa mitologia.





sexta-feira, 8 de março de 2019

margaret atwood me disse #1




"a noite é minha, meu próprio tempo para eu fazer o que quiser, desde que fique quieta, desde que não me mexa"

  [ parte III - cap 7 ]

o conto da aia 
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sonhar seria permitido, mesmo num mundo distópico?
noção de liberdade passaria também pelo crivo da censura própria, do próprio inconsciente...ou consciente...