para que uma boa redação funcione, é preciso norma padrão. é o que os exames vestibulares exigem -- e com razão. nada parecido com o que faço aqui, usando minúsculas e tropeçando na pontuação, porque isso que você lê agora é um blog e não um documento oficial etc etc. feita a observação, vamos ao que interessa: o que você vai precisar a) rascunho b) lápis ou caneta c) tema d) coletânea de textos e imagens e) um orientador (eu) primeiros passos são três os tipos de texto (gêneros) que encontramos mais comumente: * descrição * narração * dissertação para os exames vestibulares, muito comum o último item, "dissertar" vamos começar com textos curtos. dissertar engloba vários tipos de texto: aula, resenha, editorial, redação argumentativa, seminário, carta aberta etc. pois bem, veja esta charge do angeli:
1) escreva um parágrafo (duas ou três frases) descrevendo a cena acima.
2) o que a cena sugere, do ponto de vista social ?
3) qual público-alvo o cartunista procurou atingir? justifique.
[ respostas no próximo post "aprendendo redação #2 ]
um certo cientista russo, tal de damir, disse que o mundo (no caso, nosso planeta) acaba amanhã, 16 de fevereiro. um asteroide chegando vai fazer a maior quizumba por aqui, morreremos todos. a nasa já assumiu que tem mesmo uma pedrona se aproximando do nosso planeta, mas vai passar uns 51 milhões de quilômetros daqui. ou seja, continua trabalhando aí pra pagar o cartão. tudo sonho russo. e o suposto cientista deveria voltar a estudar. 51 milhões de quilômetros é mais ou menos metade da distância entre os paneleiros de 2016 -- com camisa amarela -- e livros de história.
isaac newton nasceu no século 17, faleceu no 18. para nossa sorte, sobreviveu às pestes e ao grande incêndio de londres. publicou material vasto sobre cálculo e outros assuntos, como gravitação, cores etc.
"newton e sua maçã" é livro divertido de poskitt. é del que escrevo agora.
a história em si, começa com um capítulo de
sugestivo nome: “estranha história
de alice”. trata-se de uma semente que,
desde o mercado até o intestino de um pássaro, percorre o caminho da terra até
transformar-se naquela árvore mítica de newton. aquela que lhe deu a maçãzada
na ideia. alice, claro, lembra a própria, do “país das maravilhas”, livro de carrol, por sinal, matemático...
pois este aqui narra a vida do
inglês newton, desde dezembro de 1642 até sua morte, março de 1727. figuraça esse isaac, com algumas manias e quase nenhum amigo, desdobrou
história da astronomia, da matemática e ainda melhorou a teoria das cores,
mesmo tentando enfiar palito no olho. filósofo,
cientista, alquimista, newton foi para cambridge morar com um tal wickins. ficaram juntos por praticamente
vinte anos, depois wickins se cansou das manias alquimistas e pagãs de isaac e
deu o fora. ah, tinha mania por vermelho. pintou o quarto com essa cor, tirando
matéria prima sabem de onde?... de um carneiro. e o desenho no livro é bem
sugestivo... isaac fez parte do parlamento inglês, quando
guilherme (holandês) assumiu, para alívio do newton que, vez por outra, falava
mal da igreja, contrariando gente do quilate do rei jaime e outras lideranças
menores mas não menos violenta. e a história da maçã? hãn? verdade ou mito?
olhem, para saber mais sobre o livro e o inglês, assista-me !
heitor é artista plural. carioca, negro, sambista, pintor, tinha um papagaio e fez parceria com noel rosa. para poucos. o que significa sua obra? por que é chamada de "arte naif" ? assista-me ! :)
o tema da redação para o vestibular da usp (fuvest), janeiro 2017, tratou da questão da menoridade, em kant (séc 18) questionava o vestibulando se o homem saiu de sua menoridade... será? veja como seria fazer uma redação argumentativa. bons estudos!
