conheci murilo serediuk em 2024, começo do ano. valinhos, s paulo. ele, torcedor do guarani e eu, pontepretano, receita quase perfeita pra rusgas e piadas tortas. não foi.
ele estudava para vestibulares e eu tentava desbastar literatura para a sala, onde estava o tal amante do time verde de campinas.
numa dessas aulas, li o poema de alphonus de guimaraens, "ismália", século 19. na mesma cena, pedi pra ele -- murilo -- ligar o telefone celular ali, acessar a música "ismália" do rapper filósofo emicida e pôr pra tocar. ouvimos a canção, em sala de aula, que se ligava ao poema do alphonsus também. tudo muito lindo. num dos versos de emicida, a gente ouviu: "olhei no espelho, ícaro me encarou". discutimos essa relação alegórica entre o mito e a negritude -- tema da canção moderna, dentre outras análises e a vida seguiu, sinal bateu, saí daquela classe contente como em todas as aulas ali, cheia de gente acolhedora e que ri das minhas piadas só pra me deixar feliz. enquanto isso, ponte preta e guarani continuavam ainda na segunda classe do campeonato.
terminou? não.
corria o mês de agosto de 2024. por uma rede social, vejo que murilo rabiscou o braço com força e publicou.
eu adorei. mandei um "dez" pra arte dele. daí que veio isso.
não tem como não amar pessoa assim.
mesmo sendo bugrino.
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