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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

fantasmas - chimamanda adichie

 



"fantasmas": conto de chimamanda adichie, no livro "no seu pescoço"

em "fantasmas", professor de matemática james nwoye -- aposentado da universidade --, reencontra outro porfessor: ikenna, da área de sociologia. no passado, era combativo, exigia direitos melhores aos funcionários da universidade. james o vira pela última vez 37 anos antes, durante a guerra da biafra. era dado como morto, mas ikenna conta que foi para suécia.

a ausência do amigo ikenna okoro pode representar para o professor james uma lacuna em sua própria história e identidade. a ausência de ikenna não é apenas a falta de um amigo, mas simboliza também a perda de um passado que foi devastado pela guerra, pelas mortes e pelas mudanças irreversíveis.

a memória de ikenna pode estar associada a um tempo mais estável e promissor, antes da guerra transformar tudo em ruínas. assim, a ausência dele -- o professo ikenna -- funciona como um lembrete silencioso do que foi perdido: amigos, familiares, uma nação mais esperançosa. a conversa entre os dois gira em torno da guerra, da corrupção no país e as mudanças na universidade. james menciona que perdeu tudo durante a guerra e que seu pedido de pensão está emperrado por burocracia e corrupção. ainda bem, afirma james, que guardou dinheiro do tempo em que trabalhava no ministério.

além disso, para o professor j. nwoye, que vive uma existência tranquila, mas melancólica, ikenna talvez seja um fantasma não apenas no sentido literal — alguém que ele acreditava morto — mas também um símbolo das ausências que moldaram sua vida. o professor nwoy perdeu a primeira filha, na guerra, e ebere -- a esposa -- faleceu depois.

eis aqui as últimas linhas do conto:

Estou agora sentado em meu escritório, onde dei as notas dos trabalhos de meus alunos e ajudei Nkiru a fazer os deveres de matemática do ensino médio. O couro da poltrona está gasto. A tinta em tom pastel acima das prateleiras de livros está descascando. O telefone está na minha mesa, sobre uma enorme lista telefônica. Talvez ele toque e Nkiru me conte algo sobre nosso neto, sobre como ele foi bem na escola hoje, o que me fará sorrir, embora eu ache que os professores americanos não sejam rígidos o suficiente e deem notas máximas com facilidade demais. Se ele não tocar em breve, então eu tomarei um banho, irei para a cama e, na escuridão silenciosa do quarto, tentarei discernir o som da porta abrindo e fechando

                                          [ fim ]

repare que assim que james nwoye, idoso, se senta, chegam as lembranças do tempo em que sua filha estava no ensino médio e ele corrigia provas. é o passado. as lembranças de tempos tranquilos -- antes da guerra -- são um conforto. ikenna, professor tido como morto, também.

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

a sutil arte de ligar o f * da-se !





mark manson mora em nova york, estados unidos, a meca das ofertas de auto-ajuda, coaching, motivações das mais variadas, sempre sobre a linha singela da alegria e confiança em si.
pois o livro "a sutil arte de ligar o f*oda-se" remete o leitor a uma reflexão direta a respeito do que se entende por normalidade, sucesso, fracasso e busca de felicidade. busca não. alcance.
o livro possui nove capítulos:

1 - nem tente
2 - a felicidade é um problema
3 - você não é especial
4 - o valor do sofrimento
5 - você está sempre fazendo escolhas
6 - você está errado em tudo
7 - fracassar é seguir em frente
8 - a importância de dizer não
9 - e aí você morre

a literatura é o ponto de partida, capítulo 1, daí meu interesse.
charles bukowski (1920-94), abandonado pelo sistema, beberrão, pária social. escolhido por um editor de uma editora pequena, independente, após 50 anos de idade, charles conseguiu publicar seu livro. fez sucesso. segundo manson, porque nunca quis ser o que não era. decidiu ser ele mesmo.
já neste primeiro capítulo, o autor blogueiro dá o tom de toda a mensagem do livro: "o problema é o seguinte: a sociedade atual, através das maravilhas da cultura do consumo e do exibicionismo de vidas incríveis nas redes sociais, produziu uma geração inteira que enxerga esses sentimentos negativos (ansiedade, medo, culpa etc) como problemas"
ligar o foda-se é -- segundo manson -- fundamental para expiar falsas ideias de que o sucesso é a felicidade plena sem conflitos. 
eleger o que é importante na vida se torna o foco das mensagens do livro, quer seja através de exemplos como os de onoda, pete best, bukowski ou william james.
vale a pena ler o livro de manson, juro. 
pra você entender melhor, eu mudaria o título para "ensinando a sofrer da melhor forma" -- uma das frases do início da obra, aliás.
o autor destaca que houve, no estados unidos e -- consequentemente em seu quintal, a américa latina -- o desenvolvimento da cultura da autoestima alta. isso, segundo ele, se deu ali pelos anos 1960. supostos psicólogos, gente da medicina e encantadores de serpentes, em geral, passaram a cultuar a ideia de que com boa autoestima a sociedade melhoraria. passaram a criar prêmios, nas escolas, para qualquer atividade banal, desde chegar no horário até conseguir notas altas em avaliações. criou-se uma geração avessa à derrota. avessa á solidão, á tristeza. como se derrota, culpa, tristeza fossem o resumo do mal a ser evitado. essas circunstâncias, sentimentos, são humanos. não se foge do que é humano, quando se é gente. simples assim. ligar o foda-se significa crer que não seremos bons em tudo. somos medíocres na maioria das ações. não ser consumido pelas milhares de informações consumistas e promessas de que sucesso está ligado a não ter conflitos, isso realmente destrói uma pessoa.







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