lalino é o apelido de eulálio. uma figura ladina, malandra, esperta. minas gerais. trata-se de mais um conto do fabuloso guimarães rosa. o livro chama-se "sagarana", uma obra fundamental de nossa literatura. para saber mais, assista-me! veja também outras histórias do mesmo livro.
se você acha que escrever é um bicho de dez cabeças... -- na verdade, deve ter umas duas ou três -- seus problemas acabaram ! texto argumentativo é o gênero mais cobrado nos vestibulares. então, veja! divulgue!
a revista vida simples, fevereiro 2017, traz matéria robusta sobre função da literatura, em nossa sociedade. revela que pode salvar vidas. funciona como terapia. mas é preciso remédio tarja preta: os clássicos. não são pra qualquer um. é como uma criança tomar remédio em dose para adulto. não vai dar certo. por isso sou frontalmente contra adoção de clássicos mundiais nas escolas, dentro do nível fundamental -- 5o a 9o ano. adaptações infanto-juvenis por vezes mudam até o gênero do texto, como já vi "os lusíadas" em prosa. ou "hamlet" igualmente em prosa, numa linguagem de desenho animado. horror. escola e professores devem procurar melhor caminho para estímulo da leitura em adolescentes. quem adota clássico repaginado está olhando para os pais e não para os alunos. parece que alta literatura causaria algum impcato na comunidade. bobagem. mas o texto da revista "vida simples" não trata especificamente deste tema (literatura para jovens), mas me serviu de mote aqui pra eu destilar minha chatice. os sites das revistas "carta capital" (carta educação) e "nova escola" são um bom começo para quem tem dúvidas a respeito desse tema. é normal ter dúvidas péssimo é quem se acomoda e não faz pergunta.
barroco e religioso (quase um pleonasmo, em se tratando de latinos), vieira trata da necessidade de reflexão, por parte de seus fiéis. é um sermão pregado no primeiro dia da quaresma. ano: 1672. onde: roma, na igreja de sto antônio dos portugueses. segundo o texto, o homem deve ter consciência de que é mortal e não comportar-se como um imortal. trechos fundamentais :
Duas
coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes,
ambas temerosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não
é necessário entendimento para crer; outra de tal maneira certa e dificultosa,
que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura,
mas a futura veem-na os olhos, o presente não a alcança o entendimento. E que
duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulveremreverteris: Sois pó, e em pó vos haveis de
converter.
Sois pó, é a presente; em pó vos
haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que nos havemos de
converter, veem-no os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o
veem, nem o entendimento o alcança. (...) - [parte I ]
Enfim,
senhores, não só havemos de ser pó, mas já somos pó: Pulvis es. Todos os embargos que se podiam pôr
contra esta sentença universal são os que ouvistes. Porém como ela foi
pronunciada definitiva e declaradamente por Deus ao primeiro homem e a todos
seus descendentes, nem admite interpretação, nem pode ter dúvida. Mas como pode
ser? (...) A razão é esta. O homem, em qualquer estado que esteja, é certo que
foi pó, e há de tornar a ser pó. [ parte II ]
Esta nossa chamada vida não é mais
que um círculo que fazemos de pó a pó: do pó que fomos ao pó que havemos de
ser. Uns fazem o círculo maior, outros menor, outros mais pequeno, outros
mínimo. Quem vai circularmente de
um ponto para o mesmo ponto, quanto mais se aparta dele tanto mais se chega
para ele; e quem quanto mais se aparta mais se chega, não se aparta. O pó que
foi nosso princípio, esse mesmo, e não outro, é o nosso fim (...)[ III ]
Acalmou o vento, cai o pó, e onde o
vento parou, ali fica, ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado,
ou no mar; ou no rio, ou no monte, (...)
Assim
como o vento o levantou, e o sustinha, tanto que o vento parou, caiu. Pó
levantado, Adão vivo; pó caído, Adão morto: Et mortus est.
