babel – bíblico: torre inacabada por
castigo divino, daí seus idiomas se confundiram; caos
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"labirinto confuso", no título, indica um pleonasmo e intensifica o estado conflituoso do eu lírico
- tema do texto pode muito bem combinar com estado de luís da silva, em angústia ou mesmo rubião, lá do quincas borba - estilo barroco se revela nas ocorrências de contradições ao longo do texto
Este poema de amor não é lamento nem tristeza distante, nem saudade, nem queixume traído nem o lento perpassar da paixão ou pranto que há-de
transformar-se em dorido pensamento, em tortura querida ou em piedade ou simplesmente em mito, doce invento, e exaltada visão da adversidade.
É a memória ondulante da mais pura e doce face (intérmina e tranquila) da eterna bem-amada que eu procuro;
mas tão real, tão presente criatura que é preciso não vê-la nem possuí-la mas procurá-la nesse vale obscuro. de longe, não é o texto mais legal de jorge de lima, contudo, há vestibulares à vista e vamos estudá-lo. com influência do parnasianismo, a mensagem se prende à forma clássica do soneto (14 versos metrificados) e à linguagem culta, dentro dessa estrutura sabidamente erudita. de início, o poeta quer distanciar-se dos amores cantados nesse tipo de gênero (soneto: poema lírico), dizendo que é poema de amor mas não é isso, nem aquilo, nem aquilo outro. retórica. pura retórica. metalinguagem, leitor, metalinguagem. é a função da linguagem que trata da própria mensagem, explicando-a, explicitando-a. aqui, o eu lírico afirma, como já disse, que seu poema não é lamento, não é queixa, muito menos um texto lavado de paixão. seu poema (ver terceira estrofe) é memória da pessoa amada. aqui, sobra marca romântica, na visão idealizada de sua musa ("doce"; "eterna") que anda perdida num vale obscuro que bem pode ser a morte como apenas a distância.
jorge de lima é poeta do século 20. brasileiro. passeou pelo estilo clássico até o moderno de versos livres e brancos. um de seus trabalhos é "livro de sonetos". olhem, não é fácil fazer um, quanto mais dezenas... enfim, escolhi este, porque há um vestibular, aqui na região, que irá cobrá-lo. vamos a ele.
Apenas
eu te aceito, não te quero nem te amo, dor do mundo. Há
honraria que nos abate como um punho fero mas aceitamos com sobrançaria.
A um vate grego certo rei severo vazou-lhe os olhos para não fugir. Ó dor do mundo, eu vivo como
Homero, aceito a provação que me surgir.
Homero a tua história sinto-a; e
urdo o teu destino, o meu e o de teu
rei. Mas só teus olhos nossos passos
guiam,
e inda tens vozes para o mundo
surdo, e luz para os outros cegos, luz que
herdei com a aceitação dos olhos que não
viam.
- é um soneto : 14 versos metrificados e caráter lírico - decassílabo
- "vate" : escritor
- "sobrançaria" : qualidade de pessoa que age com superioridade
- homero, diz a história, era poeta cego
- aqui, o eu lírico homenageia homero que, mesmo cego, melhora a visão de mundo daqueles que sofrem ("outros cegos")
uma das questões de português, ontem, 15 janeiro, no vestibular unicamp, foi esta:
Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões.
“Enquanto quis Fortuna que tivesse esperança de algum contentamento, o gosto de um suave pensamento me fez que seus efeitos escrevesse. Porém, temendo Amor que aviso desse minha escritura a algum juízo isento, escureceu-me o engenho com tormento, para que seus enganos não dissesse Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos a diversas vontades! Quando lerdes num breve livro casos tão diversos, verdades puras são, e não defeitos... E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos!”
a) Nos dois quartetos do soneto acima, duas divindades são contrapostas por exercerem um poder sobre o eu lírico.
Identifique as duas divindades e explique o poder que elas exercem sobre a experiência amorosa do eu lírico. b) Um soneto é uma composição poética composta de 14 versos. Sua forma é fixa e seus últimos versos encerram o
núcleo temático ou a ideia principal do poema. Qual é a ideia formulada nos dois últimos versos desse soneto de
Camões, levando-se em consideração o conjunto do poema?
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respstas possíveis :
a) as duas divindades seriam o Amor e a Fortuna (destino); a primeira impede que o poeta exponha seus desenganos diante do amar e a segunda lhe deu esperanças de felicidade
b) a ideia formulada, ao final, é a de que só aquele que experimentou o amor e o sofrimento que ele causa pode entender seu soneto
*mais que isso é saber que comentei este poema, meses atrás, neste vídeo confira