Quem cá quiser viver, seja um gatão,
Infeste
toda a terra, invada os mares,
Seja um Chegay, ou um Gaspar Soares,
E por si terá toda a Relação.
Sobejar-lhe-á na mesa vinho, e pão,
E siga, os que lhe dou, por exemplares,
Que a vida passará sem ter pesares,
Assim como os não tem Pedro de Unhão
Quem cá se quer meter a ser sisudo
Um Gil nunca lhe falta que o persiga,
E é mais aperreado que um cornudo.
Coma, beba, e mais furte e tenha amiga,
Porque o nome d'EI-Rei dá para tudo
A todos, que El-Rei trazem na barriga
Seja um Chegay, ou um Gaspar Soares,
E por si terá toda a Relação.
Sobejar-lhe-á na mesa vinho, e pão,
E siga, os que lhe dou, por exemplares,
Que a vida passará sem ter pesares,
Assim como os não tem Pedro de Unhão
Quem cá se quer meter a ser sisudo
Um Gil nunca lhe falta que o persiga,
E é mais aperreado que um cornudo.
Coma, beba, e mais furte e tenha amiga,
Porque o nome d'EI-Rei dá para tudo
A todos, que El-Rei trazem na barriga
. . . . . . . . . . . . . .
pedro de unhão
salvador,
1690, residia o desembargador pedro de unhão castelo branco; hoje abriga o museu de arte moderna, bahia
gil
provável referência a gil vicente, dramaturgo satírico português - séc 16
chegay
e gaspar
provavelmente, figuras com poder político, em salvador. . . . . . . . . . . . . . . . .
soneto do século 17 faz delação dos vícios da vida política de salvador: aqueles que possuem poder terão conforto, podendo até roubar
por isso, aos que são imorais, nunca faltará um gil que o persiga, ou seja, sempre haverá um escritor satírico a denunciar crimes
gregório é o primeiro escritor que faz denúncia social, na literatura brasileira
gregório é o primeiro escritor que faz denúncia social, na literatura brasileira
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