Este foi o primeiro pó, e o primeiro vivo, e o primeiro condenado à morte, e
esta é a diferença que há de vivos a mortos, e de pó a pó. Por isso na
Escritura o morrer se chama cair, e o viver levantar-se.[ IV ]
Abri
aquelas sepulturas e vede qual é ali o senhor e qual o servo; qual é ali o
pobre e qual o rico? distingui-me ali, se podeis, o valente do fraco, o formoso
do feio, o rei coroado de ouro do escravo (...) carregado de ferros?
Distingui-los? (...) Não por certo. O grande e o pequeno, o rico e o pobre, o
sábio e o ignorante, o senhor e o escravo, o príncipe e o cavador, o alemão e o
etíope, todos ali são da mesma cor.
(...)
Se
quereis ver o futuro, lede as histórias e olhai para o passado; se quereis ver
o passado, lede as profecias e olhai para o futuro. (...) Olhai para o passado
e para o futuro, e vereis o presente. [ V ]
Ou
cremos que somos imortais, ou não. Se o homem acaba com o pó, não tenho que
dizer; mas se o pó há de tornar a ser homem, não sei o que vos diga, (...). A
mim não me faz medo o pó que hei de ser; faz medo que há de ser o pó. Eu não
temo na morte a morte, temo a imortalidade; eu não temo hoje o dia de cinza,
temo hoje o dia de Páscoa, porque sei que hei de ressuscitar, porque sei que
hei de viver para sempre, porque sei que me espera uma eternidade, ou no céu,
ou no inferno.[ VI ]
Aristóteles
disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem
mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão
pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível
é a porta por onde se entra.
Se
olhais para cima, uma escada que chega até o céu; se olhais para baixo, um
precipício que vai parar no inferno, e isto incerto. (...)
Tanto
medo, tanto receio da morte temporal, e da eterna nenhum temor? Mortos, mortos,
desenganai estes vivos. (...)
E
porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom
conselho, quero acabar deixando-vos quatro pontos de consideração para os
quatro quartos desta hora. Primeiro: quanto tenho vivido? Segundo: como vivi?
Terceiro: quanto posso viver? Quarto: como é bem que viva? Torno a dizer para
que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva?[
VII ]
o prefeito de são paulo, dória jr, insiste em declarar guerra às pichações acreditando que elas sujam a cidade. é relativo. os pichadores são voz de parcela da população. por que não ouvi-los? assim como dependentes químicos de drogas não são, necessariamente, bandidos, esses artistas das ruas são parte ativa da população urbana paulista e merecem todo respeito. o prefeito usa de um artifício extremamente preconceituoso e elitista ao considerar aquilo que faz o cidadão quase anônimo um crime. falta espaço aos pichadores, sr, prefeito. falta dar voz a eles e a tantos outros ... falta espaço pra muita gente, até para os garis, malabaristas de farol, circenses, pessoas comuns que, detalhe, gostam da cidade viva, diferente do senhor.
"olha o que fez augusto na draga" é a desventura do herói contra joãzinho neném e dionora tatu-tá-te-vendo. não perca! em breve, num cinema perto de você. ou não.
o prefeito de são paulo, dória jr, insiste em declarar guerra às pichações acreditando que elas sujam a cidade. é relativo. os pichadores são voz de parcela da população. por que não ouvi-los? assim como dependentes químicos de drogas não são, necessariamente, bandidos, esses artistas das ruas são parte ativa da população urbana paulista e merecem todo respeito. o prefeito usa de um artifício extremamente preconceituoso e elitista ao considerar aquilo que faz o cidadão quase anônimo um crime. falta espaço aos pichadores, sr, prefeito. falta dar voz a eles e a tantos outros ... falta espaço pra muita gente, até para os garis, malabaristas de farol, circenses, pessoas comuns que, detalhe, gostam da cidade viva, diferente do senhor.